Perguntas

2 Postado por - 21 de maio de 2015 - Artigos

A busca por um novo treinador, parece, não é a única coisa que está ocorrendo nesse momento nos postos mais importantes do Grêmio. Primeiro Felipão, depois Romildo, falaram em racha interno, facções. Um falando que isso existe e prejudica o clube, o outro falando que precisa de mais um cacique (ou vice-presidente) para acalmar os ânimos. Fico aqui pensando que parece o presidente do Grêmio é um sacerdote asteca que procura uma virgem para sacrificar e assim resolver os problemas do Grêmio – único caminho para a salvação.

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Bem, sacrificar pessoas não resolveu o problema dos Astecas, que foram dizimados pelos colonizadores espanhóis. Esses, ao invés apenas de fazerem os seus rituais cristãos (que, no máximo, se resumiam a um jejunzinho ou rezar uma missa por batalha), foram bem mais pragmáticos: procuraram os inimigos dos seus inimigos e fizeram alianças até destronarem os mais fortes. Depois derrotaram todos eles, já que enfraquecidos, seja pela diminuição do seu número ou pela europeização dos egos inflados dos que se achavam já seguros pela aliança, os adversários se tornam apenas inconvenientes.

Vamos perguntar, então (não de maneira retórica, mas sincera): qual é o problema do Grêmio estar desunido? É proibido ser campeão se o clube está dividido em facções? Há algum pré-requisito de união para sucesso esportivo em algum livro de regras da International Board? As crises atiradas na imprensa realmente terminam com as nossas chances de títulos? Não existe maneira de blindar os jogadores de crises internas? Os títulos de 81-83, 94-97 ou do solitário 2001 eram de épocas de união? O Obino, por acaso, não foi eleito por aclamação em 2002 (depois do título de 2001)? E o Odone, em 2006 (depois do título de 2005)? E, mais longe, o Koff em 94 (depois do título da CB)? Qual foi o grau de sucesso de cada um desses momentos de ‘união’ que resultou na aclamação? A desunião inviabiliza alguma ação da presidência e, por isso, a vitória em algum campeonato?

Em resumo, a questão principal é o que precisa vir primeiro: títulos ou união? Eu acho que a história responde. E, concordando com o Pizoni, acho que falar em união é apenas um clichê. Apaziguar ânimos dos pavões, creio, devia ser a última das preocupações da presidência nesse momento.

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4 + comentários

  • Impzone 22 de maio de 2015 - 01:46 Responder

    O problema é haver muitas facções e nenhuma ser competente. Essa é a real

    Essa discussão pra mim é meio parecida com aquela em que falam que o Grêmio só será campeão com um técnico gaúcho. Ou que não dá pra ser campeão com um time barato. Ou que não deveria ter saído do Olímpico

    Se esperarmos sempre a situação ideal ou nos apegarmos a uma fórmula só para a retomada das conquistas, vamos continuar onde estamos. Ou aprende, se adapta e supera, ou naufraga junto com seu navio de convicções antigas e morre. É como disseram aqui mesmo, quem não se regenera, degenera

  • mano 22 de maio de 2015 - 10:03 Responder

    Não existem mais teses pra explicar a situação do Grêmio. Todas estão certas e erradas em algum aspecto. Só sei que vamos cair de novo.

  • Gustavo 22 de maio de 2015 - 11:23 Responder

    O Grêmio ta parecendo o congresso x governo: têm de que dar cargos pra apazigua aliados e oposição… oq é isso? tem que agradar todo mundo POR QUE?? faz o trabalho que tem de ser feito pro bem do clube, fodam-se as correntes políticas.

    • Fagner 23 de maio de 2015 - 23:32 Responder

      É que a preocupação do Governo é a “governabilidade”. O legislativo aprova as leis que tornam os projetos realidades.

      O CD ou mesmo o CA aprova absolutamente NADA. O Presidente “governa” como quiser no Grêmio. Mas só se quiser.

      Saludos,
      Fagner

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