Grêmio Libertador

Alguma coisa acontece com o meu coração

FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

 

Eu sei gente. Eu sei. Não somos mais como antes.

Isso é fato: se vendemos um cara para um dos melhores times do planeta por um caminhão de dinheiro, ele com certeza vai fazer falta.

Ninguém perde um titular capaz de ser titular automaticamente no Barcelona sem perder em qualidade.

Se alguém ainda não sabia disso, melhor se convencer de vez: da Copa do Mundo pra cá, não somos mais o mesmo time.

Cabe ao Renato, e o time, encontrar um novo jeito de se superar.

Arthur saiu e Cícero entrou. Trocamos uma saída de bola mais redonda e retenção no meio por lançamentos mais verticais, viradas longas de jogo e maior presença ofensiva do meio-campo.

Também perdemos em poder de marcação: Arthur era mais rápido e “chato”. Com Maicon e Cícero, ficamos mais lentos e pesados.

Coincidência ou não, Ramiro também caiu de rendimento. O cara mais regular do time, o eterno nota 7,8, tem feito algumas partidas nota 5. Errando passes bobos, que não errava. Ficando sem perna. Mais um sobrecarregado com a saída de Arthur?

Fica a dúvida: como encontrar um equilíbrio? Será que é Cícero a melhor opção para funcionar com o Maicon e Ramiro?

Mas a saída de Arthur não explica tudo. A Copa também fodeu com o Luan.

O craque do time, o cara que nos salvou tantas vezes, que recebeu com toda a justiça o título de Rei da América no ano passado, parece que perdeu o tesão.

Seus dribles perderam a objetividade. Ele parece mais desligado. Mais longe da área.

E não é só ele: até mesmo o Geromágico  voltou diferente da Copa do Mundo.

Ontem, pela primeira vez em muitos e muitos jogos, ele teve participação direta nos dois gols sofridos.

O que eu escrevi acima quer dizer que Luan e Geromel desaprenderam, viraram pernas de pau? CLARO QUE NÃO.

To só tentando estabelecer uma verdade: a saída de um jogador importante impacta toda uma equipe.

Se você não sabia disso antes, estou deixando claro agora.

É por isso esse aperto no coração que a gente sente cada vez que o Grêmio entra em campo.

Não sabemos mais se vamos ver o Grêmio de 2017 ou este outro Grêmio que jogo sim, jogo não, insiste em aparecer.

Mais lento, com dificuldade de sair de uma marcação alta, meio sem sangue.

Solução pra todo isso nós temos.

Sangue Jael tem de sobra (acho que o André esgotou até a paciência do Renato).

Marcelo Oliveira não amarra a chuteira do Cortez-cara-de-sapato.

E Renato tem, sim, o grupo na mão.

Basta acertar esse entrosamento novamente pra gente seguir firme na Copinha e na Libertadores.

Eu acredito, e meu coração também.

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