Grêmio Libertador

Muito o que explicar

Eu ia atualizar o post anterior com os dados passados pelo nosso presidente mas, pelo tamanho que estava ficando, e pelas repercussões que podem gerar, resolvi escrever outro. Depois da coletiva, mais dúvidas ficaram. Para quem não sabe (e parece que muita gente não sabe), na sexta passada, dia 11/03, foi aberto o primeiro envelope da concorrência pelos direitos de televisão dos próximos brasileirões – a TV aberta. Para ela, o valor mínimo era de 500 milhões, praticamente o valor que foi dado pela Rede TV!.

O Grêmio ocupa a faixa 3 da distribuição de renda do C13. Então, vamos até a calculadora: como o nosso leitor Daniel comentou no post abaixo desse, se fossem guardadas as proporções desse ano, recebemos cerca de 10% do valor do contrato de venda de imagem fechado. O valor foi pouca coisa maior que o mínimo, logo, vou dizer que foi o mínimo: então temos, porque está assinado com o C13, 50 milhões por ano.

Dia 23 e 24 de março serão abertos os pacotes da TV Fechada, Internet, Celular e Pay-per-view. Digamos que, novamente, apenas os meios de comunicação “sem pedigree”, aproveitando-se da situação do esvaziamento, apresentem propostas próximas do preço mínimo, assim como o canal de tv. Para simplificação de cálculo, vou esquecer os valores crescentes (ver aqui) e vou considerar o preço médio para o contrato inteiro: o valor da venda será de 437 milhões por ano.

Palavras do Odone: “A proposta da Globo mais do que dobra o que os clubes vinham ganhando até aqui. São valores acima dos 500 milhões mínimos que o Clube dos 13 pediu e apresenta todas as outras condições com relação a TV fechada, internet, pay per view e a outras condições. Uma cobertura completa sobre os direitos de imagem do Grêmio, que são as fontes principais dos clubes atualmente”

O valor não pode ser “mais que dobra”. Tem que ser “mais do que triplica”. Hoje recebemos quase 28 milhões e a proposta do C13, se mantendo os 10% de proporção, é de quase 94 milhões, se vendido pelo valor mínimo. Assim, se o nosso presidente recebeu por QUATRO anos (e não por três, como foi a venda do C13), tem que ter assinado contrato de mais do que 340 milhões (84,6 milhões por ano). Caso contrário, a decisão dele não vale nada, pois fere o estatuto do Grêmio por apresentar uma renúncia de receitas maior do que os 10% do orçamento, mesmo sem saber qual é o orçamento (a não ser que o Grêmio tenha alguma outra fonte de receita no período que se aproxime dessa). Não existe justificativa financeira para isso.

Para deixar claro: este blog tem muitas cabeças, e não tem posição coletiva sobre nada. Assim, particularmente, nesse momento torço muito pelo CADE e pelo CD do Grêmio.


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