CONFUSÕES: Grêmio 1 x 1 Vitória

Parecia Gauchão. E não era apenas pelo cenário da partida ser o Alfredo Jaconi. Teve também aquela sensação de que o time não jogou tudo o que sabe, porque talvez não valha tanta pena assim neste momento. Ou porque era precisa experimentar formações diversas e o pessoal ainda não se entrosou. Sem falar no constante passar nervoso com qualquer entrada mais dura nas peças-chave que estavam em campo, porque afinal também elas não podem não estar o tempo todo.

Mas acontece que este Grêmio e Vitória não era uma partida válida pelo Gauchão. E o momento não é o de preparação para um outro torneio importante que começa, mas sim para o seu encerramento. O Grande Encerramento.

Daí que por mais que nos pareça um alívio passarmos incólumes por jogar em casa sem ser em casa, contra um time que tem tudo a perder e portanto não iria aliviar, não há porque esconder a irritação com alguns detalhes da partida.

Por exemplo, a confusão que se instalou por vezes na defesa, dentro da grande área, quando o Vitória resolvia chegar por lá com o ímpeto e o número de jogadores típicos de quem precisa do resultado. No gol dos baianos que abriu o placar, Kanneman, Geromel e Leonardo correram todos pro mesmo lado para cercar David, que largou a bola no meio do bolor para Patric finalizar sozinho na cara de Paulo Victor.

Quem quiser, pode gastar tempo procurando os milímetros do suposto impedimento, mas talvez seja mais proveitoso gastar tempo pensando como a troca dos laterais pode bagunçar o sistema defensivo de maneira que até Kannemann errou botes e teve jogada em que Geromel caiu de bunda no chão.

De qualquer maneira, dois minutos depois, Leonardo jogando pelo lado trocado cruzou milimetricamente para o pequeno Fernando cabecear e empatar. Diriam os mais céticos que foi um gol contra a falta de fé de praticamente todos nós.

Era a metade do primeiro tempo. Depois disso, com o jogo mais calmo, o Grêmio começou a mostrar a diferença entre os dois times, expressa na distância entre um e outro na tabela de classificação. Ainda assim, assistimos – de novo num salsero dentro da área – a bola sobrar para Neilton errar por pouco um chute de dentro da pequena área.

No segundo tempo, a expulsão de Filipe Soutto aos 12 minutos parecia que ia fazer o jogo mudar por completo. Obviamente, o Vitória recuou e o Grêmio segurou a bola muito mais tempo no ataque.

Mas o que mudou mesmo o jogo foram as estranhas substituições de Renato. Éverton no lugar de Leonardo, depois Jael no lugar de Jailson. Com 5 jogadores de ataque em campo, o Grêmio atacou desordenadamente. E não virou o jogo.

Qualquer arrancada com a qual ainda se poderia sonhar no Brasileirão, parece ter se perdido no meio desta confusão.

Que saiamos dela quando for realmente necessário.

Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA