O que era preciso: Grêmio 4 x 0 Atlético-PR

0 Postado por - 29 de junho de 2017 - Artigos

Dirão que fizemos o que devíamos. Mas se dissermos que devíamos ganhar de goleada do Atlético Paranaense simplesmente porque o adversário apresentou algo que até parecia um tanto com futebol estaremos ignorando que o Grêmio apresentou-se com total PRECISÃO. Uma precisão com aquela dubiedade do verso de Fernando Pessoa, entre o necessário e o exato.

Fizemos, portanto, o que era preciso.

Nos primeiros minutos, já era possível ver o Grêmio da precisão nos passes, da precisão do posicionamento da defesa, da precisão do bote para retomar a bola o mais próximo do campo de ataque possível. Até os 15 minutos, foram pelo menos quatro finalizações para o gol.

Então, num deixa que eu deixo, Geromel recuou e Grohe catou com as mãos na linha da pequena área. A imprecisão gerou o momento do necessário entrar em campo: lotamos a goleira e a pequena área com os nossos, apelamos para a sorte e a ruindade do adversário. Deu certo.

Em seguida, aos 22 minutos, voltamos à exatidão: assistência de Pedro Rocha deixando Lucas Barrios pronto para enfiar um patazo daqueles de botar no manual. A bola voou a exatos 103,6 km/h para vencer Wéverton. O gol necessário para tranquilizar os que já ouviam o tio do pavê soltar o “quem não faz leva”.

Nos próximos sete minutos, seguimos com tudo precisamente controlado. E o principal controlador da bola no ataque era aquele que alguns acham necessário cornetar: Pedro Rocha. Aos 29, foi ele a iniciar a jogada que resultou no segundo patazo de Barrios no jogo e seu segundo gol.

Ainda não era tudo o que havia para o primeiro tempo. Três minutos depois, de novo ele, Pedro Rocha chutou para o gol, Wéverton espalmou. O escanteio cobrado na primeira trave desta vez foi desviado por Kannemann direto para dentro do gol. Um toque de nuca preciso para abrir uma vantagem praticamente incontestável para o segundo jogo em Curitiba.

No segundo tempo, o jogo ficou um tanto naquele ritmo de que tudo já havia sido decidido. Pudemos, então, prestar ainda mais atenção no quanto jogam Arthur e Ramiro. O primeiro com sua serenidade tão necessária à exatidão dos passes que dão ritmo ao meio-campo. O segundo aparecendo em qualquer lugar do campo no exato segundo em que se faz necessário. (Desnecessário foi aquela bola bater na trave e impedir um belo gol de Ramiro.)

As entradas de Fernandinho, Éverton e Lincoln no lugar de Pedro Rocha, Arthur e Barrios foram necessárias para um time que precisa administrar três competições. A exatidão sendo trocada pela vontade parecia que não renderia tanto assim e lá pelas tantas estávamos nos empolgando mais com o vermelho de Nikão do que com as chegadas do Grêmio ao ataque.

Mas porque para um time ser campeão também é necessário que o time coloque um porém em cada corneta, Fernandinho acertou passe exato para Éverton chutar pro quarto gol do Grêmio.

Fizemos, portanto, o que era preciso. O necessário para retomar o fôlego depois de uma derrota com a qual não contávamos justamente na abertura de uma quinzena de jogos decisivos. E exatamente o que era preciso para que o jogo da volta em Curitiba, daqui um mês, já não seja a nossa principal preocupação.

– Que buena onda! (Foto: LUCAS UEBEL / GRÊMIO FBPA)

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10 + comentários

  • Lucas 29 de junho de 2017 - 08:22 Responder

    Olha… pode não levantar nenhuma taça esse ano mas uma coisa vocês terão que concordar comigo… Que time Supimpa esse nosso Grêmio. Put… que Pari….

  • Artur Wolff 29 de junho de 2017 - 09:40 Responder

    Time grande que está bem tem que fazer isto. meter goleada para garantir classificação.
    Cansei de ver o Grêmio no passado, sendo superior, jogando bem, fazer 1 ou 2 gols e desistir da partida. Ontem com 3 x0, que parece um resultado bem tranquilo, se toma um gol ( e quase tomou!) O Atlético entrava no páreo de novo pois fazendo 2 x0 lá se classificaria.
    Então é isso, quando está bem tem que continuar jogando para meter 4, 5 como Barcelona, Real, etc……fazem.
    Uma partida ótima do Grêmio quando se observa que todos os jogadores estavam bem.
    Com excessão da rateada entre Geromel e Grohe (para variar!) que no 1º tempo conseguiram fazer o que quase nem se consegue ver mais em futebol de 1ª linha; atrasada pro goleiro pegar com a mão. Se o Atlético faz aquele….podia complicar.

