Ele é só 01

6 Postado por - 14 de janeiro de 2016 - Artigos

Estou aqui demorando pra escrever sobre a coletiva do Marcelo, porque no fundo, achei esse lance de dar status de reforço a uma renovação uma tremenda bobagem. Porém no caso do Marcelo realmente acho que vale o envolvimento. Isso porque acredito que a relação que o goleiro desenvolve com o clube diferente dos outros jogadores.

Dois laterais, dois zagueiros, dois volante, dois meias, dois atacantes. Só um goleiro. No jogo da bola no pé só ele pode usar a mão. Ele é o único do time a ter dois técnicos. Tem uma treinamento específico. E muitas vezes quando acerta fala-se mais do que o adversário deveria ter feito para fazer o gol, do que ele fez para evita-lo.

Um atacante pode perder um gol, o volante pode dar um bote errado, o meia pode errar um lançamento e o lateral nem vou falar, né? Mas na pequena área não tem perdão. Se falhar será responsabilizado. O goleiro desde cedo desenvolve um vínculo de proteção. Ele assume o cargo de se tornar a última barreira, de ser intransponível. Quando os outros erram a sua frente ele é a esperança de redenção. Ele é o guardião da bandeira do clube. Isso cria um sentimento de carinho maior. Pro goleiro todo lance é um pênalti.

E por falar em pênalti, o momento mais aflitivo que uma partida pode chegar. Quem é o protagonista? Só um pode fazer a partida acabar.

Ele normalmente já está no clube desde a base. Característica fundamental para um goleiro é passar confiança. E pra merecer isso da torcida da diretoria e do técnico tem que ralar muito. Por isso o goleiro demora a assumir a titularidade. Pensem nos outros grandes clubes campeões e lembrem do goleiro. Vejam a quantos anos ele está naquele clube.

Ele vê o jogo de forma única.  Lá do fundo. Quando o jogo está muito bom pro nosso time ele quase não aparece. Comemora o gol quase sempre sozinho, se virando pra torcida.

O goleiro desenvolve uma resiliência maior do que seus companheiros. Desde de pequeno o goleiro aprende a lidar com a falha capital do jogo. E ele não pode se abater. Ele é só um.

Marcelo Grohe merece o paparico, soube esperar sua hora. Teve calma quando foi desvalorizado pelo clube. E aproveitou o momento quando chegou. Mas ele acertou quando disso que para entrar na história do Grêmio tem que ganhar títulos. Citou Lara, Mazzaropi e Danrley. Mas podemos registrar também Galatto ou alguém vai esquecer desse título algum dia?

Toda essa vivência única, num jogo coletivo, transforma o goleiro numa figura ímpar. E por isso nas costas da sua camisa está o número 01. É onde todo bom time começa.

Sem dúvida Grohe vai conquistar um grande título pelo tricolor. Do mesmo jeito que conquistou sua vaga na equipe.

Bora Patrolar!

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