Gremismo e machismo

5 Postado por - 30 de abril de 2016 - Artigos

Tenho certeza que há muitas maneiras da gente se envolver com futebol. Eu, por exemplo. Enlouqueço com o juiz na hora do jogo, mas no dia seguinte já esqueci quem tomou amarelo e estará suspenso na próxima partida. Dirijo o time da arquibancada tal qual uma flanelinha ensandecida – “vira! vira! pro outro lado agora!!!!” -, compartilho meus palpites sobre esquemas táticos, mas não vejo graça alguma em ir pra mesa do bar discutir contratações. Corneto sem piedade nos 90 minutos, mas grito “eu te amo” na mesma proporção. Não tenho ideia de valores de salário, sei lá como estão as contas do clube e meu cérebro não guarda modelos de camisa ou escalações da terceira rodada do Brasileirão de 2009. Não tenho nada contra roupas vermelhas e nem tenho secador em casa. Tem gente que bem antes pelo contrário. Tem quem não dorme direito na véspera do jogo. Tem quem acorde com a cara inchada de chorar. Tem quem ainda se agarra a todas as místicas libertadoras e tem que já planeja o segundo semestre. Tem quem falte o almoço de domingo por conta do cunhado colorado. Tem quem dá um beijo na tia-avó e diz “boa sorte pra vocês” quando ela liga a TV pra ver o Inter.

Tem até quem ache que ISSO é torcer: “Vote na Musa do Grêmio, Suelen Souto, para a Musa do Gauchão 2016. Vamos mostrar a força da torcida mais fanática do Brasil!”

No Portal Oficial do Grêmio: "Vale vaga na final"

No Portal Oficial do Grêmio: “Vale vaga na final”

Eu dizia logo ali, no parágrafo anterior, que as pessoas têm relações diversas com o futebol e, mais especificamente, com o Grêmio. O que não significa que toda relação com o futebol/o Grêmio seja individualmente saudável, moralmente defensável ou socialmente válida. Tudo tem limites, inclusive o gremismo.

Alguns limites estão bem claros: matar um torcedor adversário, por exemplo, não é torcer. É crime. Querer que uma mulher vença um concurso de gostosa ops musa do campeonato em nome do clube não é torcer. É machismo. O mesmo machismo que afasta as mulheres do futebol, achata nossos salários, condena uma saia curta. O mesmo machismo que estupra, que espanca, que mata.

Eu tento entender a posição do torcedor que acredita nessa esparrela. Tento até mesmo entender a posição dos dirigentes responsáveis pela comunicação e pelo marketing do clube (embora a eles direcione a minha mais profunda repulsa, porque uma coisa é ser um indivíduo, outra bem diferente é representar uma instituição). Eles, como nós, vivem em uma sociedade onde a beleza feminina – que basicamente pode ser resumida àquilo que dizem que uma mulher deve ser/parecer para agradar um homem – é um valor. Portanto, ter “a mais gata” entre nossas torcedoras nos faria ter mais valor, nos faria “vencedores”.

Mas venceríamos o quê, exatamente? Ou melhor: “quem” venceríamos?

Bom, aí é que está o xis da questão. Não se trata de uma vitória das mulheres gremistas. A mulher gremista, neste caso, é um OBJETO. E quando a gente diz objeto não é apenas uma comparação entre uma mulher e um abajur. Estamos dizendo que a mulher ali, sendo votada pela torcida para ser escolhida a gostosa ops musa do Gauchão, esta mulher não tem voz. Ela não diz nada. Ela não tem o que dizer. Ela só está lá sendo objeto do olhar alheio.

[Pode-se tirar o adjetivo “gremista” logo após o “mulher” e o raciocínio segue sendo válido. Faço esta especificação apenas porque sei que estou aqui falando com gremistas e sobre uma situação gremista.]

