O tamanho da vitória em Mendoza

0 Postado por - 7 de julho de 2017 - Artigos

A vitória contra o Godói Cruz em Mendoza foi enorme. O motivo principal é que faz tempo que o Grêmio não passa das oitavas de final da Libertadores. Fomos pra Libertadores de 82 por ter sido campeões brasileiros de 81. E foi uma estreia modesta: não passamos da primeira fase. Mas voltamos em 83 por ter sido vice Brasileiro de 82 e também em 84 como atuais campeões. Aí só retornamos em 90 através do título da Copa do Brasil de 89 – a última vez que não passamos de fase. Depois retornamos em 95, 96 (quando não disputamos a fase de grupos por que o campeão entrava nas oitavas), 97 e 98. Nesse século participamos na primeira década em 2002, 2003, 2007 e 2009. Na década atual jogamos em 2011, 2013, 2014 e 2016. E, por incrível que pareça, ainda não passamos das oitavas.

Esse formato de fase de grupos e mata à partir das oitavas foi apresentado para o Grêmio em 1990. E a partir desse ano até 2011 todas as vezes que disputamos chegamos pelo menos nas quartas (são 10 vezes em 17 edições). Só nas últimas quatro edições é que estamos patinando. A vitória fora de casa no primeiro jogo um passo importante pra terminar com essa história.

Nunca o Grêmio foi eliminado depois de vencer a primeira fora nas oitavas. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

Não tem nada definido, claro. Mas o Grêmio do Renato, nessa passagem, nunca foi eliminado de torneio de mata depois de vencer o primeiro jogo. A única eliminação em matas veio depois de um empate em casa com o Novo Hamburgo na semifinal do Gauchão desse ano. Na Copa do Brasil de 2016 foram vitórias em todos os primeiros jogos e título (1×0 fora no Atlético PR, 2×1 no Palmeiras em casa, 2×0 no Cruzeiro fora e 3×1 no Atlético MG fora). Na de 2017 uma vitória nas oitavas com classificação (3×1 em casa no Fluminense). No Gauchão de 2017 também eliminamos o Veranópolis depois de vencer o primeiro jogo (2×0 fora). De 7 disputas de mata, todas as vezes que vencemos a primeira, passamos de fase.

Usando dados do @p14nt40 (sigam no Twitter) do Eduardo Farah, fui cavocar o desempenho do Grêmio nessa fase em todas as edições. De todas as vezes que caímos fora da Libertadores nas oitavas (4 vezes) em apenas uma oportunidade não perdemos o primeiro jogo. Em 2011 levamos 2×1 em casa contra o Universidad Católica. Em 2014 levamos 1×0 do San Lorenzo na Argentina. Em 2016 foi a vez de levar 1×0 do Rosário outra vez em casa. Apenas em 2013 vencemos o primeiro confronto na Arena, 2×1 contra o Santa Fé.

De todas as vezes que passamos de fase (8 vezes) perdemos a primeira em 2007 para o São Paulo (0x1 fora) e em 1997 para o Guaraní do Paraguai (1×2 fora). Vencemos em 2009 o Universidad San Martín (3×1 fora), o Olímpia em 2003 (3×2 fora), o River Plate em 2002 (2×1 fora) e outra vez o Olímpia em 1996 (3×0 fora). Em 1998 empatamos com o Nacional (1×1 fora) e em 1996 com o Botafogo (1×1 fora).

De 12 participações na fase de oitavas de final o Grêmio só não classificou quando venceu a primeira partida uma vez. Das cinco vezes que vencemos o primeiro jogo, em 4 vencemos também o segundo. Todas as vezes que o Grêmio venceu a primeira partida de oitavas de final de Libertadores fora de casa o time passou de fase.

Esse foi o tamanho da vitória em Mendoza. 2017 pode ser um ano inesquecível.

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