Grêmio Libertador

Inapelável: o Rosário amarrou o Grêmio e venceu

O primeiro jogo das oitavas da Libertadores foi péssimo. Isso por uma partida surpreendente do Rosário. Com o REGULAMENTO EM BAIXO DO BRAÇO o time visitante foi pra pressão contra o Grêmio fora de casa nos primeiros 15 minutos e amarrou completamente a nossa saída de bola. Deu a bola pra nós, mas tirou os espaços. Aliado a uma dupla de volantes extremamente competentes e uma defesa imóvel com 4 jogadores (os dois laterais eram zagueiros) não se viu o time do Grêmio no primeiro tempo.

A rigor tivemos duas chances de gol, ambas com o Miller. Numa driblou o goleiro em uma enfiada perfeita do Douglas – mostrando que a defesa não é tão rápida – porém o lateral conseguiu tirar a bola antes dele concluir. A segunda bem perto do fim, em um escanteio onde a bola sobrou pro nosso 23 na frente do gol, só com o goleiro, mas ele pegou em baixo da bola e isolou. Toda a vez que alguém tentava segurar a jogada era cercado por três defensores. Toda a vez que tentávamos atravessar a bola para virar, o volante da sobra antecipava e puxava o contra-ataque.

O gol deles saiu justamente onde nós esperávamos: bola alta mal afastada, sobrou no meio de dois, ninguém conseguiu tirar e caiu no pé do centroavante deles que guardou. Notem a origem da jogada: um chute do meio de campo. Assim foi também a segunda chance do time nasceu de uma jogada igualzinha. Chutão da defesa, vitória do centroavante e chute na trave. E foi a última de fato do jogo, depois assustaram tanto quanto a gente, ou seja, nada.

Mas quem precisava criar não era o adversário, era a gente. Então eles não fizeram nem cerimônia de dar bicão até acabar a primeira etapa. Defendiam num 4-4-1-1, ao mesmo tempo impedindo o Grêmio de girar a bola (aquele 1 estava sempre no meio do caminho pra encher o saco quando estávamos na intermediária) e com as duas linhas de 4 apertadas em impressionantes 10 metros. Como fazer gol nisso?

O Grêmio sabia que eles não iriam mudar e o indício veio já dos vestiários: o bom centroavante saiu do jogo e deixou o ruim (o Herrera) e colocou um meia rápido pra tentar puxar o contra-ataque. E efetivamente puxaram esses contra-ataques, ficando mais com a bola no segundo tempo, usando a inteligência, mas sem ir até o fim da jogada, tanto por incompetência dos atacantes quanto por eventuais roubadas de bola da nossa defesa. Em compensação, tudo o que os nossos volantes não sabem dar o bote, os deles sabem. Com a nossa zaga subindo e afoita, a bola pouco rolou, ficou mais parada em faltas eternas.

Esse era o espaço do Luan. Zero. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

O Grêmio não entendeu o jogo até o final. Parece que na coletiva o Roger leu bem o jogo, mas não ouvi. Durante a partida, não deu pra perceber isso. Nós tínhamos hipóteses para tentar chegar no gol deles. A primeira era espelhar o modelo deles e deixar de jogar pelo meio espetando os pontas com um centroavante para dar o chutão pra ele. Só que o Grêmio não tem esse jogador. Então começou alterando a ligação de trás, que era a segunda opção: tirando o Maicon, que é lento pra sair jogando, e botando o Giuliano pra tentar deixar o Walace mais atrás e espetar bolas para os avançados. Não deu resultado, seguimos não conseguindo passar das duas linhas de quatro. Aí entrou o Bobô e, em seguida, o Lincoln.

Com correria na frente a zaga deles começou a dar um pouco mais de espaço na intermediária. O 1 da frente das duas linhas começou a se perder e nós conseguimos abrir o time deles pra lateral. Mas não conseguimos nem espaço para arremates da intermediária, nem por onde passar para esperar o passe. Enquanto eles só precisaram destruir jogadas e amorcegar um pouco no campo de ataque, chegar no gol, só se der (e não deu). E, pior: não precisarão fazer mais que isso lá.

O Roger tem um pepinaço nas mãos. Eu não sei nem o que sugerir para que vençamos o jogo da volta. É hora de mostrar se realmente manja – tem uma semana pra isso. E, pra gente, só resta torcer. O jogo só acaba daqui a 90 minutos.

PS1: antes que digam algo sobre o Romildo, blá, blá, blá – não passou por isso claramente. Foi na tática e na estratégia que essa vitória aconteceu. Inclusive o respeito era tanto que a catimba teve níveis nunca assistidos pela Arena do Grêmio.

PS2: esse jogo não tem a menor semelhança com o primeiro jogo contra o Juventude, onde não criamos nada porque fomos incompetentes. Havia espaços lá, o time não tinha nem perto da qualidade desse e os passes errados aqui foram mais por marcação sempre com três jogadores do que erros bestas de passe. 

Comparilhe isso: