Empate empatado: Grêmio 1 x 1 Santos

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empatar

verbo

1. transitivo direto

dificultar a continuidade de; sustar, suspender, embaraçar.

2. transitivo direto

tomar (tempo); ocupar.

3. transitivo direto, indireto, intransitivo

fazer com que se torne igual, igualar.

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Empatar é, de fato, o que define este Grêmio x Santos. Não apenas pelo placar final, que deixa tudo como já estava antes da rodada começar. Descrever o jogo de hoje exige usar empatar em várias das suas conotações.

Para falar, por exemplo, do desempenho do time, é preciso dizer que o Grêmio do segundo tempo claramente empatou – no sentido de SUSTAR, SUSPENDER – o futebol jogado no primeiro tempo.

O time que entrou em campo – com Ramiro e Maicon alternando na volância e um quadrado de atacantes rápidos, jogando todos de frente para o gol e com a responsabilidade de voltar para marcar e roubar a bola na intermediária – tinha toda a cara de um time de segundo tempo. Daqueles que se bota em campo quando é preciso modificar a estratégia durante a partida.

No primeiro tempo, este Grêmio de segundo tempo amassou o Santos no campo de defesa. Com destaque para a efetividade de Maicon na transição, do posicionamento preciso de Fernandinho no ataque e na recomposição e de Pedro Rocha chutando a gol sem receio.

Sofremos o gol na soma da regra não escrita do futebol – “quem não faz leva” – com a sina tricolor – “bola cruzada na área é um perigo”. No escanteio, David Braz apareceu sozinho dentro da pequena área para cabecear forte, botar o Santos na frente no placar e, pela primeira e única vez no jogo, fazer Marcelo Grohe aparecer na tela da TV.

Mas como um típico time de segundo tempo, com a missão de correr atrás de resultado, o Grêmio botou a bola no chão e partiu pra cima. No cruzamento de Edílson, Éverton chutou forte, Vanderlei espalmou mais uma e, desta vez, a bola subiu para Fernandinho usar a cabeça para escolher o canto e fazer o gol.

Problema é que time de segundo tempo é feito para jogar um tempo só. Na segunda metade da partida, o Grêmio SUSPENDEU o futebol vistoso da primeira etapa. Em parte, porque não há como ter fôlego para manter ataque e defesa sendo feito por todo mundo ao mesmo tempo. Em parte, porque não tínhamos muito como mexer no ataque.

E registre-se que a tentativa de mudar o jogo feita por Renato resultou em mais um empate: Arroyo entrou e IGUALOU Bolaños no critério quebrar a cara na estreia.

Só que explicar o jogo exige usar mais vezes o verbo empatar.

É preciso dizer que fomos empatados pela arbitragem, que claramente DIFICULTOU A CONTINUIDADE do jogo e EMBARAÇOU a justiça em campo ao demonstrar total falta total de critério para marcar faltas e distribuir cartões. Foi irritante e TOMOU O TEMPO do que deveria ser o jogo jogado.

Por fim, registre-se que a atuação do Santos permite que brinquemos ainda mais com o verbo da partida: empataram soltando as patas.

E fiquemos por aqui, porque já empatamos demais.

No fim, ficou tudo igual. (Foto: LUCAS UEBEL/ Grêmio FBPA)

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3 + comentários

  • Ezio 31 de julho de 2017 - 09:32 Responder

    Michel e Arthur fizeram mta falta ontem… Michel é um excelente carregador de piano e Arthur consegue sair jogando e marcar com a mesma precisão… Era um jogo sob medida pro Barrios por causa da retranca do Santos… Barrios tem porte fisico, presença e técnica o bastante pra abrir na marra a retranca deles tb fez mta falta… Jogamos sem praticamente meio time ontem mas mesmo assim ficou uma ponta de preocupação por esse empate… Primeiro pelo Grohe ter mais uma vez tomado um gol de cabeça na pequena área… Tudo bem concordo que foi mais uma falha coletiva mas não é novidade pro Grohe que a zaga é hesitante em mtas bolas pelo alto… Custa o Grohe tomar a iniciativa de gritar “É MINHA” e interceptar uma bola ? E segundo, achei o time mto mais preocupado em bater boca com o Santos e xingar o juiz a fazer sua parte de jogar a bola dele e abrir a retranca deles na marra. O juiz desde o começo mostrou que seria conivente com o antijogo dos caras então não adianta bater boca é chegar e mostrar quem mandava. É show o toque de bola no time mas era jogo pra jogar na base da virtuosidade, na imponência… Achei que faltou isso ao GREMIO ontem…

  • Artur Wolff 31 de julho de 2017 - 10:48 Responder

    Arthur não tem substituto neste time do Grêmio, faz falta na articulação e chegada na frente.
    Por causa de jogos como o de ontem é que não me “desmancho” pelo futebol de Luan.
    Craque tem que resolver nestas horas, em partidas encardidas como a de ontem. Fez muito pouco de útil. É um bom jogador, que se for oferecido 20 milhões de euros o Grêmio tem que vender correndo.
    O Santos é um bom time que não por acaso está em 3º.
    Lucas Lima e Bruno Henrique jogam muito; gostaria de vê-los no Grêmio.

    • Gilso 31 de julho de 2017 - 16:41 Responder

      Perfeita leitura de jogo. Também concordo que Luan precisa ser decisivo em jogos complicados (fechados) e estamos com uma “Arthurdependencia” enorme, o muleque é muito bom e nos acostumamos com o belo futebol que ele apresenta.

      Quanto à Lucas Lima e Bruno Henrique, o primeiro quase veio esses tempos pois estava chateado no Santos, se não estou errado, inclusive seria feita uma troca entre ele e o Lincoln. O segundo parece-me que também foi especulado no Grêmio no inicio desse ano, quando tentava-se contratar Gabriel Fernandez e Kayke que não deu certo.

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