Pensando no futuro

0 Postado por - 4 de maio de 2018 - Artigos

Já comentei aqui que o Grêmio está muito bem no planejamento de campeonatos pelo menos desde o ano passado. Também vem demonstrando que está muito certo no gerenciamento das carreiras dos seus craques. Sim, porque não adianta nada doar jogadores por merreca e pratas da casa precisam ser valorizadas. Um time campeão com um salário decente faz com que pensar na carreira passe a ser mais importante do que ganhar dinheiro. Faz com que até o jogador fique pensando no seu futuro. Se acha que não, fica só com os casos do Luan, que não quis sair pra jogar no leste europeu e no Arthur, que quis sair para o time onde o seu futebol mais se encaixa, o Barcelona.

Eu ficava pensando muito, já desde 2016, no momento do adeus do Renato. Quem me conhece sabe que, pelo menos desde 2013, é o meu treinador preferido. Toda a vez que abria uma vaga no Grêmio meu ficha um era ele. Mas, com tanto sucesso, agora todo o mundo está vendo quão completo ele é. Sabe muito não só de tática, de falar a língua do boleiro. Ele sabe falar a língua do torcedor, ele sabe falar a da imprensa, sabe valorizar o futebol. Logo ele vai ter todas as portas abertas para treinar o time que quiser. Sim, muito pela campanha que estamos fazendo, mas também pela pessoa que ele é.

Então, quando esse momento chegar, quem poderia ocupar o seu espaço? Como ocupar o espaço de um ente gigante? O Grêmio, hoje, é o Renato, assim como o Barcelona é o Messi e no Atlético de Madri o cara é o Simeone (aproveitando a deixa do Unai Emery). Eu gostaria que o Renato treinasse o Grêmio pro resto da vida dele. Porém, as renovações são sempre por apenas um angustiante ano. Então esse era um problema que sempre me incomodava. Mas eu fiquei menos incomodado assim que vi essa foto batida pelo Lucas Uebel.

O presente e o futuro. Foto: Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr).

Essa foi tirada mais ou menos na época que houve o anúncio de uma conversa para a renovação do capitão por mais 4 anos – ou seja, se aposentar no Grêmio. O jogador que já figura na calçada da fama do Grêmio desde o final de 2017 já disse se sentir muito bem aqui. Eu preciso confessar que sempre critiquei o cara, pra mim iria para o banco, principalmente em 2016. Ano passado eu fiz um “hã?” quando fiquei sabendo da homenagem. Nesse 2018 é um dos melhores jogadores do Grêmio indiscutivelmente. E ele também parece ser muito mais do que isso.

Ainda antes da homenagem no meio dos maiores jogadores do Grêmio, enquanto contundido, Maicon já mostrava porque ainda era considerado uma das mais importantes lideranças do time. Arthur, então maior nome do time, havia revelado em entrevista que o Maicon levou ele para o CDD do Grêmio para apontar como deveria evoluir. A foto ali em cima é auto-explicativa. Ele consegue orientar taticamente o time e tem o respaldo do Renato. Há nesse jogador um enorme potencial de “projeto de Zinedine Zidane”. Um jogador muito inteligente que tem identificação com o time por uma longa e vitoriosa carreira no clube e, depois, se torna também um treinador vitorioso dentro da instituição.

O mercado de treinadores está mostrando uma nova geração muito inteligente taticamente, mas que ainda não conseguiu ser uma inconteste vencedora. Maicon é sanguíneo, explosivo, vencedor, líder de elenco e está fazendo estágio que já dura 20 meses com o melhor treinador do Brasil. Pensando no futuro, será que não seria um bom treinador no Grêmio? Será que não é isso que a direção está fazendo ao valorizar tanto o nosso capitão? Será que ele pode se igualar a Evaristo de Macedo como o segundo não gaúcho a ganhar algo importante treinando o tricolor? Só o tempo dirá. (Mas eu apostaria um dinheirinho nisso).

