Grêmio Libertador

Liga dos Canelas Pretas: ou, “O fim da lenda do clube racista”


Foto publicada hoje no ClicRBS mostra o novo mascote colorado.

Recebi um e-mail de um grande amigo, o gremista Gustavo Lutz.

Ali ele reproduzia um relato importante publicado numa comunidade gremista existente no Orkut (infelizmente, desconheço o autor original do texto).

Pra não injustiçar ninguém, vou publicar aqui trechos do conteúdo, levemente editado pra linguagem do blog.

Infelizmente, esse texto não é capaz de provar que uma torcida é racista ou não. Porque, infelizmente de novo, o racismo é uma praga que discrimina uma minoria, e que muitas vezes acontece até mesmo entre este própria minoria.

Mas ele é capaz de mostrar que um clube, com mais de 100 anos de história, não é nem nunca foi racista.

Ao contrário de muitos outros clubes ditos populares que existem por aí.


Com vocês, o texto: **Por que os colorados nos chamam de racistas?**

Porque chamamos eles de macacos. Porém, O QUE NINGUÉM DIVULGA, é a ORIGEM desse APELIDO, ocorrido décadas atrás.

O ponto onde os gremistas passaram a chamar colorados de macacos foi na reforma do Beira-Lago, onde eles tiveram que assistir os jogos do lado de fora do estádio, subindo nas árvores.

Além de já serem “ironizados” de macacos devido às várias cópias que sempre faziam de gremistas, os colorados subiam em árvores também. FOI AÍ QUE OS GREMISTAS COMEÇARAM A CHAMAR OS COLORADOS DE MACACOS. E O APELIDO PEGOU.

Vale lembrar que, com o passar dos anos, os próprios torcedores do cocoirmão assumiram a identidade símea. Enquanto os gremistas cantavam “ah eu sou gaúcho!” os coloridos cantavam “ah eu sou macaco!”. O mascote da torcida organizada deles era, e ainda é, um Macaco. Há pouco tempo atrás, o próprio departamento de Marketing colorido realizou uma pesquisa para que seus torcedores pudessem escolher o “macaco símbolo“, um personagem/gimmik representativo da torcida.

Hoje, nas arquibancadas do chiqueiro, podemos ler trapos como “PLANETA DOS MACACOS“, e da Torcida Organizada “Ma.Ca.Co” (Massa Cachaceira Colorada).

O engraçado é que, sempre que alguém responde isso, um macaco pergunta, com voz fanha e enfadonha: então por que o Grêmio só foi aceitar negros no time, oficialmente, nos anos 50?

Infelizmente, na época, o campo do Grêmio era doado por alemães. Estas pessoas obrigaram a aceitação de uma cláusula no estatuto do clube que dizia que, se o Grêmio contratasse jogadores negros, perderia o campo.

Mesmo assim, há fotos de negros no time do Grêmio desde 1925 – e consequentemente nos anos 20, 30 e 40.

DETALHE: o Internacional só contrataria o primeiro negro em 1928.

FATO CURIOSO: o SPORT CLUBE 2006 nunca teve NENHUM grande ídolo negro devidamente homenageado, ou talvez com a mesma admiração, como os gremistas fizeram.

Vale lembrar que O GRANDE CRAQUE EVERALDO está imortalizado na bandeira oficial tricolor, simbolizado através de uma única estrela dourada.

O “mestiço” EURICO LARA foi imortalizado no hino do Grêmio. E o próprio hino do Grêmio foi criado por LUPICÍNIO RODRIGUES. Pasmem vocês, amigos símeos, um negro.

Agora vem o MAIS IMPORTANTE, que dá o título deste post: A LIGA DOS CANELAS PRETAS.

No início do futebol profissional no Rio Grande do Sul, negros não jogavam em nenhum time. Então alguns mulatos e negros resolveram montar um, o Rio-Grandense: elegeram nome, uniforme, estatuto, tudo o que os organizadores exigiam para a criação de um time de futebol na época. O sonho daqueles negros, mestiços e mulatos era jogar futebol profissionalmente.

Após anos de organização, no dia em que o Rio-Grandense foi se inscrever na Liga, receberam UM NÃO.

Um dos times que compunha a liga na época VETOU a inscrição do Rio-Grandense.

ADIVINHEM, AMIGOS SÍMEOS, QUEM FOI ESTE TIME? Sim, foi o time do vocês. O clube Internacional menos internacional de Porto Alegre, que se autodenomina o “clube do povo”, votou contra, impedindo que o Rio-Grandense INTEGRASSE A LIGA OFICIAL.

O que, então, essas pessoas fizeram? Além de passarem a torcer pro time rival do Internacional, e ensinarem seus filhos a torcerem pro Tricolor, esses negros e mulatos formaram uma Liga própria, a LIGA DOS CANELAS PRETAS.

SE VOCÊ NÃO ACREDITA NESSA HISTÓRIA, NÃO PRECISA MAIS LER O MEU TEXTO. LEIA O LIVRO CUJAS PÁGINAS ANEXEI ABAIXO. O livro que conta a história de um dos maiores compositores que o Rio Grande do Sul já conheceu, independente da cor da sua pele: Lupicínio Rodrigues.

Lupicínio Rodrigues era filho de um dos fundadores do Rio-Grandense.

EM TEMPO: o primeiro negro a jogar no Inter foi Dirceu Alves, em 1928, jogando apenas 10 jogos. Já o Grêmio teve jogadores negros desde a década de 20, mesmo de forma extra-oficial.

De 1925 a 1935 o Grêmio teve Adão Lima, por exemplo. Na própria foto do time de Lara vemos vários negros e mulatos.

A fonte do tópico é: Memorial do Rio Grande do Sul

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