E elas escreveram a História: Gremio 1 x 0 Vitória-PE

1 Postado por - 13 de março de 2017 - Artigos

A chuva forte que caiu durante toda a manhã, alagou Porto Alegre e arredores – incluindo o gramado do Centro de Formação e Treinamento Hélio Dourado, em Eldorado do Sul – foi apenas um obstáculo a mais para as primeiras mulheres a jogarem uma partida de um campeonato nacional oficial pelo Grêmio. Há todas as questões que não precisam ser enumeradas sobre a participação das mulheres no futebol, sobre preconceitos, falta de apoio, estruturas amadoras, cobranças profissionais. E houve ainda as questões que eu já reuni neste post sobre a incapacidade do Grêmio, a instituição, dar ao seu grande feito deste início de ano a dimensão que ele deveria ter. E tem.

Apesar de tudo isto, as mulheres gremistas estrearam contra o Vitória de Santo Antão (PE) em Eldorado do Sul para um público que não foi contabilizado. Este olho amador estima algo como 200 pessoas na arquibancada. A maior parte, familiares das jogadoras. Alguns poucos torcedores das organizadas. E gente como eu, que estava lá para tomar parte da História, que teve esta escalação:

1 Renata, 2 Fernanda, 3 Thiellen, 4 Ninja, 5 Jaqueline, 6 Caroline, 7 Shaiane, 8 Daniela, 9 Caroline Dallazen, 10 Karine, 11 Tati – com as entradas no segundo tempo de  15 Beta, 18 Tefinha e 19 Júlia. Técnica: Patrícia Gusmão.

Estas mulheres venceram a partida contra a equipe que ocupa a 2a posição no ranking da CBF com um gol típico do abafa de fim de jogo: depois do famoso bate e rebate no meio campo, a bola sobrou para Karina, que driblou a goleira adversária e chutou da linha da pequena área para fazer a bola, enfim, bater no canto superior esquerdo da rede. Aos 46 do segundo tempo.

Porém, graças ao silêncio entre incompetente, descuidado e desrespeitoso do clube (mantido até a véspera da partida), eu fui apenas uma espectadora parcial da História. Como muitos de nós – a maioria de nós, certamente -, eu não tinha a mínima ideia de quem são aquelas mulheres, o que viveram, o que passaram para estar em Eldorado do Sul, numa tarde de tempo instável, campo encharcado e diante de umas 200 pessoas para jogar futebol. Simplesmente futebol.

Por isso, não ouso falar mais sobre o jogo.

Por isso, passo a palavra para a Rubiani, 16 anos, uma das mulheres do plantel tricolor. A Rubiani não foi relacionada para a estreia (e ela explica por quê aí no vídeo) e passou os 90 minutos grudada na grade da pequena arquibancada do CFT Hélio Dourado fazendo o que nós todos temos o dever de fazer: torcer.

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1 comentário

  • Ezio 14 de março de 2017 - 12:44 Responder

    Finalmente achei tempo para comentar sobre esse post que queria desde que ele foi publicado. Poderia ter simplesmente ter comentado como foi esse jogo histórico e tb ter postado um video com os melhores lances da partida. Esse desabafo da jogadora poderia ter sido postado em um outro momento mais apropriado. Era hora de simplesmente curtir a vitória.

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