Treinadores que venceram títulos importantes com o Grêmio:

Ênio Andrade (Porto Alegre – RS), Brasileiro de 1981;
Valdir Espinosa (Porto Alegre – RS), Libertadores e Mundial de 1983;
Cláudio Duarte (São Gerônimo – RS), Copa do Brasil de 1989;
Luís Felipe Scolari (Passo Fundo – RS), Copa do Brasil 1994, Libertadores 1995, Campeonato Brasileiro e Recopa 1996;
Evaristo de Macedo (Rio de Janeiro – RJ), Copa do Brasil de 1997;
Adenor Bachi (Caxias do Sul – RS), Copa do Brasil 2001;
Renato Portaluppi (Guaporé – RS), Copa do Brasil 2016, Libertadores 2017 e Recopa 2018.

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5 + comentários

  • RAFAEL 4 de maio de 2018 - 19:40 Responder

    Pensei recentemente nessa saída do Renato, que acho impossível adiar de dezembro…

    Eu, sem pensar duas vezes, traria o Roger de volta. Seria minha primeira opção. Tite possivelmente estaria “dando sopa” pós copa, talvez o Jair Ventura também… Mas eu não vejo nenhuma outra opção além desses 3, e mesmo se Tite sair da seleção e estiver desempregado, eu ainda iria preferir a volta do Roger…

    A mão que ele perdeu naquele time, foi recuperada por Renato e agora ele poderia finalizar o trabalho que iniciou, mesmo sem o “meio do caminho”…

    • Fagner 8 de maio de 2018 - 11:41 Responder

      Jair Ventura nem a pau. Desde o ano passado eu acho ele muito arrogante e retranqueiro. Roger eu tenho alguma ressalva porque não deu resultado com praticamente o mesmo elenco. Não sei o que faltou e se o grupo já tem independentemente do treinador. Se aprender a jogar pra cima e fazer gols nos adversários até o final dos 90 minutos talvez seja uma boa. Sugeri o Maicon porque acho que não tem ninguém que possa chegar perto do que o Renato faz, aí eu escolho alguém para ser novidade num mercado que pouco revelou ultimamente. Se tivesse que escolher hoje o Fernando Diniz seria o meu ficha 1.

      Saludos,
      Fagner

  • Sócio BSB 4 de maio de 2018 - 23:14 Responder

    Vamos viver o momento! Preocupar-se com o futuro apenas trás ansiedade! E o “presente” do Grêmio é de fato um grande presente para orgulhar qualquer torcedor!

  • Oliver Matheus 7 de maio de 2018 - 15:01 Responder

    Não acho que seja impossível ele continuar… ele mesmo, esses dias numa entrevista disse que pode sim continuar no Grêmio, mas que agora não pensa nisso.
    Creio que, passando esse ano, se o Grêmio faturar mais algum titulo e iniciar 2019 com a mesma base de time, sem haver um desmanche, e trazendo boas peças para eventuais reposições, são grandes as chances de ele permanecer. Renato tem um projeto de assumir a seleção brasileira. O melhor clube para ele, atualmente, atingir este objetivo é o Grêmio. Pois não existe maios identificação com outra instituição, tampouco melhor time para trabalhar tranquilamente.

    Por estes motivos, acredito que existem boas chances de ele ficar 2019 tambem no Grêmio. Renato é fominha, tem espírito de campeão. Ele não se contenta com pouco, e quando ganha quer ganhar mais. Qual outro clube ele terá essa possibilidade?

    As circunstâncias podem mudar, é verdade, mas ainda aposto as fichas que ele fica 2019 no Grêmio, talvez sendo este seu último ano antes da seleção (a não ser que Tite não permaneça na seleção em 2019, neste caso, acredito que Renato seja “convocado” para seleção!)

    • Fagner 8 de maio de 2018 - 11:36 Responder

      Tomara que tu estejas certo. Eu sempre tenho medo das renovações e ficaria mais tranquilo com um contrato de 2 ou até 3 anos, já que o Renato, no Grêmio, sempre cumpriu até o final. Vamos ver o que dezembro nos reserva. E eu acho que o Tite larga a seleção independentemente do resultado: se perder larga porque perdeu, se vencer larga porque quer ir para a Europa.

      Saludos,
      Fagner

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