Grêmio Libertador

Jogo dos erros: Grêmio 0x1 Inter

É sempre uma bosta perder, ainda mais quando a gente perde pro Inter. Mas esse é um daqueles jogos que dá ainda mais raiva. Porque não perdemos pra outro time se não pro próprio Grêmio. Porque foi um jogo dos erros: erramos muito, e o Inter errou muito também. Só que nós não aproveitamos nenhum dos erros deles. E eles aproveitaram um dos nossos. Aí a merda pega preço e a distância para a liderança voltou a ser abismal. É preciso uma campanha quase perfeita para recuperar os 7 que estamos de distância dos 66% de aproveitamento. É preciso sete vitórias a mais do que os 10 em 15 chegar no fim do campeonato brigando pelo título. Mesmo ganhando todos os jogos até a 35 rodada (11 partidas) a gente não consegue mais chegar lá. Só com muita sorte pra disputar alguma coisa nessa competição.

O jogo dos erros cobrou um preço  muito alto. Mas a gente não pode dizer que tivemos azar. Porque erramos um absurdo. A defesa do Grêmio conseguiu criar as únicas chances do adversário. E, mesmo assim, só uma com risco de gol, justamente o gol, já lá no meio da segunda etapa. Foi uma jogada ridícula. O Geromel fez o seu terceiro erro individual na partida até aquele momento espanando no pé de um adversário na intermediária uma bola que era só dele. Podia ter dominado e metido um bico. Aliás, o Grêmio anda bem problemático nesse tipo de lance. Os volantes não se posicionam para a segunda bola. É clara falta do Arthur e do Jaílson, que tradicionalmente se posicionavam ali no setor. Tanto Cícero quanto Thaciano ou ficavam na linha dos zagueiros ou muito avançados pra contra-atacar.

Onde anda Geromel? Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

E aí, com aquela primeira cabeçada cagada, em um lance que já estava morto, a bola foi para a direita, onde ninguém marcava. E o cruzamento livre encontrou um volante livre dentro da área para acertar uma cabeçada de centroavante. Inapelável para o Marcelo Grohe. E aí o jogo ficou na feição do Inter, jogar na retranca e no contra-ataque. Até conseguiram duas jogadas de gol até o final – um impedido e outro em outro lance bizarro da nossa defesa que não conseguiu se livrar da bola com ela dominada, mais um erro no jogo dos erros.

Podemos dizer também que Renato podia ter escalado melhor o Grêmio, se quisermos. Porque Thaciano não era o melhor nome para jogar ali. Eu realmente esperava Matheus Henrique ali. Ainda mais na ausência do Maicon. Isso poderia controlar melhor aquele lance ali da segunda bola defensiva. O guri anda jogando sempre mais atrás para sair com a bola. Da mesma forma, Pepê tá muito melhor que o Alisson e, no mínimo, poderia estar na ponta com o Ramiro recuado. Mas isso é o Renato: ele dá moral pra quem estiver mal. O que nos custa pontos de vez em quando, nos garante outros ali adiante.

As alterações foram meio que protocolares. Parece que um dos maiores erros do jogo dos erros foi justamente a falta de gana pra ganhar. E, olha, eu não sou daqueles que acha que garra ganha jogo, mas o Grêmio errou infinitos passes curtos. Mesmo passes que a contabilidade considera certos foram dados sempre um pouquinho atrás do recebedor, tirando completamente o tempo da jogada. Mesmo a entrada de Pepê na vaga de Thaciano, de Jean Pierre no lugar de Luan e de Thony Anderson no lugar do André não mudaram essa dinâmica. Aliás, a melhor jogada do jogo inteiro foi a do Jean Pierre, que atirou uma bola perfeita para o Cortez desperdiçar no cruzamento. Geromel perdeu um gol feito, cara a cara com o goleiro, que ainda salvou outro lance em que o André ia fazer um gol sem querer.

Então, sim, foi o jogo dos erros. E esses erros custaram muito caro ao Grêmio. Não está mais na nossa mão lutar pelo título do Brasileiro.

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