A cara de 2015 é meio anos 90

2 Postado por - 21 de dezembro de 2014 - Artigos

Muita gente tá bem de cara com a formação do elenco para 2015. Felipão tá mudando muito o modo como o Grêmio opera desde 2010, pelo menos, quando passou a formar planteis como na Europa, visando titulares e reservas além de alguns extras para o planejamento atual já nos primeiros meses da temporada. Um elenco de, geralmente, dois bancos e dois times (11+7+11+7, uns 36 jogadores). Desde 2010 tivemos um quarto lugar, um 12º em 2011, 3º em 2012, 2º em 2013 e um 7º nesse ano. Ou seja, por mais que não houvesse título, deu bons resultados (3 libertadores).

Marcelo Oliveira - Foto Rodrigo Fatturi/Grêmio Oficial (via Flickr).

Marcelo Oliveira – Foto Rodrigo Fatturi/Grêmio Oficial (via Flickr).foços

Agora voltamos à década de 90. Menos de 30 jogadores (dizem que Felipão queria 24, como nas Copas do Mundo) para durar uma temporada inteira (uns 60 jogos, mais ou menos). É uma estratégia arriscada? Não sei, ninguém mais tentou. Era bastante criticada no passado: quatro jogadores no DM e já não dá nem pra fazer coletivo. É necessário trazer muita gente da base pra compor o time reserva. É bom para dar rodagem pra base, mas a rotatividade não permite muito entrosamento – o que leva ao velho modelo do “time titular”, ao invés do quem está melhor, joga.

E os reforços também indicam um retorno ao modelo de time daquele tempo. Marcelo Oliveira acabou de ser apresentado. É um volante que foi atirado pra lateral no Palmeiras e nem lá jogou todas as partidas nessa função. Isso é adequado ao regime de poucos jogadores no elenco (vira e mexe alguém precisa ocupar um lugar que não é seu). O problema é que jogadores “polivalentes” (alô André Vieira) geralmente não são bons em nenhuma das funções que se presta a ajudar. Mas é um cara alto (1,84m). O que me leva a arriscar um chute – nosso retorno ao regime anos 90 de futebol pode ser mais significativo ainda do que parece: jogar só com UM lateral de verdade e três zagueiros disfarçados.

Os laterais já tem função de marcação de bola aérea no Grêmio faz tempo (Pará perdeu várias bolas dessas, inclusive). Assim, ter um cara alto pra fazer aquilo melhora a cobertura defensiva. O Roger nunca foi um bom lateral. Sempre foi mais zagueiro do que qualquer outra coisa (tanto que encerrou a carreira assim). A tendência é que o novo “lateral” faça essa função. O que libera para mais meias e menos volantes para realizarem cobertura. O Arce compensava, valia por dois. Não consigo ver alguém no FUTEBOL MUNDIAL que possa fazer isso. De repente, 4 zagueiros (olha o Mário Fernandes fazendo falta na direita…) pra jogar com um volante só e três meias. Tá, não consigo ver o Felipão fazendo isso, mas me deixa sonhar.

A grande questão da temporada será: essa forma bem anos 90 de montar um elenco aguenta o tirão?

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14 + comentários

  • Marlon 21 de dezembro de 2014 - 15:41 Responder

    Pra o Felipão reeditar aquele time dos anos 90, ele precisaria de um meia que tivesse capacidade de compôr a marcação como ala e pudesse ser um quase volante, como o Carlos Miguel fazia. No atual plantel do Grêmio não vejo um meia com essa versatilidade. Se o meia for o Douglas, menos provável, pois se trata de um jogador que NECESSITA TER OUTRO MEIA AO LADO, que se o Grêmio ora jogar como vem jogando, com 03 volantes ora com 3 atacantes, o time padecerá, pois ele não é um jogador que faz mais de uma função em campo. Se jogar com ele e mais 03 atacantes, sobrecarregará a marcação, assim o meio-de-campo ficará VULNERÁVEL. Com 03 volantes, ele o único armador, dependerá muito se o ataque tiver em bom momento e seria OBRIGATÓRIO UM VELOCISTA. e também laterias apoiadores.

