E o 62 chegou

E o 62 finalmente chegou. Mesmo contra um treinador que encheu  o nosso saco em todo o 2015. Como todos os jogos que o filho do Nelsinho fez com seus times na temporada (ainda bem que quis ficar no Sport, hein, Rui Costa?) foi uma retranca danada, pensando em puxar contra-ataques rápidos. Duas linhas de quatro com diferença de dois metros que continha toda a linha ofensiva do Grêmio que insistia em não entrar na linha final deles. Mas nem precisou.

Pra se um pouquinho diferente o time do Fluminense tentou surpreender o Grêmio tentando atacar logo no início. Aí o Grêmio foi o único time a ter alguma chance, justamente puxando contra-ataques. Embora com poucas chances claras de gol (uma só com o Douglas, praticamente), o Grêmio insistiu em chutar da intermediária, o que foi uma solução que chegou, finalmente, ao nosso time. Depois de tantas rodadas conseguimos manter o controle do jogo chutando bastante.

Mas a primeira chance clara veio com o Fluminense. Escanteio cavado, bola no Fred, Geromel errou a marcação (deixou o Ramiro na bola!) e bola na trave (pela Copa do Brasil essa bobeada custou a classificação). Aí, novamente, voltamos para as rédeas do jogo e de lá não saímos mais. Devolvemos a bola na trave com uma boa antecipação do Everton, que tinha trocado de lado com o Giuliano. Sem conseguir se recuperar, o Fluminense só se defendia. E em uma falta grotescamente não marcada pelo fraquíssimo juiz,  Luan ficou caído na beira da área, com o Grêmio tendo escanteio. Bola cobrada, sobra pra ele, ainda meio grogue, que troca de perna, chuta e, desviada, a bola acerta novamente a trave. Foi um primeiro tempo de amplo domínio nosso em casa, mesmo sem o gol.

Segundo tempo e paramos de chutar. O treinador deles colocou um meia pra tentar articular melhor o contra-ataque,  já que o chutão tava morrendo na nossa zaga. Fred tava tão irritado com isso que deu uma cotovelada no Bressan ainda no primeiro tempo, recebendo um amarelo (se fosse o Pedro Rocha e o Héber, saberíamos que o fim seria bem outro). E eis que o juiz voltou a aparecer logo no início do segundo tempo: Fred seguiu irritado e tentou cavar lateral. Não levou e agrediu o Wallace, pra matar a jogada. Lance pra amarelo e quem amarelou foi o juiz.

Logo em seguida, escanteio pro Grêmio. A bola, no primeiro pau, encontra a mão do Gerson, que havia entrado pra ser a ligação (porém só notado por ter levado amarelo em falta no Luan). Pênalti marcado principalmente pela consciência do juizeco. Luan bateu e anotou o único gol do jogo. O artilheiro da temporada gremista tem 16 gols – o que escancara o que faltou pra gente em 2015.

Luan faz o nono dele. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (Via Flickr)

A partir daí,  mais domínio gremista. Até o Gerson perder mais uma vez a cabeça, depois de uma série de jogadas mais pesadas que foram reclamadas de ambos os lados – e que recebeu atenção zero de vossa excelência do apito – e dá uma paulada no Luan. Falta pra amarelo (o segundo) que acabou virando vermelho direto. Foi a deixa pro Frederico pedir pra sair pra não seguir o mesmo expresso chuveiro do guri da Roma. E, a partir daí, a adrenalina baixou, o Grêmio ficou pensando em Grenal e, embora não correndo riscos reais, ainda tomou uma leve pressãozinha. E perdeu alguns gols claros por excesso de preciosismo.

Já estamos em sexto, aconteça o que acontecer. O que é muito ruim pros analistas que já davam o rebaixamento como certo depois do segundo Grenal do ruralito. Agora, ironicamente, a coroação do ano pode vir justamente no Beira Rio. Não será fácil. Mas a vitória fora (ou até um empate) passa a régua em 2015.

PS 22:15: Com a derrota do Inter pra Chapecoense (com homenagem ao Apodi no vestiário, será?), só não estamos matematicamente em quinto se o Inter tirar os 20 gols de diferença de saldo (ou seja, meter 6×0 nos três jogos, em média).