Grêmio Libertador

Chegou a maturidade

E o Roger segue me surpreendendo. Se eu não esperava que ele conseguisse criar algo novo tão rápido, muito menos que pudesse montar um time intenso e ofensivo (e, de brinde, sendo a melhor defesa do campeonato), nunca passaria pela minha cabeça que ele conseguiria fazer o time ficar maduro em um turno de campeonato. É impressionante o sangue frio gremista nos últimos jogos. Mesmo aqueles contra adversários menos cotados, mesmo os que não ganhamos, o Grêmio espera, corre quando precisa e pressiona na hora certa.

O Grêmio tem um esquema. Uma dinâmica. E aí está, mais uma vez, a maior prova de que TREINADOR É IMPORTANTE. Ao contrário do que muitos pregavam na época das desgraças daquele que não se pode dizer o nome (e que acabou de ser demitido do Cruzeiro), ou  mesmo do Felipão, que não conseguiu tirar nem um terço do que o Roger tá tirando do grupo. O Renato já tinha mostrado isso se desdobrando em 2013 pra se reinventar a cada cinco jogos (nunca vi tantos esquemas táticos em uma mesma temporada). Mas ninguém leva ele à sério, né, então, deixa assim. Vamos apenas focar no que vemos atualmente: treinador ganha jogo.

Roger, o cara. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Há quatro jogos não tínhamos substituto para o Luan. O cara mais parecido, pra mim, era o Mamute – um cara capaz de receber uma bola entre três, dominar, tirar os três da jogada (na força, ao contrário do Luan, que faz na técnica) e passar uma bola redonda para reiniciar a jogada ou mesmo para puxar alguém pra ponta, abrir o jogo. Hoje, mesmo sem ser parecido, Bobô já mostrou que serve – e muito – pra atuar da mesma forma. A ponto de eu pensar que vale a pena tirar o Pedro Rocha do time e meter o Giuliano na esquerda, Luan na direita e manter o 13, fazendo nenhum desses três guardar posição e transformando as defesas adversárias em pó.

É um momento onde as lesões, as suspensões, o excesso de jogos vai cobrar o preço. Ontem tivemos pela terceira vez seguida CINCO desfalques (e fizemos 7 pontos nessa condição). Mas, ao que parece, estamos nos reforçando à medida que passam as rodadas. Não porque estamos contratando, mas porque o Roger está reabilitando jogadores. Everton, Mamute e Ramiro serão importantíssimos. Nem vou falar dos velhos que, embora dispensáveis, estão no esquema, não comprometem e já nos deram pontos preciosos. Tem mais gente da base chegando, como o Thyere, que mais uma vez se mostrou um zagueiro ENORME, um cara que será titular em 2016 com sobras.

Todos esses casos poderiam ter fracassado se o Grêmio não tivesse dinâmica. Se o Grêmio não atacasse em 4-2-4 e defendesse em 4-4-2. Desde o momento que o Roger chegou. E que, agora, mudando a velocidade do jogo ao longo dele, controlando, esgoelando, soltando, chamando o adversário e executando sem dó. O Grêmio está atingindo o ápice num momento importante. O time está crescendo independente de desempenhos individuais. Bem na hora somar o maior número de pontos possíveis nessa pedreira das próximas 3 rodadas para engatar uma quinta e sair atropelando depois da 28ª.

O time do Grêmio provou ontem, para quem quiser ver, que, pra ser campeão, falta só a faixa no peito e o caneco na mão. Na postura, já é.

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