Estamos mal?

0 Postado por - 12 de maio de 2017 - Artigos

Estamos mal? O Grêmio entrou em campo 23 vezes esse ano. São 10 vitórias, 9 empates e 4 derrotas, um aproveitamento de 57% até o momento. Se tirarmos da conta as partidas com o time claramente “alternativo”, são 18 jogos, com 9 vitórias, 7 empates e 2 derrotas. Um aproveitamento de 63% com uma sequência de 15 jogos sem perder terminada naquele roubo lá no Chile. Se o Grêmio mantivesse esse aproveitamento faria 72 pontos no Brasileiro. Se considerar todos os jogos, daria 65. Nos dois casos no G-4 do campeonato passado.

Mas tudo bem, o time do Grêmio não parece confiável pra muitos. Isso porque as atuações incontestáveis foram poucas. Não que ano passado tenha sido muito diferente, mas, na Copa do Brasil, fica difícil falar de um jogo ruim do Grêmio (a estreia do Renato em casa, contra o Atlético PR, no máximo). E as pessoas querem é ter aquela sensação de “o Grêmio vai sair campeão”. Como a fase de grupos da Libertadores não é considerada parâmetro e gauchão sim (a esquizofrenia do RS) os resultados finais estão pesando no clima de insegurança. Até as análises pré-campeonato colocam o tricolor do meio pra baixo da tabela. O que é mais fruto do pessimismo do que da lógica.

O time que mais jogou pelo Grêmio no ano foi: Grohe (16 vezes);  Léo Moura (17), Geromel (12), Kannemann (17) e Marcelo Oliveira (18); Jaílson (15) e Ramiro (18); Everton, Miller e Pedro Rocha (16 todos); Luan (16). Isso fazendo uma força, porque o Fernandinho (15), Michel (14) e Barrios (13) jogaram mais partidas que o Geromel. Mas eu é que não ia aqui escalar um time sem dois zagueiros. Mas notem aí: não é o time considerado titular do Grêmio hoje. Pra domingo se espera que nem Everton, nem Miller sejam titulares. Barrios será, não se sabe se Arthur (9 jogos) ou Michel também. E mais: esse time aí dos que mais jogaram não entrou titular junto nenhuma vez.

O jogador mais importante de 2016 junto com o de 2017? Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

É fácil notar que jogadores importantes do ano passado não estão disponíveis e tem jogado pouco nessa temporada. Nem vou falar do Douglas, que não deve jogar mais esse ano depois de apenas dois jogos presente. Maicon sempre é considerado um dos pilares do meio do Grêmio e tem só oito jogos esse ano (35% dos jogos). O Grêmio que só começou a jogar bem em 2016 quando entrou o Edílson praticamente não pode contar com ele ainda. Além da lesão, está suspenso para os dois próximos jogos do Brasileirão e fez apenas 7 partidas. E pelo menos dois desses são titulares do time ideal de qualquer um.

Então o Grêmio que vem jogando é o Grêmio disponível. O que é completamente natural, mas é bem distinto do Grêmio campeão da Copa do Brasil. Na maioria das vezes tivemos Jaílson e Ramiro/Michel como volantes e todos sabemos que as características deles não tem nada a ver com Maicon e Wallace. Léo Moura é uma grata surpresa, perder o Edílson não faz tanta falta (embora seja ainda uma baixa importante e de características distintas). E Miller junto com Barrios fizeram o time mudar como jogam na frente – cada um de uma vez porque só entraram juntos como titulares um par de vezes. Ou seja, dois setores tem mudanças drásticas, justamente os mais importantes no desempenho ofensivo – o que, quase sempre, é o que nos dá a impressão de “jogar bem”.

O Grêmio obviamente vai ter que se adaptar. Mas já existem sintomas que indicam que nem temos um time base ideal em função de um monte de condições. E, como eu comentei ontem, acredito que esse time exigirá a maior mudança do time desde 2015, que é a troca do sistema de base. Então, devagar com as análises das “chances de título”. O Grêmio ainda é um rascunho de 2017. Vamos focar nos resultados. 10 em 15 como meta e em outubro voltamos a conversar sobre candidatos.

OBS: as informações de estatística dos jogos são fruto do trabalho do Paolo, que tá tendo paciência de compilar tudo desde o início do ano. Em breve mais materiais serão publicados utilizando esses dados.

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