Fullgás: Grêmio 4×0 Monagas

1 Postado por - 4 de abril de 2018 - Artigos

Meu mundo você é quem faz, Grêmio. Esse começo de ano romântico com a torcida da Arena tá deixando a gente meloso e mal acostumado. Segundo jogo seguido com 4 gols na Arena, 12 nos últimos 4 jogos, tá ficando tipo fim de festa DJ mandando Marina Lima – Fullgás nos anos 90. Se na estreia estávamos ainda nos achando, hoje o Grêmio foi arrasador e acabou com a esperança dos venezuelanos de dias melhores nesta Libertadores. Jael, Everton, Luan e Cícero fizeram os tentos que colocaram a gente em uma posição confortabilíssima na tabela do Grupo 1 dessa Libertadores.

O adversário tentou repetir o esquema retrancado que acostumamos a ver desde 2017. Só vou te contar um segredo: nada de mal nos alcança em 2018. Renato achou o antídoto da retranca que tanto nos atormentou ano passado: mais posse de bola, cansar o adversário no primeiro tempo e partir pra correria, modo Fullgás, no segundo. Ao invés de fazer aquela intensidade insana nos primeiros 45 minutos, marca do “futebol moderno europeu”, ser intenso nos 45 minutos finais. Começar a segunda etapa com um ponteiro rápido e 4 atacantes na última linha abrindo espaços para a bola entre linhas dos armadores da meia, Maicon e Arthur.

Então, no primeiro tempo, foram poucas as chances. Mas mesmo assim vieram: Kannemann acertou dois chutes perigosos, um pra fora e outro na mão do goleiro, ambas em cobranças de escanteio. Com Ramiro as melhores: uma que chutou no goleiro e cabeceou outra pro lado errado, ambas em boas jogadas do Cortez.  E foi com ele que o Grêmio acabou com o jogo no segundo tempo. Passe em infiltração do Maicon (tudo você é quem lança, lança mais e mais) para a ultrapassagem do lateral com cruzamento certeiro para Jael, que centroavanteou com galhardia e fez o primeiro de cabeça.

Outro ponto fundamental para esse modo Fullgás do Grêmio é o Everton. Sim, o Jael tem chamado a atenção por atuações acima da sua média,  mas o nosso 11 está comendo a bola. Está sobrando em velocidade, dribles e precisão nos arremates. Então foi apenas justiça que ele tenha pegado um rebote de um chute forte do Capitão para marcar o segundo gol. O nosso Cebolinha, quele que come a bola ao invés da letra R.

Tendo você, meu brinquedo, nada machuca, nem cansa. Luan recebeu um passe espetacular de Arthur para fazer uma pintura de gol. Dominou levantando a bola e, sem deixar ela tocar no chão, explodiu no canto do goleiro. 3×0. Depois de já ter carimbado a trave, o nosso camisa 7 fez o seu sexto gol em 12 jogos para fazer a melhor média de gols da carreira. E o passe, que passe, Arthur. O garoto da 29 assumiu a saída de bola do Grêmio e o fez com maestria quando o capitão deixou a equipe para o Cícero entrar. Foi nessa hora que Fullgás entrou na playlist da minha cabeça: Então, venha me dizer o que será da minha vida sem você. Barcelona eu te odeio.

Ainda deu tempo do Grêmio perder alguns gols e fazer o último. Depois de uma jogada de gênio do Everton, o Grêmio fez o que quis na zaga do Monagas. E o Cícero queria muito o gol, de cabeça. O final do jogo deixou a gente em condições de conseguir a classificação já nos dois confrontos contra o Cerro. Se conseguirmos quatro pontos (seis seria melhor) deixaremos eles brigando pela vaga contra o Defensor – já que os uruguaios devem vencer os dois confrontos contra o Monagas – o que nos abre caminho para pensar em ficar em primeiro no grupo. Agora tudo é Ruralito domingo. Sigamos em modo fullgás.

Você me abre seus braços e a gente faz um país, Everton. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via flickr)

Comparilhe isso:

2 + comentários

  • Ezio 5 de abril de 2018 - 13:20 Responder

    Só uma correção Fagner, Fullgás é de 1984 o ano seguinte da conquista do Mundial. De resto perfeita a tua análise.

    • Fagner 6 de abril de 2018 - 20:00 Responder

      Sim, certo. Mas eu tava falando da época que eu dançava ela, não de quando foi feita. Tocava direto no finado Manara de São Leopoldo. 🙂

      Saludos,
      Fagner

    Deixe uma resposta