Geromel, o monstro

3 Postado por - 14 de junho de 2017 - Artigos

Geromel é hoje uma unanimidade no Grêmio. Em boa fase desde que chegou ele é, sem dúvida, um dos maiores zagueiros que já vestiu a camiseta tricolor. Este post é apenas para quantificar essa importância. Nos jogos em que atuou pelo Campeonato Brasileiro de 2017 o Grêmio ainda não levou gols. E isso não é uma exceção. Usarei justamente os números dessa competição para ilustrar o que todos já sentimos: Geromel é espetacular. Depois de falar do ataque, chegou a hora de investigarmos os números da defesa.

O Grêmio contratou o Geromel para a temporada de 2014. O vice-campeão Brasileiro de 2013 ia para uma Libertadores sem seu comandante, Renato, acertado com o Fluminense. Restava ao novato Enderson Moreira, recém campeão da Série B pelo Goiás, a tarefa de manter o bom nível do ano anterior. Não durou muito, porém. Depois de uma eliminação nas oitavas da Libertadores, não vencer o Gauchão e tropeçar no início do Brasileiro foi mais um defenestrado. Até aquele momento, o zagueiro magro e alto que veio da Alemanha era apenas um nome no elenco.

Felipão chegou e, com ele, a titularidade. Adeus Werley, mandado para o ostracismo. Geromel formou uma senhora dupla de zaga com o Rhodolfo. Iniciando a parceria na 10ª rodada, entraram em campo juntos outras 17 vezes. E só tomaram gols em CINCO jogos. Isso mesmo. Foram 12 partidas sem sofrer um gol sequer. A média de gols sofridos pela dupla foi de 0,53/jogo. O time inteiro sofreu 24 gols. A terceira melhor defesa da história do Brasileiro, perdendo apenas para o absurdo São Paulo de 2007 (19 gols) e o Corinthians “EmpaTite” de 2013 (22 gols).

Em 2015 tivemos Felipão primeiro, nas primeiras rodadas, e Roger depois. Geromel seguiu sendo titular junto com o Rhodolfo. Mas ele teve muitas contusões. E mesmo quando voltou, a parceria não rendeu. Na abertura da janela ele rumou para a Turquia. Aí foi a vez de achar um novo companheiro para o nosso 3. Depois de alguns testes, El Elegante Erazo assumiu a titularidade. À partir da 12ª Rodada, fizeram 15 partidas juntos. No resultado final, a segunda melhor defesa da competição com 32 gols sofridos.

Erazo não seguiu para 2016. O Grêmio começou com Fred, depois trouxe Wallace Reis e, finalmente, Walter Kannemann. Embora o último praticamente não tenha sido titular com Roger, foi o preferido do Renato e compôs uma zaga campeã da Copa do Brasil. No Brasileirão foram apenas 8 partidas com 8 gols sofridos – sendo 3 contra a Ponte e outros 3 contra o Sport. Como resultado, embora a alta média de gols, na metade das partidas não sofremos gols. Com as goleadas que levamos ao longo do ano, acabamos terminando com 44 tentos sofridos.

A temporada de 2017 recém começou. São apenas seis partidas disputadas neste campeonato. Mas já é possível ver um degrau imenso nas atuações com e sem o nosso camisa 3. Nem o Kannemann consegue melhorar os números da zaga se o seu parceiro não é (Gero)mágico.

Com Geromel em campo a média de gols sofridos pelo Grêmio é de 0,76 gols por jogo. Sem ele a média é de 1,24. Tá difícil visualizar o que é isso? Bem, imagina um campeonato com o Geromel mantendo a média em todos os jogos. A defesa do Grêmio teria sofrido 29 gols em 38 jogos, próxima da de 2015. Agora, sem ele, terminaríamos com 47 gols tomados. Pior que ano passado.

Em temporadas regulares, o melhor desempenho foi de Geromel e Rhodolfo. Porém, pelos números globais, podemos concluir também que a melhor dupla que o Geromel já teve é o Kannemann. Não por acaso, campeões. Que se aposentem no Grêmio.

Os melhores. Foto: Lucas Uebe/Grêmio Oficial (via Flickr)

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1 comentário

  • Artur Wolf 14 de junho de 2017 - 12:21 Responder

    Por baixo nota 10.
    Por cima 7,5.
    E o importante; é um jogador de personalidade que passa confiança aos demais.
    Por sinal Rodolpho saiu com uma proposta “irrecusável” não faz 2 anos.
    Já está de volta pro Flamengo…..Parece que não era tão irrecusável assim…..Estas transações nunca são bem transparentes. Atendem mais a interesses de empresários do que dos clubes. Infelizmente.

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