Grêmio Libertador

Eu queria morar nesse dia

Eu quero morar nesse dia. 

Essa foi a frase do Trento, no Saideira de ontem, que ecoou na minha cabeça a madrugada toda, insone. Porque eu queria morar naquele dia.

O dia de ontem me fez lembrar dos outros. De tudo que passamos pra chegar até essa final.

O jogo contra o Atlético-PR, nas oitavas, me marcou muito. Eu tinha perdido a minha avó dois dias antes do jogo. Ela não entendia nada de futebol, mas em absolutamente todas as vezes que me ligava, me perguntava se tinha jogo do Grêmio e se eu ia ir. Sempre se preocupou em saber como o time estava porque se preocupava com a felicidade dos netos fanáticos. Quando chegamos na hora dos pênaltis, eu não consegui pensar em outra coisa que não ela. Eu não sou religiosa. E naquela hora, eu só conseguia pedir pra ela proteger o Grêmio.

Deu certo. Depois do último pênalti batido, olhei ao redor e parecia que tudo estava em câmera lenta pra mim. Aos prantos, vendo as pessoas se abraçando; papel, copo, camisa voando, pensei: “Eu quero ficar pra sempre nesse momento”.

E foi exatamente isso que o Trento pediu ontem. E é isso que tem passado comigo em cada jogo dessa competição. Eu vejo doação do time e uma doação incrível da torcida. Eu quero congelar todos os jogos na minha memória. Quero ficar neles pra sempre. Eu preciso desse título e eu quero ficar nele pra sempre.

A cada jogo que passa, eu penso que não quero mais dormir. Eu quero ficar ali, naquele dia.

Mas agora, mais do que nunca, está chegando a data que pode ficar pra sempre na memória e no coração de todos os gremistas. Temos a chance de entrar pra história MAIS UMA VEZ. Com o homem que levou o nosso nome pro Mundo.

Eu não sei como vai ser. Eu não sei como vamos jogar. Eu só sei que, definitivamente, eu desejo querer morar no dia 30.11.2016 pra sempre.

Foto: Lucas Uebel / GRÊMIO FBPA

Comparilhe isso: