O planejamento está: corretíssimo

0 Postado por - 3 de maio de 2018 - Artigos

O monte de choradeira praticamente foi soterrado pela atuação contra o Cerro. Mas a gente ainda precisa explicar, parece, como o Grêmio vê as coisas desde o ano passado. Como o Renato já salientou, tem muita gente que já está copiando o tricolor nesse ano devido a 2017. Quem não parece entender muito é justamente quem precisaria entender: a imprensa especializada. O torcedor pode ser incoerente o quanto quiser. O que interessa é taça no armário, planejamento bom é o que dá caneco e deu.

Rumo a todos os títulos. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

O Grêmio fez um trabalho excelente nesse grupo de jogos. Desde encarar com o time totalmente titular o Goiás no primeiro jogo – coisa que poucos jornais acertaram – até os reservas contra o Bota. Era até óbvio: dois jogos fora, sendo que tinha decisão de primeiro lugar em casa. Joga pra dar ritmo e fazer o resultado em Goiás e joga com o Banguzinho pra fazer um ponto no Rio. Quase deu 100% certo, se não fosse o chute espírita do Gílson, o plano seria perfeito. Mas é do planejamento. Só não falha quem não planeja.

Ano passado foram 85 jogos oficiais, mas o que mais atuou foi o Everton, que era reserva, e fez 61 jogos. Só assim pra chegar entre os 4 em TODAS as competições de maior grandeza (ficamos entre os 4 no Ruralito também, e em 8º na Primeira Liga). E é isso que contempla esse planejamento – com a gente concordando ou não. Dentro desse espírito, posto hoje porque acho que posso chutar quais serão os próximos passos. Claro, não estou dentro do Grêmio e não sei o que vai ser feito, mas faço aqui algumas apostas para os próximos jogos. Anota aí projetado e cobra depois:

Grêmio x Santos – Time titular. E faz todo o sentido, temos 5 dias entre os jogos, dá tempo de descansar e buscar os pontos. Se o Santos repetir o jogo contra o Nacional vai ser fácil. Ainda mais se o treinador Jair pensando no primeiro confronto dele na Copa do Brasil, que será no dia 10. Acho que ele vai de titular e isso deve representar alguma poupança em Porto Alegre.

Grêmio x Goiás – Time quase reserva. Já foi dito no primeiro jogo que até o Goiás deve poupar, mas o time que perdeu pro Botafogo não perde de 3×0 de maneira nenhuma. Com os titulares no banco é garantia que, se der merda, dá pra buscar recuperar. Mas o mais importante é DAR RITMO. Eu iria com apenas o Jael dos titulares para entrosar esse time.

Grêmio x Internacional – Time titular. E isso não é apenas porque é clássico e tal. Como eu já escrevi, Brasileirão é maratona e planejar o campeonato é escolher pontos de checagem. O Grêmio já tem 4 pontos e precisa de mais seis para fechar 10 em 15. Independente da classificação que estivermos na parada da Copa, lutar pelo título do Brasileiro é ficar dentro dessa métrica – 2 pontos em média por rodada até a 35ª – ou seja, 70 pontos até lá. Mesmo no ano passado o Corinthians estava com 72. Ou seja, qualquer time com 70 pontos na 35ª rodada estará disputando título.

Monagas x Grêmio – Time RESERVA. Quem cantou a pedra foi o PVC depois do jogo do Grêmio anteontem e eu concordo 100%. O Grêmio também usou reservas no Paraguai por causa da semifinal do Gaúcho no ano passado. A diferença de dias entre os confrontos é curtíssima (3 dias), sendo que tem uma viagem de 24 horas corridas pra ser feita. Como jogar com titulares em ambas? Não tem. Por isso eu mesclaria contra o Goiás, colocando quem está inscrito e pode ser titular na Libertadores pro jogo da Copa do Brasil. O time que jogou contra o Botafogo se tiver mais conjunto (e talvez um ou dois reforços) pode vencer lá.

Paraná x Grêmio – Aí vai depender de como foram os dois jogos de Brasileirão já disputados e o contra o Monagas. Se o Grêmio não fizer 6 pontos contra Santos e Inter, iria com os titulares. Se fizer, com reservas. Se perder pro Monagas é reservas indiscutivelmente. Isso porque três dias depois tem o jogo contra o Defensor pra tentar ser primeiro do grupo.

Editado: estava informado errado que o Grêmio poupou para um Grenal no ano passado, mas o fez pela Semifinal contra o Novo Hamburgo. Depois da derrota do Corinthians (que não poupou) e da goleada do Cruzeiro (que poupou) parece que quem deveria ser poupado é o Renato. Poupado das críticas, óbvio.

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4 + comentários

  • Ezio 3 de maio de 2018 - 09:06 Responder

    Na verdade em 2017 os reservas foram jogar no Paraguai visando a semi contra o Nóia. De resto perfeita a análise. Por mais que faça alguma restrição em por reservas pra jogar partidas da Libertadores a ruindade do Monagas é tão grande que acho que mesmo o time que perdeu aos 49 do segundo tempo graças a um chute na veia do Gilson consegue ganhar. O Brasileirão pra mim não tem mais a mesma graça virou uma mera classificatória pra Libertadores (além do óbvio não cair pra segundona) acho que vale o investismento na Libertadores (por motivos pra lá de óbvios) e na Copa do Brasil. Mesmo na Europa grandes clubes não valorizam tanto o nacional.

    • Fagner 3 de maio de 2018 - 10:08 Responder

      É verdade, Ezio. Valeu por corrigir. Já consertei ali no texto. De resto, pensamos parecido – tirando o fato que eu ainda quero ganhar tudo o que a gente tá jogando esse ano, então levo a sério ganhar o Brasileiro tanto quanto Libertadores e Copa do Brasil.

      Saludos,
      Fagner

  • RAFAEL 3 de maio de 2018 - 14:49 Responder

    Olha, posso estar enganado, mas o que eu vejo é um total descaso dos europeus com suas “copas nacionais” e o foco principal, quando não estão na Champions, é o campeonato de pontos corridos…

    • Fagner 3 de maio de 2018 - 20:23 Responder

      Depende muito de cada lugar. Na Inglaterra tem duas, por exemplo, a Copa da Liga Inglesa e a Copa da Inglaterra. A primeira ninguém da bola, a segunda é o campeonato mais antigo do mundo, ou seja, é muito importante para um contexto histórico. No caso da Copa do Brasil, hoje, é muito importante pelo fator financeiro. Então, cada caso é um caso. Lá o campeonato que mais paga é a Champions League, por isso o esforço também é maior. Não é só glamour que move o interesse pelo título europeu.

      Saludos,
      Fagner

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