E o grande problema de ser OBJETO é NÃO SER SUJEITO. É perder a capacidade de se fazer ouvir. É perder o direito de intervir. É deixar de ser para apenas estar onde outros permitirem que se esteja.

Quando a instituição Grêmio aprova e incentiva a associação entre torcer e escolher a gostosa ops musa do Gauchão, está nos dizendo que nós, mulheres gremistas, não temos voz, não podemos intervir. Está nos dizendo que não somos. Que não estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver, mas só onde o Grêmio nos quiser.

A este Grêmio, eu gostaria de lembrar que temos muito a dizer. Que nossa voz também enche a Arena. Ouçam.

E onde o Grêmio estiver. E onde ela quiser. (Foto: Página Grêmio Antifascista no FB)

E onde o Grêmio estiver. E onde ela quiser. (Foto: página Grêmio Antifascista no Facebook)

Em tempo: a Suelen “perdeu” a semifinal do campeonato de gostosa ops musa do Gauchão. Acredito que a Suelen possa ter ficado triste. Mas, Suelen, querida, a culpa não é tua. A culpa é de quem nos ensinou que é preciso corresponder aos tais critérios vigentes de beleza. A culpa, querida, é de quem acha que estes critérios servem para nos definir, nos enquadrar e até nos premiar, como se só estes critérios pudessem nos dizer quem somos. A culpa, Suelen, é de quem lucra com a perpetuação desse modelo. Então, Suelen, beijinho no ombro que a punheta passa longe.

Comparilhe isso:

33 + comentários

  • Renata 30 de abril de 2016 - 20:59 Responder

    Obrigada, Cris. De coração. Por um dia em que eu não receba mais emails do Grêmio me convidando pra ser candidata a gostosa do ano.

  • Rodrigo 1 de maio de 2016 - 01:21 Responder

    Texto maravilhoso (e necessário). Parabéns, Cris. Espero que publiquem mais reflexões como essa. O futebol, ao contrário do que muitos pensam, não se resume ao que acontece dentro das quatro linhas.

    PS: depois do que aconteceu na quarta, somente no Grêmio Libertador é que a gente consegue ler textos relacionados ao clube que não tragam frases do tipo “quero meu Grêmio de volta!”, “jogadores bundões, frouxos” (pois é, o machismo nunca deixa de aparecer também nesses momentos), “Fora Roger, Fora Romildo!”, etc. Desejo vida longa ao site.

  • Jonatha Zimmer 1 de maio de 2016 - 13:22 Responder

    Parabéns pelo texto, pelo posicionamento e pelo apontamento Cris. Precisamos tocar nesses pontos sim! Fico cada vez mais feliz de ver o Grêmio Libertador abrindo estes espaços de discussão para esses temas que vão além do futebol nas 4 linhas.

    Parabéns! = )

  • Gustavo K 1 de maio de 2016 - 13:59 Responder

    Agora a tonelagem de mimizismo, quer dizer, feminismo chegou ao Grêmio Libertador… certeza que a musa do Gauchão é um enorme problema pras mulheres Br ou de qualquer lugar… Vcs precisam de alguma coisa mais importante pra se importar mesmo… ridículo!

    • Fagner 1 de maio de 2016 - 16:30 Responder

      Verdade. Precisamos urgentemente de um Muso do Gauchão. Atenção, RBS e FGF: como vocês ficam tanto tempo sem isso? O Gustavo aqui deve querer concorrer. Ou votar em um homem bem gostoso e musculoso com pouca roupa. Porque é Grêmio, né, então vamos votar.

      Saludos,
      Fagner

      • Ronaldo 2 de maio de 2016 - 16:33 Responder

        Fagner, o considero um dos mais lúcidos blogueiros quando comenta sobre FUTEBOL. O mesmo não posso dizer quando se deixa levar por seu esquerdismo politicamente correto (vide o episódio do goleiro Aranha em que esse blog se colocou CONTRA os interesses do Grêmio). Esse textão aí em cima é puro mimimi feminista.

