Grêmio Libertador

Foco, foco e mais foco nessa Libertadores 2016

Precisamos desesperadamente de uma coisa para o ano que vem: FOCO no desempenho.

Foco na Libertadores. Foto da Conmebol/Divulgação

Foco. A Libertadores da América é o torneio mais difícil que um time da América do Sul pode enfrentar. Tanto que dificilmente vemos times se tornarem campeões em temporadas seguidas. Algo que era comum no seu início – Peñarol (60-61), Santos (62-63), Independiente (64-65), Estudiantes (69-70) e Boca (77-78) – acabou  se tornando exceção depois dos anos 80. Só São Paulo (92-93) e Boca (00-01) conseguiram isso nos últimos 35 anos. O ponto fora da curva é o Independiente, que conseguiu um predomínio impressionante durante os anos 70, sendo tetracampeão (72-73-74-75). Desde 2002 o torneio não apresenta um time que vença dois anos seguidos. Desde 2007 não se repete um finalista por dois anos consecutivos (São Paulo foi o último, em 05 e 06).

Então a primeira coisa que eu tenho para falar para o torcedor gremista é: não existe obrigação alguma de título para o Grêmio. Chega dessa cachaça que temos sempre de “ah, tá lá, tem que ganhar”. Ganhar, principalmente nos últimos anos, tem sido uma grande roleta. Pode ser que brilhe pra nós, pode ser que não. Times bem limitados tem sido campeões, times bem melhor estruturados tem morrido em fases menos próximas da final. O que não podemos, terminantemente, é repetir 2013/14 achando que tentar trazer “jogadores de Libertadores” vai nos tornar postulantes ao título.

Já temos respeito. Dia 22/12 os times de toda a América Latina estarão torcendo para o Grêmio não cair nos seus grupos durante o sorteio das chaves. Mesmo que tenhamos saído nas oitavas em 2011, 2013 e 2014. Temos a tradição de já ter passado por quatro finais, sete semis e 10 quartas de final em 15 participações.  Se os últimos anos não tem sido tão bons para nós é justamente porque ou fizemos um desmonte ridículo no time (não é Odono?) ou porque gastamos os tubos com os jogadores ou treinadores errados (não é mesmo, senhor Koff?). Não temos tratado as coisas com o seu devido respeito. É uma Libertadores. Ganhar é uma honra, é um prêmio – não uma obrigação, como se fosse fácil.

O Grêmio precisa, pois, trabalhar com metas. Seguir nesse modelo de montagem de grupo – jogadores de equipe, inteligentes, baratos – com uma ou outra aposta em carências – notadamente, jogadores que não tenham medo de fazer gols e definir jogadas. E mirando a nossa média de participações históricas, as quartas de final. Essa seria a “obrigação”. Isso porque é um campeonato que ensina muito e é melhor dar rodagem aos jogadores do plantel do que comprar campeões. Fazer que eles compreendam o que é e como se joga esse campeonato. Só depois disso é que poderemos pensar em algo maior. E aproveitar ao máximo as receitas desse torneio para melhorar a condição de investimento para 2017 (tanto em termos de visibilidade quanto de renda por bilheteria).

Vamos torcer, vamos vibrar, vamos empurrar o time pra cima, pra vencer, pra ser campeão. Mas vamos ser realistas nas cobranças. Vamos pensar no longo prazo e mirar a soberania. Chega de ver tanto time ir bem num ano e sumir no próximo. Vamos ser, novamente, essa equipe que não sai da Libertadores. Que respira, que vive o torneio, que conhece todos os meandros e melindres. Somos a segunda equipe brasileira com mais participações. Tá na hora de fincar pé lá e não mais sair mais. Assim poderemos mirar títulos com mais naturalidade. 2016 começa a nossa luta para diminuir a importância do fator sorte nessa equação. Foco. Foco e mais foco.

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