Grêmio Libertador

Mata-mata maquiador

E, pra variar, toda a vez que temos grandes confrontos na Copa do Brasil alguém vem pra dizer o tradicional “volta mata-mata”. Porque o jogo é mais divertido, tem maior público, tudo pode acontecer, etc. Até o presidente do Grêmio fez alguma pressão pelo retorno, com um séquito de outros ávidos para mudanças nesse campeonato chato que se tornou o Brasileiro. Até esse ano que todos acharam que ia ser mais emocionante por faltar ao Cruzeiro habilidade na reformulação do elenco o Corinthians disparou e não tem cara de que vai perder a vantagem, mesmo em baixa.

Só que, convenhamos: mata-mata não vai salvar nada. Os jogos terão mais emoção? Olha, todas as “vantagens” do formato dizem respeito ao EQUILÍBRIO que uma disputa em um ou dois jogos traz. Não interessa se o time fez 20 jogos invicto. Isso não faz a menor diferença no resultado do próximo. A chance de perder é a mesma. E mais, não há nenhuma necessidade de vencer para eliminar o rival. Todo o mundo que joga com o regulamento sob o braço sabe disso.

O campeonato em mata-mata é mais legal pra quem chega na final. Pros que ficam pelo caminho, segue a mesma porcaria que um de pontos corridos onde alguém dispara. Só quem nem tem tabela pra cumprir. Não tem nem os dez mil pra ver um jogo que vale kisuco, não tem divulgação da marca pro patrocinador, não tem nada. Imagina que legal ser eliminado nas oitavas por um gol contra e ficar dois meses antes do resto de licença.

O que precisamos é DIMINUIR O ABISMO FINANCEIRO que existe entre os clubes. Criar medidas que façam que um time medíocre na temporada de 2015 tenha condições de fazer o inverso em 2016. Um campeonato com maior competitividade esportiva, com maior importância de decisões técnicas. De repente fazendo como o campeonato brasileiro feminino, que usa a seleção (que é paga pela CBF) para reforçarem os classificados para a segunda fase (um tipo de draft).

O “volta mata-mata” é muito cômodo para todos os envolvidos no futebol. Só não é bom pro futebol enquanto esporte. Quem sabe não paramos de nos preocupar com o nosso próprio clube e passamos a pensar no futebol como algo maior?

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