A Megalomania Tricolor

2 Postado por - 19 de julho de 2016 - Artigos

Hoje o dia trouxe à tona um debate que julgo interessante: gastar o que não e tem para tentar encerrar o jejum maldito de títulos importantes, ou manter-se dentro do orçamento para não onerar o clube, e estarmos em pé de igualdade com os demais adversários logo adiante? Eu confesso a vocês que se na diretoria estivesse, faria a segunda opção, mas a tentação da primeira é brutal e convidativa. Não há garantias de que gastando os tubos, as taças surgirão no armário Tricolor, mas obviamente, time campeão se faz com investimento. Por outro lado, esse mesmo time campeão, além de investimento, precisa de assertividade nas ações. Em 2013 tivemos nosso último ataque repentino de megalomania tricolor. Trouxemos inúmeros jogadores de renome, destaques em suas equipes, caríssimos, alguns de seleção brasileira. Qual foi o resultado prático disto? Nenhum título, folha salarial inchada, grupo com pouco comprometimento, equívocos inerentes aos que dispõem de muita grana no cofre e pouco conhecimento para acertar na mosca.

Eu prefiro a serenidade da direção atual. Sou cauteloso. Gastar o que não se tem agora, e tentar aquele título finalmente, correr pelas ruas de Poa com a camisa 7 do Grêmio e invadir a Goethe será lindo. Maravilhoso. Mas pode nos custar mais um longo e tenebroso jejum. Futebol não tem mágica. Os que se mantém sempre na ponta, estarão sempre mais perto do título. Os adversários estão fazendo contratações vultuosas. Gastando o que não tem em caixa. Recorrendo à TV, aos amigos ricos, empréstimos e tudo mais que podemos imaginar. Tudo para tentar erguer um caneco. Tenho certeza que um título, mesmo que nessas condições, nos traria tranquilidade e perderíamos muitos quilos encrustados nas nossas paletas. Mas eu não tenho saúde para um novo jejum. Menos ainda para um rebaixamento.

O ponto é que o título a qualquer custo nos trouxe até aqui. Os mais jovens estavam nas fraldas quando o Grêmio resolveu ser o Real Madrid dos Pampas. Gastou fortunas e mais fortunas. Montou equipes caríssimas. Não se preparou para a Lei Pelé por achar que a parceria com a famigerada ISL seria nossa redenção. Ganhamos a Copa do Brasil em 2001. Título lindo, time maravilhoso, que até hoje não vi parecido no Grêmio. Qual o custo dessa megalomania no inicio do século? Um rebaixamento e o maldito jejum. Senhores, não vale a pena.

A serenidade e austeridade, unindo-se ao trabalho sério e competente nos trará frutos logo adiante. O acerto nas contratações, sem sair da rota financeira é o que vai viabilizar o Grêmio nos próximos anos.  Eu não aguento mais passar esse tempo todo sem poder vibrar com uma conquista importante. Somos enormes e esse jejum não condiz com essa grandeza. Admito ser muito tentador torrar uma fortuna esse ano e buscar finalmente a tão sonhada taça, mas precisamos visualizar além do horizonte. O Grêmio está no rumo, espero que o pessoal obtenha acerto e consiga nos devolver o caminho das conquistas, porque eu não aguento mais perder. Menos Megalomania Tricolor, e mais competência na hora de montar time.

Saudações Tricolores.

Comparilhe isso:

15 + comentários

  • Artur Wolff 19 de julho de 2016 - 15:25 Responder

    “Mais competência na hora de montar o time.”
    Encerrastes o post magnificamente.
    Isto é a chave para conseguir títulos. O resto é complementação, acessório, contribuição.
    E pessoalmente entendo que uma diretoria técnica de um clube de futebol deve ter uma virtude fundamental.
    Para MONTAR um time é óbvio buscar-se bons jogadores, os melhores possíveis.
    Tem um problema: é necessário recursos que muitas vezes não estão disponíveis
    Porém ANTES disto há uma questão fundamental que é resolvida/alcançada baratinho, rapidamente.
    Saber QUEM NÃO PODE JOGAR em um time que almeja ser campeão.
    E o Grêmio sofre desta grave deficiência há anos.
    È a escalação do menos pior.
    Não é por aí. Não deu a fila tem que andar. Para isto serve a base e os lheiros externos.
    Hoje há no Grêmio jogando como titulares pelo menos tres jogadores que são incompatíveis com a MONTAGEM de um time campeão.
    Infelizmente até o momento Roger e a Diretoria não percebem isto.

