Grêmio Libertador

Pós jogo Grêmio X Atl. PR

Fonte: https://giphy.com/gifs/greg-kinnear-RxZFSBIhMDU88

As Good As It Gets

Fonte: https://fitisafeministissue.com/2016/10/10/what-if-this-is-as-good-as-it-gets/

Há um filme americano de 1997, lançado no Brasil com o título Melhor Impossível (num raro caso de fidelidade ao nome original). Nele há uma cena em que o personagem vivido por Jack Nicholson sai do consultório de seu terapeuta, detém-se frente aos outros pacientes que aguardam na sala de espera e, laconicamente os dirige uma frase tão simples quanto arrasadora:
“_ What if it’s as good as it gets”?
Ou seja, em uma tradução livre, e se melhor do que isso não existir?
É cedo afirmar que Grêmio x Atl. PR tenha sido a melhor partida do Brasileirão 2018, mas…. e se for?
O futebol apresentado por ambas as equipes foi de alta qualidade. Velocidade, compactação, toque de bola, estava tudo lá, desfilando na Arena durante pouco mais de 90 minutos. Se não, vejamos alguns números para lastrear meu argumento:
GRÊMIO           ATL. PR

POSSE DE BOLA                   49,4%                 50,6%

CHUTES A GOL                     6                           1

PASSES                                    584                     601

PRECISÃO DOS PASSES    86%                     85,7%

FALTAS COMETIDAS         9                          15

 

O tempo de bola rolando beirou os 70%, quando a FIFA considera 60% o ideal para o esporte. Deste tempo, boa parte dele foi o Grêmio trocando passes no campo adversário. O Atlético joga parecido, é verdade, mas prefere trocar passes em seu próprio campo, sem agredir, o que, na prática, beira uma retranca disfarçada, pois ficando com a bola impede automaticamente que o adversário o ataque.
Eu sei, faltaram gols, é verdade. No entanto, não faltaram chances, talvez unicamente pelo lado gremista.
Luan e Everton tiveram no mínimo 3 chances de marcar em lances claros. O Atlético, por sua vez, quase cometeu o crime ao final do primeiro, não fosse o carrinho santo, providencial e preciso de Geromel dentro da área, naquele que seria o único lance de maior perigo registrado contra a meta de Grohe.
Aos 30 do segundo o Atlético perdeu Camacho, expulso por segundo cartão amarelo. Diga-se de passagem, ficou barato, visto que este segundo cartão já poderia ter saído antes para o atacante Pablo ou mesmo o meio campo Bruno Guimarães, que quase conseguiu a proeza de entrar aos 5 minutos do segundo tempo e não encerrar a partida.
Dali em diante, o que era uma retranca disfarçada perdeu a máscara, e o ataque contra defesa ficou mais claro.
Renato empilhou atacantes e o Grêmio passou a fazer algo que não faz com muita frequência, alçar bolas na área.
Ao fim e ao cabo, restou ao torcedor aplaudir o espetáculo assistido, certo que valeu cada centavo do ingresso. Trata-se da segunda rodada do campeonato, e temos uma média de 2 pontos por partida no somatório raso com o jogo contra o Cruzeiro, o que não é ruim. Principalmente considerando-se os adversários enfrentados. Principalmente, fica a sensação que podemos enfrentar qualquer um, que temos chances, que somos de fato candidatos ao título, a qualquer título.

 

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