    • Fagner 21 de dezembro de 2014 - 15:51 Responder

      Não acho que o Miguel era quase volante. Se tu tivesse falando do Emerson, eu até podia concordar. O Miguel também criava as jogadas (era o cara da arrancada pela esquerda, ia no fundo no lugar do Roger) e nos demos muito bem com dois meias com as características similares (Miguel e Arílson – com a lesão do Emerson – melhor fase do Grêmio). O outro meia pra jogar com o Douglas será o Giuliano, sem sombra de dúvida. Na frente devemos começar a temporada com dois centroavantes (o que me agrada). Provavelmente iremos começar a temporada com um 4-2-2-2. E, de qualquer forma, acho que tá faltando um pouco considerar a ideia de laterais zagueiros na tua ponderação. Com eles não precisamos nos preocupar tanto com a vulnerabilidade do meio.

      Saludos,
      Fagner

  • Jones 21 de dezembro de 2014 - 16:56 Responder

    “O Roger nunca foi um bom lateral.”
    Bah larguei!!

    • Fagner 21 de dezembro de 2014 - 18:21 Responder

      Mania de achar que um jogador multicampeão é o melhor na posição. Não é. Roger dificilmente ia no fundo e passava jogos inteiros sem cruzar uma bola sequer. Bola alta, então, era uma loteria. Se tu viu ele jogar e nunca viu isso é a maior prova que a torcida gosta de caneco, não de jogador bom. Se tu não viu ele jogar, vai pro youtube antes de “largar”.

      Saludos,
      Fagner

      • Jones 22 de dezembro de 2014 - 10:45 Responder

        Hahahaha
        Não falei que ele era melhor na posição, calma Fagner, hahaha.
        Só discordo que nunca foi bom lateral. Que viagem meu hahaha.
        Tenho 42 no lombo, lembro bem dele, talvez tu é que não lembre, vou te dar um desconto.

  • Paulo 21 de dezembro de 2014 - 17:17 Responder

    Em final de 1996 fui passar um pano no armário na casa da praia e alguém tinha forrado com jornal antigo, quando estava retirando o jornal uma matéria me chamou atenção: “Felipão pede a contração de Paraguaio que joga como ponteiro para a lateral do Grêmio.” No conteúdo da reportagem severa crítica do Correio do Povo a indicação de Felipão ao desconhecido ARCE que nada “tinha ou sabia” dos fundamentos de lateral e que afundaria o Grêmio. Neste dia aprendi que se deve confiar em quem desenvolve um trabalho sério, pois no final de 1996 a história provou que achismos (pelo menos no caso do jornal no armário) são somente achismos. Deixem o cara trabalhar, boa tarde a todos.

    • Fagner 21 de dezembro de 2014 - 18:25 Responder

      Depois de ouvir o Cacalo contando como montaram o time de 1995 e ainda achando aquilo o máximo eu me convenci que só tivemos aquele time por sorte. E justamente esse exemplo que tu citou foi justamente o único jogador que teve um fluxo de contratação racional: foi oferecido, observado e só depois contratado.

      Saludos,
      Fagner

      • Paulo 21 de dezembro de 2014 - 18:48 Responder

        Cacalo foi um bom motivador de vestiário e foi um melhor ainda “para-raio” para a imprensa gaúcha. Se tivéssemos alguém como ele hoje em dia 70% dos problemas extra campo e sacanagens que só a mídia futebolística do RS cria e alimenta não chegariam aos jogadores. E sobre Arce ser o único, discordo. Jardel também reinou no Porto, Paulo Nunes manteve o nível permanecendo no Grêmio, Danrlei, Dinho, Rivarola, Goiano. Todos com excelente volume de jogo em equipe. Nós gremistas jamais tivemos elencos mágicos multi-milionários. Fomos felizes com aqueles que vestiram nossa camisa com raça e jogaram defendendo nossas cores como se defendessem sua família. Todos nós queremos ser campeões e sorte muita vezes foi o que nos faltou nos últimos anos – campeões também precisam de sorte – não pensem que teremos da noite pro dia um time que vai atropelar os outros, isso não existe mais, talvez na Disney no futebol não mais.

