Grêmio Libertador

O nosso camisa 1

Não pretendia escrever sobre a possibilidade de trazer o Julio Cesar, mas o assunto ainda rende bastante discussão. Eu fui (e sou) contrário à vinda dele, mesmo não achando que seria o fim do mundo trazê-lo. Basta pesar os prós e contras, mas antes vamos contextualizar.

Quem defendeu a contratação usou o argumento que não se deve fechar as portas pra bons jogadores, mesmo eles não suprindo as carências do time, ou alguém seria louco de recusar o Snejder ou o Xavi caso um deles fosse oferecido pra gente? Concordo, porém discordo pois um time é formado por pessoas, não máquinas ou peças que tu pode simplesmente trocar quando quiser. Tu pode trocar um jogador por outro melhor, mas não dar certo. Por mais que tentem transformar o futebol numa ciência exata, ele não é. E nunca vai ser.

Pensando apenas no time que entra em campo, Júlio César é, tecnicamente, superior ao Grohe. Sem falar que é um goleiro mais rodado e experiente. Com salários bem razoáveis, num primeiro momento seria um belo negócio, daqueles que o cara deve aproveitar. Porém, o contrato de apenas alguns meses traz a lembrança do que foi feito em 2002, com o Luizão. O centroavante veio aqui só pra se preparar pra Copa do Mundo, não teve envolvimento com o Clube e a cabeça estava no Japão, ou seja, foi bom negócio só pra ele. Não dá pra trazer alguém que não se comprometa com o projeto. E isso não sou eu que estou dizendo, foi dito em todas as entrevistas do Rui Costa. Sempre que ele contratou alguém, conversou diretamente com o jogador antes pra deixar claro o que espera dele e saber se pode contar com o envolvimento deste.

Isso sem falar que, se viesse o Julio Cesar, Grohe não ficaria, teríamos que continuar a busca por um reserva experiente e, pra completar, depois da Copa do Mundo também estaríamos sem goleiro titular.

Portanto, a defesa do Grohe não é por simpatia ao goleiro ou por um merecimento por tantos anos na reserva. É uma questão lógica: Grohe é o nosso camisa 1.

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