Por uma banda do Grêmio e não da Geral

1 Postado por - 2 de setembro de 2016 - Artigos

Essa semana saiu mais um enrosco envolvendo a Geral. A história que contam é que há facções (?????) dentro da torcida que sabiam que um inimigo (????) tinha cumprido a punição e estava liberado para ir no jogo. Aí fizeram um bolo, gente apanhou covardemente, e a polícia e o MP deram mais 180 dias de punição para a TORCIDA toda. Somando os 180 que já tinham do início do ano dá, pasme, 360 (ou seja, UM ANO).

Tem várias reações a isso, mas quero comentar duas: a dos que falam que só punem a torcida do Grêmio (teve depredação e pancadaria nos jogos do Inter e a torcida não foi punida) e a dos que falam que querem, na verdade, é punir o Grêmio, fazendo ele perder o fator casa. Pois bem. Quanto ao primeiro, se eles erraram em não punir a torcida do Inter (e ERRARAM MESMO, punir individualmente não vai resolver), eles não erraram em punir a do Grêmio. Não há erro em punir toda a torcida quando eles partilham do mesmo espírito. Como falei no início, existem FACÇÕES lá dentro. Não é o indivíduo que está brigando.

Mas o que me interessa mesmo, que é o assunto desse post, é o segundo. Quem está punindo o Grêmio diminuindo o fator casa é o próprio Grêmio. O time simplesmente concordou com um sistema monopolista de torcer, deu poder pra Geral nos tempos de Odone e, finalmente, depois da Arena, terceirizou pra eles o único espaço onde é possível torcer diferente. Sim, outras torcidas estão lá, mas apenas a Geral coordena a banda. Aí, uma punição pra geral significa uma punição pra banda. Quem sofre, por omissão, é o Grêmio.

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De minha parte, já sugeri aqui faz tempo: se torcer com banda é importante pro CLUBE, não pode ficar terceirizado. Ainda mais na mão de gente que se coloca à frente do Grêmio (até faz músicas pra Geral). Imaginei que o DTG iria ser o primeiro passo para retomar para o clube esse protagonismo e o momento é agora. O Grêmio precisa profissionalizar essa área. Com uma banda marcial própria, fazendo um serviço social na vila do entorno e preparar apresentações deles durante o jogo e nos intervalos (como nos jogos de College nos EUA). Contratando um carnavalesco (por que não?) pra bolar as apresentações dos jogos. Contratar compositores para termos músicas divertidas e sem machismo, homofobia e racismo. E dando oportunidade pro sócio, pro gremista que quer ajudar o time a construir vitórias (ao invés de ganhar poder dentro de facções), pra quem curte ensinar música pra criançada carente. Ser um clube maior, plural.

Então, tenhamos muito cuidado com a situação: a Geral prejudica o Grêmio faz tempo. Não invertam os papeis. Defender o Grêmio não significa (e nunca deve significar) passar pano pra Geral. Precisamos tirar o “monopólio das formas de torcer” da Geral. Se as novas arenas exigem esse tipo de monopólio, ele deve ser do Grêmio.

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10 + comentários

  • Eduardo Ribeiro 2 de setembro de 2016 - 13:55 Responder

    Ah, e podemos contratar também cheerleaders gostosas, um mascote para mostrar o dedo do meio e botar a mão no saco para a torcida adversária…

    Estou rindo, e não é pouco… hahahahaahhahaahahahahahahahahahahahahahahah

    Alguém solta o próximo post, por favor?

    • Eduardo 2 de setembro de 2016 - 14:38 Responder

      Só me diz, e porque não?

    • Fagner 2 de setembro de 2016 - 14:53 Responder

      A gente não precisa copiar estadunidense, não. Não te preocupa. Podemos seguir copiando argentino. Só que isso tem que ficar nas mãos do Grêmio, como fica nas mãos das universidades nas ligas de College Football dos EUA.

      Saludos,
      Fagner

  • Lucas Paiva 2 de setembro de 2016 - 14:31 Responder

    só que tu ta considerando como se os torcedores do Grêmio fossem maricas que viram o cú pra cima e pintam de vermelho.. tu é retardado?? torcida do Grêmio é feita de loucos bebados e apaixonados pelo Tricolor! Chingamos sim os rivais e já era! Não apoio as brigas internas mas isso existe em qualquer torcida..

    • Fagner 2 de setembro de 2016 - 14:54 Responder

      Não, isso só acontece em gangues. São as facções dentro da Geral que brigam. A torcida de verdade, não.

