Grêmio Libertador

GRATIDÃO! : Goiás 0 x 2 Grêmio – CB 2018

Escrever estas breves crônicas sobre os jogos do Grêmio tem sido cada vez mais difícil. E não é só a reforma trabalhista, o preço do tomate, o ressurgimento do neonazismo, a internet que não funciona, enfim, a vida me atropelando tal qual um Jael voltando pra marcar. É que tem dias que me faltam palavras pra descrever o que estamos presenciando desde o segundo semestre de 2016.

Assim que, hoje, eu talvez tenha que resumir tudo a uma palavra que considero já meio gasta nestes tempos de “mais amor, menos qualquer coisa”. E esta palavra é GRATIDÃO.

Sou grata por não ter desistido de assistir o jogo no final do primeiro tempo. Era tão chata a evidente disparidade entre o Goiás e o Grêmio, tão chata a economia do tricolor em campo por conta disto, que dava vontade até de levantar e ir lavar a louça. Mas não fui e agradeço à tricoloridade que me habita. Só assim foi possível entender que não era avareza, mas parcimônia o que o Grêmio praticava nos primeiros 45 minutos no Serra Dourada.

Sou grata, portanto, por este time que joga cada partida a seu gosto (e sou grata, também, por ter topado com esta feliz definição do colega Carlos Guimarães).

Gratidão, Éverton. Gratidão. (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)

Sou grata por Ramiro, este pequeno imenso homem que ocupa todos os espaços do campo. Só este noite, foi ponta direita, lateral e zagueiro — e não se duvide que tenha entrado no vestiário recolhendo uniformes como um roupeiro e chegado no hotel fazendo as vezes de coordenador de delegação, não sem antes promover a paz mundial.

Sou grata por podermos passar um jogo inteiro sem nem perceber direito que o Madson estava na lateral e, mesmo assim, não querer jogar cadeiras nas paredes.

Grata porque é possível haver disputa entre dois jogadores do Grêmio para bater um pênalti. E o pênalti ser convertido para consolidar a vantagem já na ida.

Grata porque foi só um corte feio no supercílio do Kannemann, a quem já nem sei mais como agradecer pelos serviços prestados.

Grata por não cair do sofá de bunda no chão e praguejando quando o técnico tira um zagueiro pra deixar uma linha de três defensores e cinco atacantes. E muito grata por saber que isto só é possível porque existe Pedro Tonon Geromel.

Sou grata acima de tudo por Éverton. E como não tenho palavras para explicar o que ele fez ao abrir o placar, apenas CLIQUEM AQUI.

Por fim, sou grata simplesmente por estar viva e ser gremista neste momento. Que nem sei quanto durará e, talvez por isso mesmo, seja importante registrar tantas vezes esta gratidão.

(E como o texto me saiu meio como oração, peço um minuto de silêncio por aqueles que já não estão entre nós.)

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