É no campo

2 Postado por - 29 de junho de 2014 - Artigos

O jogo de ontem entre Brasil e Chile colocou no centro do debate a questão emocional dos atletas brasileiros. Para alguns, ela está sendo fundamental para o mau desempenho da seleção. Já para outros, é apenas uma cortina de fumaça que esconde problemas técnicos e táticos do escrete canarinho.

Se fosse para escolher um ponto de vista, ficaria com o segundo. Entretanto, penso que o problema emocional está atrapalhando a seleção, e muito porque Felipão não consegue dar um padrão ao time. O esquema tático está superado e o bigodudo parece estar sem criatividade para mudar o esquema e as partidas, ou seja, as más atuações e o medo da eliminação eminente estão afetando o lado emocional de um time sem alternativas, ou melhor, com uma alternativa: Neymar. Além disso, jogar em casa pressiona ainda mais a família Scolari.

Desde 2001 sem uma conquista expressiva, a pressão por títulos é uma rotina gremista. Conforme o jejum aumenta, jogadores, comissão técnica e dirigentes têm que conviver não só com adversários, mas também com essa ansiedade que a torcida carrega há anos.

Que o nosso treinador faça o time jogar (Foto: Lucas Uebel, Flickr oficial do Grêmio)

Que o nosso treinador faça o time jogar (Foto: Lucas Uebel, Flickr oficial do Grêmio)

Por mais que essa nossa ansiedade possa atrapalhar em determinados momentos, penso que ela nunca será um fator determinante. O que precisamos para voltar a vencer é jogar um bom futebol com alternativas táticas e criativo.

Acredito que com o elenco atual, Enderson Moreira pode fazer um excelente trabalho. A pressão da torcida deve ser respondida dentro de campo, com uma equipe competitiva e pronta para vencer, inclusive considerando aspectos emocionais.

Seja o Brasil ou o Grêmio, as questões extra-campo serão deixadas de lado se dentro das quatro linhas o futebol apresentado for promissor. Se Felipão está tendo dificuldades em fazer a seleção jogar bem, que Enderson aproveite essa pausa e dê ao Tricolor a cara de uma equipe vencedora, afinal de contas, é na cancha que se vence.

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2 + comentários

  • Henrique terras 29 de junho de 2014 - 15:16 Responder

    Agora me responda sabidao. Quer dizer que o felipao esta defasado? Então a um ano atrás todas as seleções estavam e de uma hora pra outra viraram times superiores ao Brasil, pois na copa das confederações jogamos pra caramba. Eu acredito que eh emocional o problema.

  • FÁBIO GREMISTA 29 de junho de 2014 - 15:40 Responder

    Enderson Moreira foi beneficiado com esta parada para a Copa do Mundo. Quem acompanha minimamente o trabalho do treinador percebe que ele estava completamente desorientado. Suas entrevistas coletivas já deixavam transparecer um Enderson na defensiva, sempre afirmando que não teria problemas em ir embora do Grêmio caso a direção assim entendesse como a melhor opção.

    E nós sabemos que ele só não foi demitido pela ausência de nomes viáveis no mercado.

    Enfim, a Copa começou e com ela a pausa dos campeonatos nacionais. Enderson teve uma folga do calendário e das cobranças, assim como tempo suficiente para pensar nos motivos que culminaram nos dois grandes erros do primeiro semestre.

    Além do mais, o Grêmio reforçou o elenco. Com os jogadores que estão à disposição, é possível formar um bom time. Claro que depende muito da disposição destas peças em campo, e aí que começa a minha preocupação, pois acho que o Enderson não é mais do que um bom auxiliar técnico.

    A sequência dos jogos e, principalmente, o próximo Grenal, trarão o veredito. Aliás, o Grenal estará carregado de um componente emocional tão elevado como há tempos não se via e caberá ao treinador, se ele ainda estiver na casamata, lidar com isso, pois os jogadores sabem que serão cobrados pelo último placar.

    Por mim, o Grêmio já poderia ter outro comandante. De qualquer forma, fica a torcida para que o Enderson tenha encontrado o caminho das pedras.

    No famoso espírito do: não tem tu, vai tu mesmo.

    Abraço!

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