Grêmio Libertador

Melancolia de domingo: Botafogo 1 x 0 Grêmio

A noite de domingo sempre chega carregando o seu tanto de melancolia. Este jogo das 19h pode ajudar a lidar com este terrível momento da semana, ao menos como distração. Não foi o caso de hoje. Nada do que aconteceu em campo neste Botafogo x Grêmio foi capaz de distrair as mentes preocupadas com a semana que começa daqui a pouco. E somente porque a semana que começa tem decisão na Copa do Brasil, é possível perdoar a atuação bem mais ou menos do time totalmente alternativo e não pedir de volta as duas horas de vida perdidas.

O xis da questão, no entanto, é que o totalmente alternativo tende a ser totalmente definitivo para, pelo menos, as rodadas do Brasileiro que se intrometerem entre as decisões copeiras (Renato foi muito claro na coletiva pós jogo, afirmando que os guris terão de assumir a bronca). E mesmo que joguemos o campeonato despretensiosamente, sequências de jogos ruins podem não ser o melhor negócio.

À exceção de Paulo Victor e, sim, Bressan, todo mundo fraquejou na defesa. Leonardo pareceu nervoso o jogo todo. Bruno Rodrigo devagar quase parando. Oliveira, aquela coisa de não estar onde tem que estar. E Kaio e Jaílson jogando muito abaixo, talvez por preocuparem-se demais com algo que não sabem fazer – a transição. E os jogadores de ataque, que no esquema com as peças originais voltam para marcar quando necessário e abafam a saída de bola quando solicitados, nesta versão alternativa também não deram conta – exceto Fernandinho, que apareceu lá e cá quando preciso.

O gol do Botafogo, nascido de uma tentativa de interceptação bestamente mal executada por Kaio, demonstrou claramente a fragilidade, desatenção e lerdeza da defesa. Leandrinho pôde praticamente enviar um telegrama para para Brenner colocar a bola onde ele queria, recebeu sem ninguém (Bruno Rodrigo) acompanhar e marcou aos 6 minutos de jogo.

E o restante do jogo foi de torcer para Éverton ou Fernandinho sacassem um coelho da cartola. Coelho que chegou a botar a orelhinha pra fora, quando Matheus Fernandes levantou trouxamente o cotovelo na barreira, interceptando com o braço a falta cobrada por Fernandinho. Pênalti que – alguém explica? – Oliveira bateu burocraticamente e Gatito Fernández defendeu.

No segundo tempo, Paulo Victor defendeu pelo menos dois chutes perigosos dos botafoguenses e Éverton, Lincoln e, depois, Dionathã chegaram a botar a bola no chão e fazer belas jogadas, mas que acabaram não dando em nada.

Para além da melancolia típica da noite de domingo, a partida de hoje mostrou que ainda será necessário encontrar um esquema de jogo para este Grêmio definitivamente alternativo. Um esquema que não pode apenas emular o do time que irá copar. Renato terá que montar um quebra-cabeça com a molecada.

Foto: Rafael Ribeiro / Agência Press Digital

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