  • Alvaro 19 de julho de 2016 - 16:18 Responder

    Perfeito, Artur Wolff

    Saber QUEM NÃO PODE JOGAR em um time que almeja ser campeão.
    E o Grêmio sofre desta grave deficiência há anos.

  • Felipe 19 de julho de 2016 - 16:22 Responder

    Eu concordo com vc acho que o melhor caminho é a segunda opção,que inclusive e o que essa atual direção se diz fazer.So que clube que quer austeridade financeira nao paga 8 milhões num jogador que nem o maicon nao paga 700 mil por mes pro Giuliano correr em linha reta e tocar pro lado não pega 20 milhoes de investidor pra contratar o Bolanos.É preciso ter convicção no que quer se fazer o que nao vejo nessa direção,o pior de tudo e ficar no meio termo.

  • PETTER REGIS 19 de julho de 2016 - 16:37 Responder

    Os últimos elencos montados pelo Grêmio , estão recheados de jogadores sem ambição de titulos ,sem ambição de vencer, na hora que parece que nosso time vai embalar tropeça em lanternas, um time sem foco, desligado e muitas vezes omisso no campo, estamos cansados de ficar no quase ,tenho 36 anos como torcedor do Grêmio ,más tenho um saudade eterna do nosso time de 19995 , que não sem entregava em campo, seu lema era ganhar ou vencer, Danrlei, Adilson, Rivarola, Arce , Roger, Dinho Luis Carlos Goiano, Arilson ,Carlos Miguel , Paulo Nunes e Jardel.

  • Tio Mauricio 19 de julho de 2016 - 17:01 Responder

    “A serenidade e austeridade, unindo-se ao trabalho sério e competente nos trará frutos logo adiante.”
    Perfeito !

  • Anderson Aguzzoli 19 de julho de 2016 - 18:41 Responder

    Assino embaixo!

  • Eduardo 19 de julho de 2016 - 18:43 Responder

    Onde eu assino?

  • Mano 19 de julho de 2016 - 18:51 Responder

    Também não da pra fazer o contrário, em nome da austeridade contratar um monte de pereba.
    Olha aí o Grêmio contratando Kadu, Fred XB Wallace Oliveira pra defesa e o que sobrou disso no meio do ano já: três eliminações precoces, o caos aéreo e zagueiro sendo contratado em julho pra concertar defesa.

  • Gremista - Curitiba - PR 19 de julho de 2016 - 20:12 Responder

    Identificar logo QUEM NÃO PODE JOGAR e despachar sem demora. Quando o cara vai ficando…. ficando…, acaba entrando no time e compromete em algum momento importante… Já vimos este filme várias vezes, não?!

  • Alessandro Massena 19 de julho de 2016 - 21:10 Responder

    “Austeridade na hora de montar o time”

    Isso vale tanto para os altos salários quanto para jogadores como: Kadu, Negueba, Wallace Oliveira, Bressan, Bobô e outros que não lembro.
    Garanto que a soma desses salários nos daria um camisa 10 de primeira linha.

  • thiago 19 de julho de 2016 - 23:19 Responder

    da pra ser campeão sem megalomania,porem tem q saber contratar,isso nos falta,com neguebas isso não acontecera

  • betho 20 de julho de 2016 - 00:46 Responder

    O grêmio não tem dinheiro pra gastar mas a cada ano as direções contratam um monte de pernas de pau q não contribuem em nada e ainda tiram a vaga da gurizada da base, Ex: Kadu, Fred, walace Reis, Walace Oliveira, Bobô, Negueba, Enrique Almeida, fora os q já estão aqui como Ramiro, Bressan, Maicon, Douglas, Giuliano, Bruno Grassi. É muito dinheiro jogado no lixo, isso q a direção disse q ia fazer contratações pontuais e trouxe esse monte de lixo. Foram gastar dinheiro no Bolanos q joga na mesma posição do Luan pra quê??? Em vez de trazer um 10 de verdade ou um 9 de verdade q era só oq tava faltando para o time e agora jogamos com o barriga de cadela de centroavante. É muita palhaçada.

  • geólogo 20 de julho de 2016 - 11:31 Responder

    e contratar o Wallace, quase 30 anos, por 3 milhões não seria o retorno da megalomania??
    jogador de qualidade duvidosa e ainda por cima não pode jogar a copa do brasil.
    Isso é agir com austeridade?
    Isso sem contar com mais meia dúzia de nabas que vieram esse ano e que alguns até já foram embora.

  • Thomás 20 de julho de 2016 - 13:17 Responder

    Espero que tu não tenhas a direção atual como exemplo daquilo que estás defendendo.
    Sds

  • Emerson Freitas 25 de julho de 2016 - 21:50 Responder

    Que baita texto

  • Deixe uma resposta