Grêmio Libertador

O comportamento da torcida

 

FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

 

Tanto tempo sem títulos têm nos deixado um tanto amargos.

Eu mesmo tenho sentido isso.

Tanto que não atraso nunca o pagamento da minha cadeira na Arena, mas não tenho ido apoiar o time na nossa casa.

Não é preguiça. Muito menos o momento do time.

É que eu carrego uma regra simples, porém inquebrável: só ir no estádio para apoiar.

Sempre foi assim. Sempre fui assim.

E brigo com quem insiste na corneta antes do apito final do juiz.

Faço isso desde os meus, sei lá, 12 anos de idade. Mas agora, com 39, começa a ficar um tanto ridículo.

Então fico em casa, onde posso me tornar o pior tipo de torcedor: o corneteiro.

Xingo jogador. Reclamo. Faço mil alterações no time.

Mas só faço tudo isso porque sei que estou à quilômetros da Arena, onde ninguém em campo consegue me escutar.

Só que, ao me dar conta de tudo isso, comecei a ver que não acontece só comigo.

Eu não sei o que anda acontecendo com a nossa torcida e a torcida dos outros times no geral.

Será que a “gourmetização” dos estádios, com suas modernas arenas, ingressos mais caros e regras mais rígidas nos deixou menos apaixonados? Será que pagar tanto nos deixou mais críticos, mais exigentes, e esquecemos da nossa função em campo?

Sim, somos o 12º jogador. Sempre fomos. E ficamos famosos por isso.

Então por que parece que a Arena ainda não conheceu esta torcida incrível por inteiro?

Domingo vamos precisar dela. E, independente do fato de eu não gostar de ver o Yuri entrar em campo no lugar do Braian, em vez de entrar no lugar do Luan (que jogou uma de suas melhores partidas contra o Juventude na Arena), eu vou estar lá pra apoiar o time na final da nossa “Copa do Mundo” rural.

Não tem desculpa. Precisamos desse titulo.

Temos GREnada pela frente, o time deles tem um grupo melhor e encontrou uma liga que eu esperava que demorasse mais pra chegar. E independente de tudo isso, de todo esse favoritismo vermelho, domingo vamos jogar com o que temos de melhor dentro e fora das 4 linhas.

Temos time para ganhar e torcida para empurrar.

E temos corneteiros também, que eu espero, fiquem em casa no dia da final.

A nossa Arena é gigante. A mais moderna, mais incrível da América Latina.

Mas vai ficar pequena para a corneta.

Domingo o apoio é incondicional e vamos lotar a Arena pela primeira vez.

Você pode fazer parte disso e vestir a camisa.

Ou assumir a corneta e apoiar da melhor maneira que você consegue: de casa, com o controle remoto na mão e a bunda confortavelmente acomodada no sofá.

E, não se engane, você não decide isso.

Quem decide, é o Grêmio.

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