      • Gustavo K 2 de maio de 2016 - 18:43 Responder

        Fagner se vc acha isso interessante: Pra mim tanto faz, faça aquilo que acharem melhor! Eu não iria concorrer pq me faltam atributos pra isso, quem sabe vc se encaixe melhor?

        Mais um adendo ao conteúdo do texto: É só mais um exemplo daquilo que se tornou o feminismo hj em dia, diz que as mulheres podem ser tudo o que elas quiserem, a não ser que seja dona de casa, miss, etc.. isso não pode! o que pode é SEMPRE concordar com tudo o que elas dizem! AMÉM À RELIGIÃO DO NOVO MILÊNIO! e quem discorda é herege (machista).

        • Fagner 2 de maio de 2016 - 21:33 Responder

          Sobre dona de casa:
          http://lugardemulher.com.br/ele-me-ajuda/

          Sobre miss:
          http://lugardemulher.com.br/a-menina-mais-linda-do-mundo/

          Sobre mim: eu prefiro que o Grêmio pense em futebol. Afinal, foi a justificativa que usaram pra fechar o Basquete, o Salonismo, o atletismo, o Remo – todos muitas vezes campeões (ninguém mais torcia pra isso?). E se tu acha certo que a única forma que o Grêmio acha que consegue colocar uma mulher para COMPETIR PELO CLUBE é num concurso de miss então não tenho mais o que discutir contigo. É simplesmente ideologia machista e deu.

          Saludos,
          Fagner

          • Gustavo K 4 de maio de 2016 - 13:54

            “É simplesmente ideologia machista e deu.” Que bela merda.

            Vou te dar um toque, que mais cedo ou mais tarde tu vai te dar conta: VOCE é o que elas chamam de “piroco”, “omi”, tu assim como eu para a ideologia feminista não passamos de estupradores em potencial, e não importa o qto tu pense que essa balela neo-moderna que tu chama de feminismo tenha mudado o que tu pensa da vida, no fim, tu será só mais um omi.

            No fim das contas, no fim, tu só voltou aqui pra me chamar de herege, quer dizer, machista, pq não concordo com esse caminhão de mimimi que jogam em todos nós todos os dias, como se fôssemos os algozes e que todas as mulheres são umas sofredoras não mão de nós malvadões. Eu digo NOS sr. Fagner, VOCE incluso.

            Saludos deste Herege,
            Gustavo

  • Daniela 1 de maio de 2016 - 15:51 Responder

    Este texto não me representa, muito mimimi.

  • Cristina 1 de maio de 2016 - 18:00 Responder

    Cris parabéns pelo ótimo texto.
    Eu só resssalvo que discuto muitos dias a respeito do time seja na Vitoria ou na derrota e sei quem joga, quem levou amarelo, só não sei assim como a maioria dos torcedores o quanto ganha cada jogador e tenho uma pequena noção de como estão as finanças do clube.
    Mas gostei muito do seu texto.

  • Pedro 2 de maio de 2016 - 07:40 Responder

    Muito bom. Texto necessário.

  • Fábio Viana 2 de maio de 2016 - 09:46 Responder
  • Beckistuta 2 de maio de 2016 - 10:26 Responder

    Que grande besteirol…

  • Artur Wolff 2 de maio de 2016 - 11:15 Responder

    Blogueira administrando “punheta”….??
    Grosseiro e fora de contexto!
    Na próxima pelo menos cita masturbação.

  • Jonas 2 de maio de 2016 - 11:29 Responder

    Texto bem meia boca. A ideia é boa, mas o Grêmio só “quer ganhar” porque de certa forma é uma competição que é organizada por alguma federação.
    Ou seja, você deve atacar o pessoal que organiza, não o nosso Grêmio!!

  • Ramiro 2 de maio de 2016 - 12:02 Responder

    Uma pergunta à autora do textão:

    A instituição Grêmio falou, clara e diretamente, que a opinião das mulheres não têm importância, que as mulheres não têm voz e que são apenas objetos, ou estás inferindo?

