É preciso reformular?

2 Postado por - 13 de julho de 2014 - Artigos

brasil-de-821

Escrevo durante o segundo tempo da prorrogação da final da Copa do mundo entre as duas equipes que para mim seguem uma cartilha fiel aos seus princípios e características. Alemanhã com um futebol técnico e organizado e a Argentina de garra e coração.

E esse campeonato é bonito de (GOOOL DA ALEMANHÃ!!!!!) ver porque tu percebe a briga entre estilos. E é ai que mora o problema da nossa seleção. 99% dos nossos jogadores estão fora do país, aplicando outros estilos de futebol. Melhor ou pior, não é o estilo de futebol jogado no Brasil. Todos os craques brasileiros saem do Brasil o mais rápido possível. Ficam aqui os medianos ou regulares. Junte isso à falta de investimentos nas categorias de base e de planejamento de longo prazo e temos a formula para a falta de títulos. Mas não concordo que o nosso futebol esteja ultrapassado ou obsoleto. Só acho que estamos com “gripe européia”. Cada jogador aprende a jogar de um jeito e um estilo diferente e na hora de jogar pela seleção é sempre sem tempo pra treinar e fazer do time uma equipe. Ultrapassado está a cabeça dos dirigentes que transformam tudo na melhor forma de se promover e ganhar dinheiro.

Não devemos perder nossa essência do futebol porque a moda é marcar mais, correr mais ou tocar a bola mais rápido. A grande qualidade do nosso futebol sempre foi a inventividade, a habilidade, a criatividade no momento decisivo e a superação. Esse esquema não é infalível mas nos garantiu 5 títulos e nos transformou na maior referência do futebol.

Podemos e devemos aprender muito com a CAMPEÃ Alemanhã a como gerir os clubes de futebol e organizar campeonatos. E poderíamos aprender com nossos vizinhos argentinos a como se manter fiéis aos seus princípios futebolísticos, mesmo estando na fila para levantar a taça novamente a muito tempo.

 

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3 + comentários

  • Leonardo 14 de julho de 2014 - 07:46 Responder

    O seu argumento é falho, uma vez que a Argentina convocou apenas 3 jogadores que atuam no país e, segundo seu texto, ela mantem-se fiel ao seu estilo. O grande problema que eu vejo é que aqui se formam bons jogadores, não boas equipes, nossos treinadores estão sim muito defasados, mesmo em relação aos Argentinos, basta ver a quantidade deles fazendo bons trabalhos tanto em seleções que disputaram a copa quanto em times de destaque do futebol mundial. Abraço.

  • Fausto 14 de julho de 2014 - 10:53 Responder

    Respeitosamente discordo um pouco dos argumentos.

    Como o amigo acima comentou, a Argentina também tem a grande maioria dos seus jogadores jogando na Europa, companheiros de clube dos brasileiros no Barça, PSG, Real Madrid, etc.

    Eu acho que podemos e devemos mesmo aprender com os alemães a fazer um projeto de longo prazo, trablahando as categorias de base, trabalhando pra aumentar a média de público nos estádios e atratividade do campeonato nacional e para segurar os jogadores no país. Mas, como bem apontou o Fagner há uns dias, o principal ponto p/ reforma do futebol brasileiro seria trocar a corja que comanda a CBF e a maneira como a seleção é administrada.

    Com relação ao nosso futebol, cabe fazer uma análise dos 5 títulos mundias.

    O tri-campeonato (58, 62 e 70 falhando somente em 66) veio de uma combinação bombástica que nunca mais irá acontecer: o Brasil revelava craques a rodo, dentre eles dois dos maiores de todos os tempos, Pelé e Garrincha e, além disso, o futebol praticado no mundo era outra. Era um futebol onde todos tinham espaço pra jogar. Aí já era. Os craques que nós tínhamos, com espaço, ninguém segurava. Hoje em dia time nenhum dá espaço, porque se dá acontece o que aconteceu naquele fatídico 7 x 1.

    No tetra em 94, essas qualidades aí que tu listou, exceto a superação, estavam resumidas a um único jogador: Romário, que carregou a seleção nas costas. No restante, foi uma seleção pragmática, com uma dupla de zaga segura, uma dupla de volantes destruidores, meias burocráticos e laterais envelhecidos. Jogou pro gasto, foi campeão nos penaltis e se não tivesse um Romário inspirado (até gol de cabeça fez) não teria ganho. Aliás, não teria nem ido pra Copa.

    O penta em 2002, podemos colocar na conta do Felipão. Que pode estar velho e ultrapassado hoje, mas que teve culhão para fazer diversas coisas que deixaram o pessoal em polvorosa na época. Seleção com 3 zagueiros e 2 volantes, barração de nomes com apelo popular, inclusive de Romário que ainda fazia seus gols e era pedido na seleção e aposta de alto risco no fenômeno, que ningúem acreditava que daria a volta por cima. Tudo deu certo e veio o penta.