    • AC2017 29 de junho de 2017 - 21:59 Responder

      Nem com 4 a Zero, os corneteiros dão sossego!!!
      Enfia a corneta no C.U., secador FDP!!!!

  • Ezio 29 de junho de 2017 - 09:42 Responder

    Classificação virtualmente garantida, show de bola o oportunismo do Barrios que volta a velha forma e possivelmente a melhor partida do PEDRO ROCHA que vi com a camisa do GREMIO. Nem na final contra o CAM em 2016 ele jogou tanto como ontem. O que segue preocupando é nosso goleiro que por pouco não entregou mais uma. Alguém no GRÊMIO precisa chamar esse rapaz de canto e saber o que está acontecendo. Domingo foi aquele frangaço contra a Chinelagem de Itaquera e ontem foi nitido que o Geromel estava atrasando a bola pq não deu um bico pra onde apontava o dedão do pé. E se o CAP faz aquele gol ? Ainda estava 0 X 0.

    • oliver 29 de junho de 2017 - 10:19 Responder

      Se o atletico faz aquele gol, teríamos iniciado como contra o fluminense nas oitavas. O Grêmio ganharia de um jeito ou de outro, tamanha a superioridade. O que aconteceu do recuo, é coisa de jogo. Ficar conjugando o “SE” é desnecessário. Eles não fizeram gols, fizemos 4×0, e inclusive com boas intervenções do nosso goleiro. Isso você não enxergou, não é mesmo?
      Corneta com nosso goleiro agora é desnecessário. O time está voando, vamos apoiar o que ocorre, não o “se”.
      Abraxx

      • Ezio 29 de junho de 2017 - 11:44 Responder

        Oliver domingo passado tivemos uma bela amostra do prejuizo que uma falha do goleiro pode provocar. Não dá pra ficar brincando, acho que cabe o Renatão ou alguém da comissão técnica chamar o Grohe de canto e cobrá-lo. Mas enfim valeu pela grande atuação do time após esse incidente. O jogo só não terminou uns 7 graças ao Weverton.

  • Valdo 29 de junho de 2017 - 11:19 Responder

    Partidaça do Grêmio! Impressionante como jogou bem o Pedro Rocha, talvez tenha sido a melhor atuação dele com a camisa do Grêmio. Ontem tivemos muita mobilidade, as nossas linhas estavam se “conversando” bem. Mais um adversário retrancado, só que dessa vez o time foi mais vertical, teve a coragem e a competência necessárias pra ignorar a defesa adversária. A triangulação do segundo gol é um exemplo disso. Passes rápidos e aprofundados, pode botar uma parede na frente que uma hora a gente entra. Foi isso que faltou contra o Corinthians, ficamos tocando a bola lateralemnte, sem aprofundar e sem velocidade, respeitamos demais. Não vou comparar os adversários obviamente, mas o nosso time é que mudou do jogo anterior pra ontem. Como diz o Renato, se jogarmos pro ataque, tivermos coragem, o adversário pode até fazer gol, mas nós vamos fazer mais (obviamente que na Copa do Brasil não levar gol é importante, mas vencer é muito mais).
    O Grohe seguro ontem.

  • Raukoores 29 de junho de 2017 - 16:33 Responder

    Incrível reclamarem do Grohe. Se ele não se joga e coloca mão na bola é gol contra do Geromel. Nosso zagueiro que errou desta vez. Do resto, esbufetamos o patético, do jeito que tem que ser.

  • Félix Nunez 29 de junho de 2017 - 20:46 Responder

    Olha com 37 anos e não me lembro de ver um time do gremio jogando desta forma. Que timassso. Não estou me referindo a resultados em si, mas a forma de jogar. Talvez aquele time do Tite de 2001 e 2002. E o de 95. Mas com essa sede de atacar, troca de passes rápidas, transição e roubadas de bola nada como este time. Incrível. Podemos até não ganhar nada, vai passar muito pelo que a janela européia vai nos prejudicar, mas sinceramente, estou vendo cada jogo como se fosse o último deste time. Que coisa incrível!!!! Não tem o porque criticar, pelo amor de Deus!

  • Jonatha Zimmer 30 de junho de 2017 - 08:05 Responder

    Excelente resultado e atuação. Time jogando série e com o foco no resultado.

    ps: e os cornetinhas do Grohe não se cansam.

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