Grêmio Libertador

Minha primeira vez no Olímpico

Comemorando esse que será o último aniversário do Olímpico, decidi me lembrar e compartilhar o meu relato de um dos jogos mais importantes que já assisti dentro desse estádio cheio de memórias.

Enganam-se os que pensam que vou falar de uma decisão de campeonato, de uma goleada de proporções épicas, de uma virada inesquecível. Lembro-me com carinho de jogos que contemplam cada um desses atributos. Mas hoje não. Hoje preferi lembrar de um jogo que ninguém mais deve lembrar, quiçá se lembrarão do nome do time que o Grêmio venceu naquele dia. O jogo em questão foi Grêmio 2×0 USJA. O saudoso União São João de Araras.

Por que esse jogo foi tão especial pra mim? Vou explicar.

Eu, como bom guri do interior e filho de pai coruja e colorado, demorei pra poder sair sozinho de casa. Principalmente vir pra capital. “Imagina se esse guri se perde lá”, diria a minha mãe.

E foi só no dia 15 de Outubro de 1995 que meu pai, despindo-se de todo o orgulho colorado que lhe restava naqueles anos difíceis para o Co-irmão, resolveu que me levaria pra ver um jogo do Grêmio no nosso amado estádio. Vestiu uma camisa pólo azul, ouviu os concelhos da minha mãe e partiu em direção à capital.

Chegamos em Porto Alegre no Gol Copa 1994 do meu velho. Paramos, perguntamos pra que lado era o estádio (maldito google maps que ainda não existia). Nos perdemos, perguntamos de novo e, enfim, chegamos ao monumental. Foi DEMAIS ver da Carlos Barbosa a grandiosidade daquele estádio. Aqueles refletores apontando para o céu e a magnitude do concreto erguido que, mal sabia eu, viria se tornar minha segunda casa.

Adentramos o Largo,. Meu pai foi na bilheteria e comprou as nossas entradas. Não me lembro o preço. Mas devia ser algo como R$5, sei lá.

Se eu me importava qual era o jogo, se eu estava ligando que Jardel, meu grande ídolo até então, não ia jogar? Não, não estava nem aí. O negócio era entrar no estádio, ganhar uma pipoca e sentar no concreto pra assistir o meu time jogar.

Me emociono quando lembro desse dia. Não foi um jogo especial, não foram gols bonitos. Confesso que estava mais curioso pra ver o meu pai fingindo comemorar do que ligado nas táticas e técnicas do time em campo. Mas enfim, foi a primeira vez que eu comemorei um gol do meu time. No meu estádio.

Saudoso Olímpico: parabéns pelo teu aniversário. Parabéns por ser esse estádio tão querido, temido e respeitado. Parabéns por proporcionar momentos como esse meu pra tanta gente legal.
Sentiremos a tua falta.

Um obrigado especial ainda ao Seu Marcos Dewes, um pai de verdade que sabe que orgulho e vaidade não valem merda nenhuma.

Grêmio 2 x 0 USJA
15/10/1995

Grêmio
Sílvio, Rivarola, Luciano, Vágner Fernandez e Roger (Magno). Dinho, Carlos Miguel, Luis Carlos Goiano e Arílson (Émerson). Paulo Nunes e Nildo (Carlos Alberto). Técnico: Luiz Felipe Scolari

USJA
Adnam, Fabinho, Daniel, Gléber e Chiquinho (Maurício). Rogério, Marcelo, Marcelinho e Odair (Robinho). Cleomar e Israel (Gláucio). Técnico: Luís Carlos Ferreira

Os gols do jogo foram marcados por Carlos Miguel e Nildo.

 

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