Grêmio Libertador

Mais uma vez, comemos mosca: Sport 4×2 Grêmio

QUATRO GOLS – de um time na zona de rebaixamento. Na zona de rebaixamento e desfalcado.

Entramos para jogar contra este time na zona de rebaixamento e desfalcado sabendo que a liderança não viria, mas que tomaríamos a segunda posição com uma vitória. Antes dos dois minutos, Luan fez a bola beijar a trave. Opa. Tudo certo, tudo como esperado, não é? Não.

Toda vez que o Sport partiu pro ataque, desde a metade do primeiro tempo, o coração dos gremistas veio parar na boca. Jaílson e Maicon faziam boas aparições na frente, mas brincavam de esconde-esconde na defesa. O meio-campo não ganhava nenhuma bola e não marcava pressão em nenhum momento. Apesar disso, o Sport não tinha chances reais de gol.

Apesar dos sustos, tínhamos jogadas no ataque, que esbarravam muito mais em tropeços nas nossas próprias pernas, supostamente mais habilidosas que a defesa do Sport, que jogava bem postada. E foi justamente em mais uma cena de displicência dos nossos armadores que nasceu a jogada do primeiro gol do Sport. Maicon quase perdeu a bola. Aí Douglas perdeu mesmo a bola e o Sport pegou a defesa em linha e aberta. Gol de Serginho.

Demorou alguns minutos para o Grêmio se reencontrar e o reencontro veio do que Roger trouxe de melhor para o time: a troca de posição entre os jogadores do ataque. Éverton caindo pela direita deixou a vibe “vou driblar todo mundo e sair na cara do gol” e fez, lá pelos 30 minutos, cruzamento para a pequena área que só não virou gol porque Luan vestiu uma chuteira um número menor hoje. E ainda teve chute de Giuliano, de Luan e cruzamento de Douglas que terminou em defesa de Magrão.

E aí? Tomamos o segundo gol.

2×0 para os pernambucanos.

Claro que Diego Souza, claro que de cabeça e claro que em jogada de bola parada.

Apesar do ânimo da torcida oscilar entre um funeral e a já habitual cena de caça às bruxas com tochas e tudo o mais, o Grêmio seguiu tentando. Ainda no primeiro tempo, Éverton chutou DE FORA DA ÁREA e quase gol.

Então, voltamos no segundo tempo para ver GEROMEL fazer um gol de centro-avante e aumentar seu repertório mitológico. A capacidade de reação estava ali e quase acreditamos que haveria meios de virar o jogo.

Depois do gol, o time desenhou melhor a defesa, com Maicon guardando a posição de primeiro volante e Jaílson saindo para o ataque. O jogo ficou mais lá e cá e, apesar de seguirmos com as calças na mão a cada subida para o ataque do Sport, veio ele, de novo, PEDRO GEROMEL. Outro gol de centro-avante, aproveitando uma bola sobrando na área. Acreditamos que agora ia…

Íamos aonde mesmo? Aos 23, tomamos o famoso gol cagado, um bola sobrando na frente da defesa inteira e um cara caído toca pro gol. O gol cagado que a gente NÃO FAZ MAS LEVA.

A entrada de Ramiro e Pedro Rocha era uma boa pedida quando o jogo empatou. Ramiro poderia acertar o posicionamento dos volantes, já que mais minimamente entrosado com Maicon (ou Maicon mais minimamente entrosado com Ramiro, se é que é possível compreender o que Maicon anda fazendo nos treinamentos). Pedro Rocha traria um pouco mais de objetividade do meio pra frente, tanto na armação das jogadas, como no primeiro bote ainda no campo de ataque – estratégia que tem sido eficiente em muitos jogos, menos naqueles em que o time adversário é teoricamente mais fraco.

MAS parece que o cronômetro do Roger anda mais devagar que o da vida real e os dois acabaram entrando quando o juiz marcou o chamado PÊNALTI INTERPRETATIVO.

4×2 para o time na zona de rebaixamento e desfalcado.

Não adianta ataque que funciona bem com todo mundo trocando de posição. Não adianta paciência e capacidade de reação. Não adianta dois gols mitológicos. Não adianta nada se não jogarmos na defesa com a atenção de um senhor Miyagi caçando moscas com dois palitos.

Temos que treinar esta concentração de todas as maneiras. Pode ser até pintando cercas ou encerando carros. Pra podermos pegar até as menores moscas com dois palitos, principalmente aquelas pequenininhas, que parecem mais inofensivas. Porque o Sport era praticamente uma mosca morta e nos tirou três pontos dos quais vamos sentir saudades no fim do campeonato.

Ganhar o jogo não é uma questão de ataque. FOTO: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

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