    Cuidado! Inferências não são fatos. Inferências podem trazer à tona fatos, mas nesse caso, creio que as diversas ações que o clube já praticou, fomentando a presença da torcida feminina no estádio, nos demonstra que você, autora do textão, está bem equivocada. O concurso de musa seja lá do que for é um culto a beleza estética, sim. Mas não é uma afirmação que a existência feminina se resuma a apenas este atributo.

    Enfim…

    “Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro.” – José Saramago

    Seja vegetariano,carnívoro, capitalista, comunista, feminista, machista, ou seja o que você quiser. SÓ NÃO ENCHA A PORRA DO SACO!!

    Grato.
    Ramiro Fernandes

    • Fagner 2 de maio de 2016 - 13:58 Responder

      Saramago nunca disse isso. Eis o trecho da entrevista dada ao jornal de letras (JL) em 2009:

      “Tenho um princípio sagrado desde que nasci: não dou conselhos, porque isso representa uma postura de autoridade que não se tem. Uma pessoa que dá um conselho em nome da sua própria experiência ou do que julga melhor está de certa maneira a colonizar o Outro. Até pode ser algo que venha a revelar-se útil, mas a questão é saber se temos o direito de o fazer. Deixemos as pessoas viver. Vão errar?, pois que errem, vão acertar?, estupendo. O que eu peço é que pensem e reflictam. Não digo: aqui está o caim que vai mudar as vossas vidas.”

      A entrevista completa está em: http://visao.sapo.pt/jornaldeletras/bloguesjl/josesaramago/jose-saramago-1922-2010=f562741

      Portanto, pense e reflita.

      Saludos,
      Fagner

      • Ramiro 3 de maio de 2016 - 13:03 Responder

        Realmente, ele nunca disse isso. Ele escreveu. Está na sua obra Cadernos, uma compilação de textos que ele escrevia para o seu blog, publicada pela editora Companhia das Letras. Na entrevista ele parafraseou o que escreveu, e estendeu sobre o assunto, para que as pessoas captassem a mensagem que ele pretendia passar.

        Pesquise melhor, pense e reflita.

        Sem mais,

        Ramiro Fernandes

        • Fagner 3 de maio de 2016 - 16:16 Responder

          Cara, sério, tô me rendendo. Em O CADERNO, Saramago fala quatro vezes de termos relacionados.

          COLÔNIAS em “A Guerra que não chegou a ser”; COLONIAL em “George Bush ou A Idade da Mentira”, COLONIALISMO em “Jorge Amado” e COLÔNIA (cidade Alemã) em “Imaginemos”.

          É sério, me mostra onde está porque sempre tive pra mim que essa passagem é invencionice de internet (por isso fiz a “correção”). Eu gostaria de saber em que contexto ele disse isso.

          Saludos,
          Fagner

  • Hoda Rajoão 2 de maio de 2016 - 12:07 Responder

    Texto de uma pobreza intelectual constrangedora.
    1. O senso estético é e sempre será cultivado, podem chorar. Achamos um carro bonito, uma paisagem, uma mulher.
    2. De uma maneira ou outra todos somos oprimidos sistematicamente ao longo da vida.

    Gostei que a tropa de choque já saiu elogiando bastante e este Fagner deu esse xilique, só por isso comentei. Pra não deixar passar batido como se este excremento de texto fosse algo perto de uma unanimidade.
    Saludos

    • Fagner 2 de maio de 2016 - 12:54 Responder

      Sou especialista em dar xilique. E estou dando outro agora. Fiquei curiosíssimo para saber o que este excremento de comentador considera “intelectual”. Porque só um excremento para colocar uma pessoa, uma paisagem e um carro no mesmo balaio sem se dar conta do quanto essa atitude escrota está dando razão ao texto que “critica”.

