Grêmio Libertador

E A GENTE AINDA QUER MAIS: Grêmio 2 x 0 Coritiba

Vencemos. Por dois gols. Sem tomar nenhum em casa desde o início do campeonato. Com uma escalação vista pela primeira vez em campo. Contra um adversário que está ali no mesmo topo da tabela que nós. Seguimos a um ponto do líder e já abrimos seis em relação ao terceiro colocado. E, ainda assim, terminamos de assistir este Grêmio x Coritiba com um pontinha de desapontamento no peito.

Parecee que estamos virando a criança mimada que ganha a bicicleta prometida, mas faz bico porque ela não voa.

Esta imagem já estava em nosso espelho desde segunda, quando empatamos “o melhor jogo do campeonato até aqui”. Hoje, a criança mimada nos olha do espelho e faz beicinho, porque vencemos, mas não fizemos um jogão daqueles.

Não foi daqueles, mas foi este:

Entramos em campo com uma escalação inédita. Diriam por aí que trocando os “quatro volantes” dos últimos jogos por “quatro atacantes”. Com Pedro Rocha e Fernandinho atuando pelas laterais do meio campo pra frente como pontas, Luan e Barrios pelo meio. A primeira vista, mimados que fomos com a qualidade da armação realizada pelos “volantes” Ramiro e Arthur, estranhamos e fizemos até carinha de desgosto com aquele vazio no meio de campo.

Carinha de desgosto que durou uns sete minutos. O Coritiba ia para o ataque sem nenhum perigo e nós não fazíamos nada digno de nota. Lá pelas tantas, Michel e Arthur chegaram um tantinho pra frente. Michel largou no Pedro Rocha aparecendo pelo meio. Ele tabela com Luan, dribla três defensores aproveitando o quique da bola e enfia o pé na bola com gosto.

Por mais um bom tempo, dominamos o jogo com certa tranquilidade. Barrios chegou a marcar em posição de impedimento, depois de duas defesas de Wilson – que ao longo do jogo faria outras boas defesas.

O Coritiba pouco fazia além de rodar bola no seu campo de defesa, até a entrada de Tiago Real no lugar de Alan Santos. E aí a segunda metade do primeiro tempo foi mais equilibrada, com os paranaenses chegando mais perto do gol, mas sem criar situações de perigo real. De nossa parte, Luan ainda botou Barrios na cara do gol com um lindo passe por cobertura, mas foi isso.

Terminamos o primeiro tempo vencendo, sem sustos. Ainda assim, queríamos mais: como assim, não estamos voando?

O segundo tempo recomeçou e nada de ninguém voar, até perto dos 20 minutos. Depois do reestreante Barrios sair para a entrada de Éverton, alguns contra-ataques – com Fernandinho e Luan – viraram belas defesas de Wilson. Aos 30 minutos, Renato trocou Pedro Rocha por Lincoln e Arthur por Maicon. Com o meio de campo mais cheio de gente, seguramos a bola mais tempo no ataque, chutamos várias vezes a gol e Wilson fez mais algumas defesas. Mas não, ninguém voava. Aos 40, achamos o segundo gol num contra-ataque após roubada de bola de Fernandinho. Assistência de Luan, Fernandinho na cara do gol, gol.

Uma partida inteira sob controle. O resultado que era necessário. E saímos querendo mais. Saímos querendo voar.

Racionalmente, sabemos que nem sempre será possível. Mas os mimos que, até aqui, nos ofereceu a equipe de Renato nos permite achar que é.

Vamo, vamo, vamo. (Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA)

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