Para mim, chega.

0 Postado por - 18 de maio de 2011 - Sem categoria

Bem, depois do que foi dito pela diretoria do nosso co-irmão na tarde de hoje, a tal denúncia na FGF, vou partilhar com vocês uma ideia que tenho faz muitos anos. Já vi aqui milhares de vezes gremistas defendendo que não existe racismo no termo “macaco” e que o mesmo, como “porco”, “urubú”, etc., já foi assimilado pela torcida do Internacional e hoje não tem mais significado do que o peixe do Santos ou a raposa do Cruzeiro. Que, inclusive, seria um apelido que teria pego em função de que alguns torcedores viam o jogo em cima de árvores nos eucaliptos, ou que repetiam coisas que a torcida do Grêmio fazia, e que imitar é característica de macacos em interação com homens. E que o pai de Lupicínio Rodrigues sofreu preconceito racial quando tentou entrar para o “time do povo”.

Olha, não estou nem aí se isso é ou não verdade. Também não vou ficar aqui reinventando a roda e “denunciando” que existem sim racistas no Olímpico e que também existem na beira do lago. A única novidade que eu tenho para vocês, agora, é que, para mim, chega de procurar justificativas estúpidas que não mudam em nada um fato: usar o termo “macaco” é racismo. Não existe um contexto diferente onde o termo possa ser usado em relação a um ser humano sem que isso seja ofensivo. Acho que a única coisa que faz do macaco melhor que um humano é que ele não parece ter preconceito de cor.

Ah, tu não concorda comigo e vai insistir nas mesmas historinhas de sempre? Tudo bem, é um problema teu. Mas não pensa que esse teu comportamento vai passar impune para o resto da vida. Mesmo que não tenha nenhuma implicação desta vez, continuar cantando a palavra “macaco” vai continuar sendo denunciada. E cada vez menos a sociedade vai aceitar que isso passe assim, na boa, porque a desculpinha é muito fraca. Isso vai acabar numa punição de 10 jogos em casa, no momento que mais precisarmos, como já ocorreu várias vezes. Vale mesmo a pena correr esse risco por um termo que, como já disseram, “na verdade” é mais importante para o marketing deles do que para a nossa torcida?

Posso não falar pelo Gremio Libertador aqui. Mas falo como um cidadão gremista que, por ter decidido não pronunciar a palavra macaco para se referir a outro ser humano, seja quem for, tem que se contentar em não cantar a maioria das músicas que se ouvem no nosso estádio. Falo como alguém que não tolera injustiças e está completamente indignado com o escudo que a nossa torcida tem dado ao mais rasteiro tipo de ser “humano” que existe: o preconceituoso. Se tu não é racista, então não alimenta quem é. Chega de chamar alguém de macaco. Quem se acha melhor do que o outro não chega nem perto de ser alguém.

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10 + comentários

  • Menezes 18 de maio de 2011 - 14:56 Responder

    Bah, veio. Discordo MUITO de tudo isso que tu falou.

    Mas não vou ficar discutindo isso aqui contigo. Até porque levaria muito tempo hehehehe

    Mas, como tu sempre fala, "cada um, cada um". Opinião é que nem nariz.

    Dale!

  • Fagner 18 de maio de 2011 - 15:02 Responder

    Tu conhece esse meu argumeto, já discutimos isso por e-mail.

    Mas o aviso também serve para ti: não interessa se tu acha ou não, se tu é racista ou não. Se tu não acha errado chamar outra pessoa de macaco, tudo bem, não reclama quando tomarmos uma punição por isso. E não vem dizer que é perseguição e que quem puniu não tem razão. É racismo e pronto.

    Saludos,
    Fagnre

  • Menezes 18 de maio de 2011 - 16:17 Responder

    td bem, hehe, essa é a tua teoria.

  • Amarante 18 de maio de 2011 - 16:47 Responder

    Fagner, Parabens pelo texto. Acertas em cheio quando dizes que as desculpas tentam esconder o que é óbvio: racismo. Sejamos claros, a imitação ocorreu porque o zé roberto é negro e não porque é colorado. Quando o Oscar entrou no time deles, não ouvimos nenhuma imitação de macaco. Estranho, não?! Chega dessa estupidez, além de desprezível esse comportamento pode nos trazer punições muito severas.

  • Rafael 9 de março de 2012 - 05:39 Responder

    é um assunto complexo esse. eu tenho a mesma opinião que a tua, mas faltou colocar uma coisa: o maior problema de usar o termo macaco é que ele atualmente é um termo racista, proferido na rússia e em alguns países da europa. Não é de hoje que aparecem noticias mostrando estes acontecimentos onde a torcida joga banana, imita macaco, etc. Portanto, usar o termo “macaco” mesmo que aos olhos dos que fazem não seja racismo, pelo menos aos olhos do mundo será. Tem tanta coisa pra chamar esses coitados dos colorados, achar outro apelido é fichinha…

  • Jean 6 de março de 2014 - 23:23 Responder

    Concordo, Fagner. Por mais que a imensa maioria, como postei no face e tu comentou, não profira o termo com cunho racista.

  • bruno 7 de março de 2014 - 19:30 Responder

    Referir-se a um negro como “macaco” é um ato racista em 2014, em 1903, em 1865, em 1789 ou qualquer outro ano. Chamar um negro de “macaco” em um estádio na Rússia, no Brasil, na Namíbia ou em qualquer outro lugar é racismo. Qualquer tentativa de relativização é um ato racista.

  • christian 7 de março de 2014 - 19:53 Responder

    tenho um amigão aqui que é quase albino de tão alemão e colorado. logo, macaco. houve aqui algum tipo de conotação racial?

  • Felipe 7 de março de 2014 - 22:17 Responder

    Texto lixo, cheio de preconceitos. Como assim a única coisa que o macaco faz melhor que o humano é não ter preconceito?? Tu já fez/leu algum estudo comparativo entre competências de humanos e macacos(se sim coloca a referência aqui).O ser humano sempre tem a prepotência, o preconceito e o egocentrismo de se julgar superior e o teu texto deixa bem explicito isso. Esse papo de querer reduzir o racismo a chamar os outros de macacos é de uma superficialidade típica dos PREconceituosos.
    Leia um pouco sobre a história do mundo moderno e sobre fisiologia e comportamento animal e quebre barreiras meu amigo. Nascemos com preconceitos, cabe a nos ir atrás dos conceitos.

  • André 8 de março de 2014 - 11:34 Responder

    Falou e disse, to fechado contigo. Baita texto, parabéns.

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