    Mas isso já tem 12 anos. Coincidência ou não, tempo parecido que o nosso tricolor parou de conquistar títulos.

    O futebol mudou, evoluiu. Não dá pra ficar parado no tempo. Não dá pra acreditar que somos brasileiros, do país do futebol, que jogamos melhor que todo mundo e que temos os melhores craques que farão diferença na base da habilidade. É só analisar os jogos dessa Copa … Argélia, Irã, Costa Rica, Grécia, Bélgica … eternos sacos-de-pancada do futebol mundial jogando de igual pra igual com todo mundo! O famoso clichê “não tem mais bobo no futebol” é clichê mas é real.

    O que falta pro Brasil é consciência tática. Filosofia de jogo bem definida e refletida no esquema, posicioinamento, movimentação, jogadas ensaiadas. Comprometimento com uma idéia de futebol. Falta nos clubes e falta na seleção. Continuamos jogando futebol na base do vamo-que-vamo. Junta os 11 melhores, manda a campo e vamos ver no que vai dar. Quando tivermos isso, aí sim a qualidade individual dos nossos jogadores pode fazer a diferença. Do contrário o que nos espera é o que vimos nessa copa, jogar de igual pra igual com seleções “série B” como Chile, Colômbia, Croácia, México e apanhar feio dos “série A” como Alemanha, Holanda, etc.

    O que se viu nos dois últimos jogos da Copa foi deprimente. Alemanha e Holanda que suaram contra Argentina, Costa Rica e Argélia, não precisaram sujar o uniforme, nem fazer força, nem derramar uma gota de suor pra patrolar a seleção brasileira, totalmente perdida em campo, refém de um esquema que já não funcionava quando tinha o Neymar e que sem ele naufragou de vez!

    É por isso que Grêmio e Cruzeiro pararam no San Lorenzo na Libertadores, porque ambos tem times melhores.

    Resumo da ópera. Eu acho que a essência do futebol brasileiro, do craque, do habilidoso, do joga bonito da nike, do país do futebol, do pagode no ônibus, da alegria, isso aí não foi perdido. O problema é justamente acreditar que só isso é suficiente pra nos levar a algum lugar.

  • FÁBIO GREMISTA 14 de julho de 2014 - 15:03 Responder

    O futebol brasileiro está defasado. Aliás, o que é, conceitualmente falando, o ‘futebol brasileiro’?

    Taticamente, não agregamos nada. Nossos treinadores não atuam nas grandes equipes do planeta, e isto deve ser considerado. Neste sentido, o ‘futebol’ argentino é melhor que o nosso, pois tivemos apenas dois técnicos, de retumbantes fracassos, em solo europeu, Luxemburgo e Felipão – e muito mais por aposta do que convicção.

    Aliás, com exceção do Brasil, o futebol sul-americano evoluiu no sentido tático. A Libertadores deste ano já foi um exemplo; aqui, o que separou o Cruzeiro do Grêmio foi o título nacional mas, na L.A., ambos tiveram o mesmo desfecho: eliminados por um clube de menor expressão, mas que atua melhor.

    O brasileiro é, culturalmente falando, um babaca. Não vou entrar no mérito das imagens alienantes das pessoas chorando após o jogo contra a Alemanha; tem gente morrendo adoidado no planeta por causa de guerras, doenças e fome, situações REALMENTE TRISTES, e não vejo nenhum brasileiro chorando por causa disso. As imagens da Globo e da Band, sob este aspecto, são de uma futilidade sem par.

    Contudo, nos atendo só ao futebol, levar 7×1 e, na sequência, 3×0, é sinal de que o trabalho não é bom, simples assim. Precisa ser estudado e atualizado, com objetividade e profissionalismo, sem sensacionalismo ou oportunismo, e aí é que entra o fato do brasileiro ser naturalmente um babaca, porque o trabalho não faz parte da cultura nacional, e muito menos a humildade em reconhecer o erro; existe o “jeitinho” e a “malandragem” que faz com que as coisas permaneçam sempre no mesmo nível, mudando sem mudar, até porque a fórmula vem dando lucro – esta aí a CBF, de cofres cheios – e isso é só o que importa.

    Seria, pelo aspecto simbólico, um grande momento para a reflexão e necessárias modificações. Mas, como o brasileiro é babaca, isso será apenas tema de conversa de bar e blogs, e tudo continuará sendo como sempre foi ou, no máximo, mudando para não mudar.

    É como diz a imagem que o próprio Ronaldo postou em seu instagram: a Alemanha tem 102 prêmios nobels e o Brasil não tem nenhum.

    E os babacas chorando por causa de 7×1.

    Na boa, vão se fuder.

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