Caras e caretas de Gauchão: Caxias 2 x 1 Grêmio

0 Postado por - 5 de fevereiro de 2017 - Artigos

Se o primeiro jogo oficial da temporada teve aquela cara de fim de férias, com todo mundo fazendo o que tem de ser feito, mas sem nenhum desespero, afinal a cabeça ainda está fresca da praia, da cerveja, da violinha empanada e do penta da CB, este Caxias x Grêmio já teve a cara de estamos em pleno Gauchão.

Que, pra quem está mesmo pensando que o ano é de grandes expectativas e grandes calendários, é aquela cara com um olho aberto e outro meio fechado, boca franzida e aquele “aiaiai socorro pegaram o Douglas” passando pela cabeça em looping. No primeiro tempo, 22 faltas, 11 pra cada lado, 5 cartões amarelos e o meião do Ramiro rasgado na altura do tornozelo.

No segundo tempo, a cara foi mais ou menos a mesma, mas a frase em looping mudou para “mas como é que não acertam essa marcação na bola aérea”. Depois de umas três jogadas pelo alto com perigo, Kannemann saiu doido pra cortar mais um cruzamento e a bola resolveu que ia bater no braço do zagueiro. Pênalti bem batido por Gilmar, 1 x 0 pro Caxias. Dez minutos depois, escanteio, Oliveira ficou pregado no chão e Gilmar, de novo, 2 x0.

Cara de Gauchão, resultado de Gauchão, ajustes necessários pro resto do ano. (Foto: Lucas Uebel/FBPA)

Resultado para instaurar aquele “crise” clássica do estadual no discurso dos comentaristas que precisam ter o que falar ao longo da semana.

Se algum deles estiver lendo o blog, podemos ajudar com outros comentários possíveis – mas menos sensacionalistas, lamento, não entramos nessa onda.

Falemos, por exemplo, das trocas no ataque. Feitas depois dos 2 x 0, se justificam tanto pelo próprio placar, como pelo fato de que o Caxias fez uma marcação apertadíssima (servindo de testemunhas as marcas nas caneleiras) e era precisa mudar o jogo, uma vez que Pedro Rocha já tinha perdido os gols que podia (risos). Ah, claro: é preciso lembrar que é preciso testar opções para o ano todo e que se o estadual serve para algo além de fazermos caretas, é pra isso mesmo.

Mas não deu muito pra entender como o Renato pretendia que o time jogasse com Douglas, Miller, Éverton, Luan e Jael. É interessante a ideia de que podemos ter diferentes disposições em campo ao longo do jogo, mas as opções precisam fazer um pouco mais de sentido, especialmente para os jogadores que já estão em campo. Douglas, por exemplo, já cansado e marcado desde o início do jogo, não sabia se ficava mais atrás ou mais na frente do círculo central. Luan mostrava cada vez mais irritação por não conseguir espaço para jogar, seja pela marcação do Caxias, seja porque tinha gente do nosso time onde ele achava que tinha de estar. No final do jogo, Geromel e Kannemann (suspiros) se jogaram para o ataque como se não houvesse amanhã e meio-campo – e talvez este segundo estivesse em falta mesmo, mas amanhã sempre tem, que ainda é só 5 de fevereiro, minha gente.

Para ajudar os comentaristas com um pouco mais de assunto, o Miller foi lá e insistiu numa bola rebatida dentro da grande área e fez o gol aos 49 – abrindo a possibilidade do debate sobre o time titular.

Agora vem o jogo com o Flamengo. A Primeira Liga pode ter menos caretas e uma taça.

Adelante.

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