Pedro Rocha repete Luís Mário

0 Postado por - 25 de novembro de 2016 - Artigos

Pedro Rocha, definitivamente, não é um jogador querido pela torcida. Já tem 12 gols no ano, o mesmo número de tentos que Luan. Mas tem sempre aquela cisma: perde gols demais. Eu mesmo não gosto dele desde a base. Nunca vi nele o centroavante que merecia ser escalado pelo James, na época, para ser referência. E hoje, com o James de treinador da comissão permanente, segue como ponta e homem de confiança do Renato.

É inegável que ele marca mais que o Everton. Mas 99% da torcida preferia ver o camisa 11 titular. Porque os melhores momentos do Grêmio esse ano tinham esse outro guri como protagonista. E ele é o que melhor finaliza durante os jogos. Dizem que o Pedro Rocha é leão de treino, mas em jogos, não costumava definir tantos jogos quanto o Everton.

Eis que no primeiro jogo da final da Copa do Brasil o 32 marcou os dois primeiros gols do Grêmio. Sim, podia ter marcado mais dois, é verdade. Mas jogou um futebol que não estamos acostumados a ver. O fino da bola. Apareceu muito, perdeu poucas bolas, teve vitória individual, engoliu a marcação. Fez tudo certo até no primeiro gol que perdeu, jogando a bola por cobertura no Victor, que foi salva pelo zagueiro em cima da linha. Nem a expulsão manchou a atuação.

Pedro Rocha. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Pedro Rocha. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Me lembrou toda a opulência de um meia atacante que veio do Corinthians para o Grêmio em 2001 justamente no jogo de ida da final da Copa do Brasil contra esse time. Perdíamos por 2×0. Já estávamos chegando nos 20 minutos do segundo tempo e o momento da pressão estabanada chegou. Luís Mário fez os dois gols que empataram aquela partida e deixaram tudo aberto para o jogo final. Essa superação foi fundamental para o 3×1 acachapante em São Paulo e o último título grande de primeira divisão do Grêmio.

Luís Mário corre para colocar a bola no centro depois do 1º gol.

Luís Mário corre para colocar a bola no centro depois do 1º gol.

Luís Mário não era titular do Tite. Entrou naquele jogo porque o Marcelinho Paraíba estava suspenso. Nem mesmo entrou em campo no segundo jogo em São Paulo. Não era um jogador em quem a torcida confiava. Até aquele momento. Até aquela final. O Papa Léguas nasceu ali. Foi a partir dali que ele deslanchou fazendo gols decisivos. A mística que fez ele ser identificado com o Grêmio até hoje, todo o carinho da torcida, começou com aqueles dois gols no primeiro jogo da final. Aqueles dois gols que representaram tanto para o Grêmio selaram o seu futuro. Colocaram o jogador na história.

Tomara que o Pedro Rocha siga os mesmos passos.

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