FEBEAPA versão Copa

3 Postado por - 8 de julho de 2014 - Artigos

O FEstival de BEsteiras que Assolam o PAís é um livro, escrito nos anos 70, sobre as bobagens que o governo militar e a imprensa realizavam na árdua tarefa de se manterem no poder. Não toda a imprensa, obviamente. O próprio autor, o famoso Stanislaw Ponte Preta (na verdade, um personagem do JORNALISTA Sérgio Porto) não deixa que se coloque tudo no mesmo saco. Pois, é uma obra sempre atual. A capacidade de falar bobagens dos políticos e jornalistas é uma fonte inesgotável para livros. E a vexatória derrota de hoje (SETE a um) é uma jorrada de adubo num mar de merda.

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O velho discurso do “mudar… ou mudar de vez” Vanuciano só ganha novas palavras. A base é a mesma.”Tem que reformular o futebol brasileiro”. Sério? A culpa é dos jogadores que jogam no Brasil? “É hora de criar uma liga de clubes”. 20 jogadores brasileiros, dos 23, jogam em ligas. Nenhuma liga no planeta inteiro decide quem forma a seleção do seu país. Nem mesmo na Alemanha. E a Espanha tem uma liga, ou tô enganado? “Tem que mandar todo mundo embora”. A seleção alemã tem a base do time que não se deu bem na África do Sul. O Joachim Löwe era o auxiliar no terceiro lugar alemão na COPA EM CASA de 2006. Não passa pela reformulação de todo o elenco. “O fair play financeiro alemão ensinanZZZZZZzzzzzzzzzzZZZZ” A base da seleção é a única equipe alemã que NÃO ESTÁ NO FAIR PLAY financeiro. Recebe através da UEFA uma grana desproporcionalmente maior que os outros clubes da sua liga. Enfim, um FESTIVAL DE BESTEIRAS. Pra variar.

E o problema seguirá sendo o mesmo. A visão do futebol que a CBF tem. É a CBF que estraga o futebol nacional, incluso a seleção. Não o contrário. A CBF vende um PRODUTO chamado Seleção Brasileira. Ela faz algo mais ou menos assim: “Você é um multimilionário excêntrico e quer inaugurar um estádio? Ligue djá: iremos até você. Não conferimos a origem do seu dinheiro. Na verdade, nem ligamos se você é o Khadafi, o Sadam Hussein ou o Putin, se você não dá a mínima para direitos de minorias ou executa toda a população. NÃO LIGAMOS! O que importa é que você pague bem pela nossa performance. Garantimos a presença das estrelas dos MAIORES TIMES DO MUNDO”.

Pra fardar na CBF, não interessa o futebol que tu tá jogando, e sim, onde tu tá jogando. Não interessa o adversário que a tua seleção vai enfrentar, apenas o quanto ele paga. Quantos amistosos PRA VALER a CBF fez como preparação para a Copa? Quantos adversários classificados para a Copa a CBF desafiou em amistosos no Brasil desde janeiro de 2014? Quantas datas FIFA foram usadas para, ao invés de engordar os cofres da CBF, trazer um ritmo de Copa para os torcedores AO MENOS ENSAIAREM UMA MÚSICA PRA TORCER?

“E o que é que o Grêmio tem a ver com isso?” Bem, como clube, ele deixa o Noveletto ficar quase vinte anos na FGF. É a FGF uma das 27 federações que escolhe o presidente da CBF. Ou seja,  é a completa falta de vontade de pensar no FUTEBOL que mantém todos os clubes se lixando pra quem quer “pilotar o pepino”. TODOS os presidentes da FGF são praticamente vitalícios. Ninguém quer pensar além dos resultados dos seus clubes CUSTE O QUANTO CUSTAR. É essa mentalidade que está matando o futebol. E ninguém liga. O esporte que se exploda.

A CBF mercantiliza o futebol. Que é um esporte. E o 7×1 foi um resultado ESPORTIVO. E são esses os que doem. De verdade.

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7 + comentários

  • Tiago 8 de julho de 2014 - 22:16 Responder

    Em vez de responder, só deixo o link: http://esportes.terra.com.br/futebol/prata-da-casa/blog/2014/07/08/garotos-mundialistas-veja-tudo-que-a-jovem-alemanha-ensina-para-o-brasil-e-a-cbf/

    (Mas concordo quanto a responsabilidade da CBF e dos clubes daqui.)

    • Fagner 8 de julho de 2014 - 22:39 Responder

      Tem uns furos que parecem propositais pra gerar um falso abismo entre os países, como comparar 4 que JOGARAM na base na Alemanha com 5 que NÃO JOGARAM na base do Brasil (fica, obviamente, 6 brasileiros que, sim, jogaram na base, contra 4 alemães) ou dizer que a CBF não faz nada para a sua base quando os clubes aqui tem muito mais envolvimento nisso que na Alemanha.

      Mas, no fundo, o que mais aparece é que há cobrança da federação alemã em relação aos clubes para formarem uma seleção nacional. Não juntar 23 nomes em época de Copa. E, aí, concordo com esse complemento ao texto daqui.

