Grêmio Libertador

Empate empatado: Grêmio 1 x 1 Santos

*********************************************

empatar

verbo

1. transitivo direto

dificultar a continuidade de; sustar, suspender, embaraçar.

2. transitivo direto

tomar (tempo); ocupar.

3. transitivo direto, indireto, intransitivo

fazer com que se torne igual, igualar.

*********************************************

Empatar é, de fato, o que define este Grêmio x Santos. Não apenas pelo placar final, que deixa tudo como já estava antes da rodada começar. Descrever o jogo de hoje exige usar empatar em várias das suas conotações.

Para falar, por exemplo, do desempenho do time, é preciso dizer que o Grêmio do segundo tempo claramente empatou – no sentido de SUSTAR, SUSPENDER – o futebol jogado no primeiro tempo.

O time que entrou em campo – com Ramiro e Maicon alternando na volância e um quadrado de atacantes rápidos, jogando todos de frente para o gol e com a responsabilidade de voltar para marcar e roubar a bola na intermediária – tinha toda a cara de um time de segundo tempo. Daqueles que se bota em campo quando é preciso modificar a estratégia durante a partida.

No primeiro tempo, este Grêmio de segundo tempo amassou o Santos no campo de defesa. Com destaque para a efetividade de Maicon na transição, do posicionamento preciso de Fernandinho no ataque e na recomposição e de Pedro Rocha chutando a gol sem receio.

Sofremos o gol na soma da regra não escrita do futebol – “quem não faz leva” – com a sina tricolor – “bola cruzada na área é um perigo”. No escanteio, David Braz apareceu sozinho dentro da pequena área para cabecear forte, botar o Santos na frente no placar e, pela primeira e única vez no jogo, fazer Marcelo Grohe aparecer na tela da TV.

Mas como um típico time de segundo tempo, com a missão de correr atrás de resultado, o Grêmio botou a bola no chão e partiu pra cima. No cruzamento de Edílson, Éverton chutou forte, Vanderlei espalmou mais uma e, desta vez, a bola subiu para Fernandinho usar a cabeça para escolher o canto e fazer o gol.

Problema é que time de segundo tempo é feito para jogar um tempo só. Na segunda metade da partida, o Grêmio SUSPENDEU o futebol vistoso da primeira etapa. Em parte, porque não há como ter fôlego para manter ataque e defesa sendo feito por todo mundo ao mesmo tempo. Em parte, porque não tínhamos muito como mexer no ataque.

E registre-se que a tentativa de mudar o jogo feita por Renato resultou em mais um empate: Arroyo entrou e IGUALOU Bolaños no critério quebrar a cara na estreia.

Só que explicar o jogo exige usar mais vezes o verbo empatar.

É preciso dizer que fomos empatados pela arbitragem, que claramente DIFICULTOU A CONTINUIDADE do jogo e EMBARAÇOU a justiça em campo ao demonstrar total falta total de critério para marcar faltas e distribuir cartões. Foi irritante e TOMOU O TEMPO do que deveria ser o jogo jogado.

Por fim, registre-se que a atuação do Santos permite que brinquemos ainda mais com o verbo da partida: empataram soltando as patas.

E fiquemos por aqui, porque já empatamos demais.

No fim, ficou tudo igual. (Foto: LUCAS UEBEL/ Grêmio FBPA)

Comparilhe isso: