Campeão Histórico: Grêmio 3×0 Brasil

0 Postado por - 8 de abril de 2018 - Artigos

Um Grêmio histórico se tornou o campeão gaúcho de 2018. Depois de enfiar um 4×0 no jogo de ida os comandados de Renato Portaluppi sapecaram um 3×0 fora de casa e garantiram o 37º Gauchão da história do Grêmio. Depois de outro primeiro tempo sem gols, mas com controle de jogo, as alterações do Grêmio fizeram o time deslanchar e construir o resultado. Cícero, Alisson e Léo Moura foram os artilheiros da vez desse Grêmio solidário, que tem  no conjunto a sua maior virtude. Um grupo talhado pelo seu comandante a ser campeão.

Sim. Você não leu errado. O cara que chama Gauchão de Ruralito acabou de escrever que o título do Grêmio foi histórico. E faço isso simplesmente porque não há como negar. Como historiador de profissão sei que dizer que esse título não tem importância histórica é ser, no mínimo, injusto. Em primeiro lugar por repetir a final do primeiro campeonato, coincidentemente o primeiro e o último da primeira centena deles. Se o Brasil fez 5×1 no Grêmio em 1919 o Grêmio devolveu com um 7×0 em placares agregados. O melhor time do campeonato foi o campeão, indubitavelmente. Nem o colorado mais fanático afirmará o contrário. Isso não é histórico?

Aliás, esse título é como uma aula de história do Brasil. Sete anos depois de uma revolta no Estado, o Rei do Rio deu uma de Duque de Caxias (que fica no Rio de Janeiro, afinal) e pacificou as coisas. Acabou com a revolta com uma vitória esmagadora contra um adversário que comemorará por muitos anos o título de “campeão do primeiro turno 2018”. Porque embora o 7×0 e o baile, tirando um único exasperado expulso, o Brasil e sua torcida viram que sua única alternativa era aceitar o resultado, aplaudindo o seu time por ter tentado. Digno e histórico, portanto.

Histórico porque, como em 1993, um jogador do Grêmio distribuiu lances de efeito verticais, como recurso e não como firula para ver o Grêmio campeão em Pelotas. Tal qual um Denner revivido, Everton fez outro jogo espetacular. Embora não tenha marcado gols, foi o melhor jogador da partida. Mesmo que os gols tenham saído depois das alterações, na parte final do segundo tempo, foram do Cebolinha as melhores jogadas da primeira etapa. Junto com Luan, que veste a histórica 7 e tentou fazer o gol de qualquer maneira. Saiu, porém, só com uma bola na trave.

Mais uma vez o grupo do Grêmio fez diferença. Tony Anderson entrou mais uma vez bem e foi responsável direto pelo primeiro gol. O lançamento que ele deu para o Léo Moura aparecer livre e, na mesma jogada, o passe de sinuca para achar o Cícero livre foram de cinema. Merecido para o Cícero que tem 100% de aproveitamento em finais pelo Grêmio (o único título que perdemos nas últimas 4 finais disputadas ele não estava no grupo). O segundo gol, do Alisson, (o terceiro contra o mesmo adversário), também. E o terceiro, a enfiada de bola do Capitão para a deslocada do Léo Moura foram a confirmação de que era uma produção de Hollywood vencendo o urso de ouro de Berlim. No gênero Romance Histórico, claro.

Um grupo histórico: Grêmio, campeão do Ruralito de 2018. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

E, pra finalizar, o título de hoje foi histórico por outro motivo: nosso Rei garantiu a permanência fazendo o seu dia do Fico. O maior treinador da história do Grêmio (desculpem aí Foguinho, Felipão e Telêmaco) vai seguir fazendo história em 2018. Já conseguiu ser mais histórico ainda ao vencer dois títulos na mesma temporada no Grêmio, o que não acontecia desde 2001, com o Tite. O cara que detona as “histórias” de jejuns do Grêmio ainda tem dois para quebrar: Brasileiro (desde 1996) e Mundial (desde 1983). Há trabalho a se fazer, há um grupo histórico a conduzir. E existe a possibilidade concreta de vencer ambos. Nada pode ser maior que o Grêmio e ninguém é melhor que o Renato atualmente no Brasil pra conduzir esse grupo. É um ano de afirmação para esse grupo histórico.

Fiquem gratos por estarem assistindo isso. E comemore o título, torcedor gremista!

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