      Saludos,
      Fagner

      • Hoda Rajoão 3 de maio de 2016 - 15:48 Responder

        Estou impressionado com a tua truculência. Sentir este grau de raiva de alguém que tu nem conhece só porque tal pessoa não jogou os confetes em um texto que tu acha maravilhoso diz muito de ti, mais do que tu imagina.
        Nem vou me alongar neste debate. Essa militância raivosa e pulverizadora dona da verdade não faz bem pra ninguém. Talvez vocês devessem parar de usar o nome do Gremio neste blog, pra que pelo menos não sejam um bando hipócritas de bradar contra o nome do Gremio estar sendo usado num “terrível” concurso de musa.
        Grande abraço!

        • Fagner 3 de maio de 2016 - 16:02 Responder

          Quem primeiro falou em excremento aqui fui eu? Em xilique? Quem se encheu de razão pra, do auto da sua machice, minimizar a opinião de uma mulher em um rótulo ridículo fui eu? Quem se sentiu ofendido por uma crítica a uma visão de mundo que prefere incluir a mulher no futebol como mis, já que “futebol feminino dá prejuízo” fui eu?

          O confundir reação com ação fala mais de ti do que tu imagina.

          Saludos,
          Fagner

    • Ramiro 3 de maio de 2016 - 12:57 Responder

      Realmente, ele nunca disse isso. Ele escreveu. Está na sua obra Cadernos, uma compilação de textos que ele escrevia para o seu blog, publicada pela editora Companhia das Letras. Na entrevista ele parafraseou o que escreveu, e estendeu sobre o assunto, para que as pessoas captassem a mensagem que ele pretendia passar.

      Pesquise melhor, pense e reflita.

      Sem mais,

      Ramiro Fernandes

      Pesquise, pense e reflita.

  • Fagner 2 de maio de 2016 - 13:02 Responder

    A parte mais triste pra mim de toda essa “reação” ao texto: que caralhas mulher de biquini tem a ver com futebol a ponto de ser “promovida” pela RBS, FGF e Grêmio? Por que nenhum centavo nem esforço desses é colocado, por exemplo, no futebol feminino? Nem com a Cris desenhando dá pra ver o machismo aqui?

    Saludos,
    Fagner

  • Gabriel Xambão 2 de maio de 2016 - 17:58 Responder

    Ótimo texto! Manifestação de luta válida que quero ver sempre neste site/blog.

    Que cada vez mais mulheres se manifestem e digam como devem protagonizar no futebol e sua cultura.

    E para aqueles que dizem que isso é mimimi, sinto muito, mas o choro é vindo da parte de vocês!

  • Gilmar 2 de maio de 2016 - 22:24 Responder

    UUUUUUUUUhhh que opressão!

    Nesses blogs só tem frescalhão , o retrato perfeito do New Grêmio.

  • Diógenes 2 de maio de 2016 - 22:49 Responder

    É aquela velha história pensar diferente de mim é machismo. É a saída mais fácil do debate é sempre rotular as ideias contrárias e não discuti-las. A autora do texto possui verdade absoluta de como todas as mulheres devem pensar e agir. A arrogância é tamanha que nem se preocupa em saber oq pensam as musas, muitas delas se dedicam muito a competição. Lembro de uma Mirela que concorria à Musa do brasileirão e ia aos jogos na geral e conversava com o pessoal pedindo votos na moral. É uma oprimida pela sociedade machista não uma mulher com objetivos e desejos de seguir uma carreira. Querer seguir a carreira de modelo e usar a competição de Musa como porta de entrada? Absurdo mulher objeto!. Grêmio libertador sempre prestando um desserviço ao clube. Um site onde todos os blogueiros só pensam na autopromoção através de polêmicas baratas que nem essa…

    • Ramiro 3 de maio de 2016 - 13:02 Responder

      É, alguns aqui nesse blog provavelmente olham o reflexo no espelho e acreditam estarem diante de supremos doutos, da razão, moral e quaisquer outros temas. Conhecem qualquer assunto mais do que todos. Sem mencionar que são os guardiões de um gremismo superior aos dos demais torcedores.

