Que amanhã este discurso não se repita

Os episódios de ontem só serviram pra mostrar que a nossa imprensa esportiva é um lixo. De norte a sul do Brasil.

Já começou a pipocar as teorias conspiratórias de sempre: um técnico ultrapassado com jogadores chorões.

Se muda o esquema tático no meio da Copa, não tem convicção. Se não muda, é teimoso. A FIFA não quer o Hexa. A Espanha foi comprada pra ir embora mais cedo. Blablablabla.

Felipão, vamos combinar, não colabora. Deu de guri e chamou 7 jornalistas pra uma conversa isolada, cutucando os egos de todo o resto. Aí já viu: querosene perto de lamparina. E a tal imprensa “brasileira” virou, definitivamente, colombiana, alemã, francesa, holandesa e, pasmem, argentina.

Eu to pouco me lixando pra isso tudo. To aqui pra torcer.

Não gosto do Fred, mas acho que não tem substituto no banco. Achei ridícula a reação do TSilva, se escondendo da responsabilidade heróica de todo capitão. Por mim já ia pro banco, passava a braçadeira pro DLuis e olhava o Dante massacrar o James. Ou até alterava o esquema, jogando o novo capitão Davi pra posição dele no Chelsea e dando uma figa pros nossos jornaleiros. Também acho o Hulk um mala. Mas, depois do primeiro tempo lamentável contra o Chile, foi o único que tentou alguma coisa (mas conseguiu perder o penal)…

Mas esse sou eu, daqui de Porto Alegre, a 1627km de Teresópolis, do clima de cobrança e do nervosismo de representar 200 milhões de brasileiros.

A questão não é essa. Não é a minha opinião. É o sentimento de ser campeão em casa. É vingar o Maracanazzo. É colocar mais uma estrela no peito. É simplesmente torcer.

A imprensa, i$enta ou egocêntrica, tá fazendo o papel do babaca que enfrenta frio e chuva pra ir no estádio e vaia o próprio time antes do apito final do juiz.

E a maior prova disso é a afirmação mais que infeliz de Nelson Rodrigues, repetida e propagandeada aos 4 ventos na televisão: “só que o craque surpreende: de-lhe uma boa vaia que ele faz milagres aos borbotões”.

MENTIRA.

Nunca vi jogador vaiado melhorar de rendimento dentro de campo. Ou nunca vi um craque jogar. Mas quem viu?

Ou melhor: o que é ser craque?

Vale a pena entrar nessa onda derrotista faltando 3 jogos pra glória?

Sei lá, vendo tudo isso, eu meio que começo a entender o que o Zagallo quis dizer com o seu famoso “Vocês vão ter que me engolir”.

E pra provar que todo mundo é imperfeito, principalmente os jornalistas, aqui vai um papelão dos grandes que eu também não quero ver se repetir amanhã ou depois da grande final.

Que venha a Colômbia. Pra cima deles, Brasil.