      Saludos,
      Fagner

  • Bonatto 8 de julho de 2014 - 23:07 Responder

    Pra mim, como legado, fica uma bola quicando para o próximo governo (pra MIM este que mais combateu a corrupção em 500 anos), seja quem for. Assumindo o compromisso em campanha de investigar a CBF. Azar de sanções da FIFA.

  • Flávio da Luz 9 de julho de 2014 - 08:39 Responder

    Buenas.

    Primeiro agradeço ao Minwe pela resposta (vários posts atrás), quando me pediu para olhar no facebook, porém nao sou adepto de redes sociais.

    Bom, agora que o “SONHO” de muitos foi realizado (copa no braziu), acorda-se com um COICE de 1×7 no meio da testa. Por favor patriotas quadrienais e de ocasião, não reclamem da conta final.
    Não à toa acaba-se do jeito que acabou. E depois da tragédia com o viaduto em Belo Horizonte, a surra, a humilhação, o espanca bêbado dentro da própria casa. Uns choram porque perderam parentes, pais de família, trabalhadores nas obras super faturadas, outros porque Neymar torceu os “pursinhos”, o Fred não marcou gols, a família $colari não funcionou.
    É difícil manter a postura, o pensamento, e não ir na onda do pagode, da festa, do rabo cheio de cachaça? Não é difícil não. Mas estamos no braziu, e esse é o povo do braziu.
    Os protestos do ano passado, as calças baixadas com a chegada da copa, nos mostra claramente como é o povo brasileiro. Não estou desmerecendo, apenas reafirmando, constatando a existência de um falso patriotismo, falsa preocupação, um falso país.
    Essa é minha opinião, e agradeço por publicarem.
    Podem ter certeza que se existisse um povo PATRIOTA, preocupado com seu país, e um PAÍS com ORDEM E PROGRESSO, eu seria um cidadão orgulhoso e estaria triste. Porém estou muito feliz, e minha garganta exige alguns cuidados no dia de hoje, afinal de contas, gritar sete gols a um volume estrondoso abalou as cordas vocais.
    Sendo do RS, assim como o GRÊMIO, tenho a decendência alemã, por parte da avó paterna.
    Os alemães, ou seus decendentes, estão na nossa história, na história do GRÊMIO, e isso também nos motiva para ficarmos felizes. Por vezes (jornalistas brasileiros) já definiram o GRÊMIO como um time com características do futebol Germânico, então está aí o baile, dentro da casa das bailarinas.
    O título ficará em ótimas mãos. Holanda sempre chegou e ainda não conquistou, a Alemanhã podendo ser tetra e a Argentina com sua torcida maravilhosa, com Messi, humilde e espetacular.
    Não tenho culpa de possuir esse sentimento forte de ser Gaucho, antes de tudo. Tenho orgulho.
    Na minha certidão de nascimento está cidadão brasileiro. Mas não está HIPÓCRITA, VENDIDO, SUBMISSO.

  • Rafael Pinto 9 de julho de 2014 - 11:11 Responder

    Perfeito texto, Fagner.

    A título de contribuição, apenas: o Grêmio não participa só da escolha do presidente da FGF, ele tem voto direto para eleição do presidente da CBF. Ou seja, por duas vias, o clube ajuda a manter o status quo.

    Abraço.

  • Impzone 9 de julho de 2014 - 15:27 Responder

    Há de se lembrar que o técnico da Alemanha é muito ruim (quem o acompanha sabe) e que a Alemanha teve uma série de desfalques importantes para essa Copa do Mundo. No entanto, o time alemão é muito talentoso e mesmo os que restaram dão conta do recado, ainda com os erros absurdos de escalação do seu técnico. Ontem pela primeira vez jogaram na copa ao menos metade do que podiam jogar. E pra mim não foi surpresa alguma, pois venho acompanhando essa Alemanha há algum tempo. É isso aí, o mundo muda, e os que se recusam a mudar, são levados pela correnteza. Foi assim com a Espanha, está sendo assim com o Brasil. E vou lhes dizer com absoluta sinceridade: venceu o melhor e foi maravilhoso ver a Alemanha jogar.

  • Fausto 10 de julho de 2014 - 09:51 Responder

    Fagner

    Concordo que extirpar a corja que comanda a CBF, FGF e outras federações seria o fundamental, mas isso sabemos que dificilmente ocorrerá. O sistema já é todo montado na base do “uma mão lava a outra” e como as mãos são bem sujas vai demorar. Creio que um primeiro possível passo nessa direção seria renovar as direções dos clubes, pra depois renovar as federações e depois a CBF.

    Com relação a reformular o elenco da seleção por inteiro realmente é uma estupidez, pois ali estão muitos dos melhores jogadores da seleção. O problema foi a crença que existe nos clubes também que é só juntar caras bons que todo o resto sairá ao natural, uma vez que somos brasileiros e melhores que todo mundo.

    Agora, que cabem reformas no futebol brasileiro, isso cabem.

    Reformulação do calendário e adequação ao calendário mundial;

    Adequação dos estaduais;

    Revisão da questão dos estrangeiros atuando no Brasil … por que não fazer como na Europa, limite de 3 estrangeiros por time, porém jogadores do Mercosul ou dos países filiados a Conmebol não contam nesse limite;

    E por aí vai…

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