      Saludos,
      Fagner

  • Catharina von Hoonholtz 2 de setembro de 2016 - 18:37 Responder

    Fagner, onde assina pra participar disso ai?

    Na minha opinião a torcida teve muita influência no resultado do último jogo. O time foi esfriando, a torcida perdeu a banda e não conseguiu mais incentivar o time como precisava. Jogo morno, vacilo, dois pontos a menos.
    A banda do Grêmio é a necessidade mais urgente no momento, temos um time legal, um treinador com futuro, uma gestão que parece estar colocando as coisas no eixo, só nos falta a torcida (que é a maior do sul, mas ta uma baderna)!

    Dependemos de uma organizada que de organizada não tem nada. Poucos são cadastrados como participantes, mas muitos participam e por muitas vezes levou a culpa por coisas que nem fez (eu defendi e muuuuito eles). Diferente desta vez, que a briga aconteceu durante a partida, fora da arquibancada (o que na minha opinião já é ridículo, pois quem ta lá pelo Grêmio não fica do lado de fora durante o jogo), entre aparentemente duas torcidas diferentes (que não podem ser chamados de torcedores, pois estavam mais preocupados com quem pode ou não pode ir no jogo, do que com o jogo) e com participação especial de um dito “líder” da Geral. O ditado já diz, se um não quer, dois não brigam. Se nem quem devia organizar as coisas consegue fazer isso, precisam sim ser punidos. Já cansei de defender quem não merece.

    Como Designer fico olhando lá de cima a Torcida e pensando em quantas coisas legais poderiam ser feitas para incentivar o público a ir pro jogo, quantas ações simples poderiam aumentar o número de sócios, integrar mais a comunidade da volta, trazer a família toda pro jogo. Infelizmente o futebol é um esporte capitalista, vive de dinheiro e quem gasta na Arena é a família, o turista, o torcedor fanático que ta indo pela primeira vez. Se a música é legal, se é ouvida fora do estádio também, como na rádio do Grêmio, o torcedor aprende pro jogo, todo mundo canta e finalmente vira o caldeirão que todos querem. Hoje devem ter duas ou três músicas que a galera da cadeira sabe cantar, a maior parte do tempo a banda toca sozinha.

    Acabou virando um textão… Mas ideias não faltam!

    • Fagner 2 de setembro de 2016 - 19:25 Responder

      Não tem problema virar textão, Catharina, a gente escreve o suficiente pra ilustrar bem a ideia. E eu adorei o teu texto. Não por concordar com o meu, mas por ilustrar outro aspecto que eu não tinha colocado no meu textão (:-)). A ideia de usar as mídias do Grêmio pra ensinar as músicas é ótima.

      E tem um lance interessante no futebol ser capitalista: é, de fato. Mas o nosso é burro. O Grêmio tem ocupação média de 35% do estádio. Gastamos dinheiro à toa numa obra faraônica e não nos esforçamos para dar outra experiência pro torcedor ter mais motivos para encher o estádio. É decepcionante.

      Saludos,
      Fagner

  • Gremistao 3 de setembro de 2016 - 04:07 Responder

    A verdade é uma só: depois da Geral surgir, o Grêmio nunca ganhou nada. Esses retardados não merecem este protoganismo.

  • Luciano 3 de setembro de 2016 - 10:53 Responder

    Bah, o amigão sabe tudo de arquibancada.
    Não te parece mais apropriado, de repente, a direção se manifestar pela punição dos envolvidos, conforme mostrou o vídeo, e não de toda a torcida em mais uma odiosa, “pra-imbecil-aplaudir”, e fácil saída pela responsabilidade objetiva, como comumente faz a BM, o MP e o Judiciário?
    Seguindo esse teu raciocínio e a solução esdrúxula proposta, de acordo com a nossa realidade, tu ignora o real problema, ao admitir esse tipo de punição.
    Do contrário, que o Grêmio sugira publicamente a suspensão da BM por 180 dias na próxima agressão injustificada a torcedores (que acontece toda hora).
    Cada um que aparece…

    • Fagner 3 de setembro de 2016 - 14:21 Responder

      O amigão que sabe tudo pode dizer então qual é a fórmula mágica pra resolver o problema de violência entre torcidas que deveriam torcer pro mesmo time? A minha eu dei ali: acabar com o poder delas (achar que podem dizer pros outros como torcer). O Grêmio assumir a organização da torcida. Agora pedir pro clube passar ainda mais pano pra esses caras não dá. Já chega o que o Odone fez.

      Saludos,
      Fagner

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