    • Felix Nuñez 22 de dezembro de 2014 - 08:51 Responder

      Fagner,

      Acho que você está recordando mais do Roger depois dos seus 27 anos, quando o gás diminuiu um pouco e ele se destacava mais defendendo. Logo discordo bastante da sua posição. Roger em início de carreira era um lateral completíssimo, inclusive aparecia muito na linha de fundo com agilidade e grandes cruzamentos. Um dos melhores laterais que vi jogar no Grêmio. Completíssimo!

      Depois ao longo dos anos foi nítido a dificuldade em avançar mais e acabou se destacando mais como zagueiro.

      Lembro bem disso, pois era um jogador do qual sou fã, tenho a camisa dele 6 autografada até hoje. Acompanhei muito o futebol dele, no auge era um dos melhores, completo!

  • Paulo 21 de dezembro de 2014 - 18:56 Responder

    Não importa como as peças chegaram no tabuleiro, sim como foram armadas por quem era responsável por posicioná-las e instruí-las.

    É a vida e trajetória de Felipão e das pessoas envolvidas que está em jogo, jamais jogarão em busca de algo que não seja títulos. Deixemos que trabalhem. Abrax

  • jeferson mengue 21 de dezembro de 2014 - 19:50 Responder

    meu gremio para 2015 marcelo, mathias livre para jogar,, rodolfo ,geromel ,marcelo oliveira ,wallace e felipe bastos ,guiliano e lincoln ,nicolas careca e barcos

  • Jones Alexandre 22 de dezembro de 2014 - 10:46 Responder

    Cara, o Mathias é muito fraco e já tem quase 30 anos ou seja, dificilmente melhorará. Roger em sua primeira saga com a camisa do Grêmio, voava por toda a extensão do campo com muita competência. O problema de hoje é que nossos jogadores vestem a camisa apenas pelo salário, maior exemplo disso foi o Vargas, tão aguardado pela torcida e que nada de mais fez. Zé Roberto vestiu a camisa, fazia 1000 abdominais por dia mas, não acertava um cruzamento. Nossa torcida está carente e impaciente, no primeiro passe errado da padtida já vem a vaia e o time fica ainda mais nervoso e ansioso. Temos Grohe, Rhofolfo, tomara à Deus Geromel, Wallace, Giuliano, Douglas, Barcos e talvez Moreno… nesses podemos acreditar, de resto que Felipão e os Deuses do futebol nos ajudem.

  • Agostinho E. Alfaro 22 de dezembro de 2014 - 15:49 Responder

    Pior pra nós e ficar com o Barcos que fez 30 gols e os que devia fazer na libertadores contra esse timeco do PAPA, ele errou 2, contra o santos mais 2 , contra o cruzeiro agora mais 2. Vai pra Argentina o Gringo mercenáriooooooooo!!!!
    Será que ele quer sair daqui 700 mil se erra o gol ninguem fala nada, vcs ficam discutindo equipe!!! o problema é a direção que ´so quer roubar a grana que o clube não temmmmmmmmmmm!!!
    Até o Grande Kooffff que prometeu a compra do estadio e dai!!!!!!
    Enquanto continuarem com a fórmula de vender os craques da base pra alugar mercenarios to foraaaaaaaaa!!!!!

  • Jones 23 de dezembro de 2014 - 14:32 Responder

    Uma hora ganharemos alguma coisa. Se o Grêmio trabalhar sério, investir na base, manter uma filosofia de trabalho e foco guiado por essa filosofia, os resultados vão aparecer. Futebol é coletivo, são pessoas trabalhando em conjunto. Quando todo mundo estiver “sintonizado” a coisa vai. Pode ser que demore, mas acontece. O que vejo é que as coisas não estão muito bem resolvidas na instituição tricolor, todos os anos muda-se tudo, muito entra e sai…isso estraga qualquer filosofia de trabalho. Sem falar da impaciência do torcedor. Enfim, paciência não resolve, mas é fundamental.
    E tudo isso é inútil sem dinheiro em caixa.

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