      • Fagner 3 de maio de 2016 - 16:03 Responder

        Olha quem tá falando em espelho, hein.

        Saludos,
        Fagner

  • Hélio Sassen Paz 5 de maio de 2016 - 08:13 Responder

    Parabéns à Cris Charão e para o Fagner. À Cris, por mexer em uma ferida gravíssima que não é apenas uma chaga que atrasa as relações sociais positivas que deveriam ajudar a nutrir EMPATIA, RESPRITO, EQUIDADE e IGUALDADE – sentimentos tão fortes quanto necessários.

    E ao Fagner, por ter uma paciência absurda para debater com mitos gremistas que – infelizmente – não receberam informações suficientes para refletir sobre o que é a nossa sociedade e sobre como a mulher é tratada.

    Futebol, política, religião e sociedade se discute, SIM. O Grêmio (queiram ou não) representa um fator identitário que compõe parte da formação individual e coletiva de cerca de 6,8 milhões de pessoas pelo mundo afora. E se o Grêmio representa dentro e fora de campo uma série de conotações (algumas negativas, outras positivas), ainda que nem todas as mazelas da sociedade sejam originadas no ou pelo clube; que algumas não ocorram no Grêmio em uma larga escala e outras, sim…

    …Creio que seja obrigação de uma instituição com quase 113 anos de existência informar-se, estudar, pesquisar e minimizar o preconceito no mínimo para dar o EXEMPLO e não somente receber incentivo e dinheiro de grande parte do contingente ao qual encanta.

    Porque o encanto pode ser perdido rapidamente. E não há investimento em propaganda e marketing que compense a perda do respeito.

    Ao invés de sentirem-se ofendidos ou de contra-argumentarem sem nenhum interesse em PESQUISAR ou em APRENDER, sugiro entender por que o feminismo existe e o que ele efetivamente busca.

    Quem se omite ou quem se diz neutro contra a opressão já escolheu o lado do oprimido. Não vou pôr aspas porque alterei um pouquinho a frase do prêmio Nobel da paz Desmond Tutu.

    A luta das mulheres que tem consciência social, política, econômica, cultural e simbólica para acabar com o preconceito, com a ignorância, com a opressão e com o péssimo hábito de varrer esse grave problema social, emocional e econômico para debaixo do tapete tem meu apoio incondicional.

    E teria, também, por parte daqueles que decidissem estudar e refletir.

    Infelizmente, o Grêmio como instituição ignora, sim, pensar seriamente sobre qualquer questão social. Algumas questões, embora sejam gerais e possam ocorrer com mais gravidade fora do clube, precisavam de uma reação séria. Além do machismo, há também o racismo.

    Para quem gosta de “ditados” ou de “frases feitas” (com ou sem autoria verdadeira confirmada), “à mulher de César não basta ser honesta: ela precisa parecer honesta.” Não é jogando a culpa na “sociedade” (como se dela não fizesse parte) ou apenas gravando vídeos com jogadores negros sem politização e sem consciência de si, submissos à macroestrutura, com um slogan bonitinho “somos azuis, pretos e brancos” que o clube irá apagar esse triste e grave estigma (que é afirmado sempre que torcidas cantam músicas com a palavra “macaco”).

    Não há respeito ao minuto de silêncio. Não há respeito ao hino nacional. Além da falta de educação, trata-se de uma agressividade deliberada para afirmar o que? Em nome de que ou de quem?!

    Quem está na chuva é pra se molhar: estar em meio a uma multidão é absolutamente revelador.

  • […] Porque vai ser bem legal torcer pelas mulheres tricolores sem ser para que ganhem concurso de musa. […]

  • Deixe uma resposta