Razões pra acreditar

0 Postado por - 9 de abril de 2018 - Artigos

No final de semana o Grêmio estreia no seu quarto campeonato do ano: o Brasileiro. Dois já terminaram e tiveram o tricolor como campeão. Duda Kroef falou em “ganhar tudo” ao final do jogo em Pelotas. E não há torcedor do Grêmio que duvide disso. Alguns até apontam para a mística, uma “coincidência” entre Renato dos anos 10 e Felipão dos anos 90. Como eu não curto o Sobrenatural de Almeida, gostaria até de lembrar esse pessoal que o Felipão ganhou também o Ruralito de 1995 (com o saudoso Banguzinho) depois do título da Copa do Brasil de 94 – o que implicaria no título do Ruralito de 2017, que ficou, como sabemos, com o Novo Hamburgo. Assim, não é a mística que banca esse momento do Grêmio. Aqui aponto algumas razões mais terrenas para acreditar na reconquista do Brasileiro depois de 22 anos:

1- Temos o melhor treinador do Brasil: Renato. O interesse do Flamengo no nosso treinador não é porque ele é identificado com o time. É que ele é o melhor treinador brasileiro disponível na atualidade. E isso é indiscutível. O único treinador brasileiro que pode ser colocado acima dele não vai largar a seleção em ano de copa do mundo. Portaluppi é o ficha 1 pra suceder o Tite. E ele já falou que sonha em fazer isso. Só falta ele ser campeão em algum time do “eixo” para que até a CBF também se dê conta disso. Quando essa ficha caiu pra mim confesso que fiquei um tanto quanto cabreiro sobre a saída do nosso comandante. Ir para o eixo para se credenciar para a seleção seria a maior das razões para ele sair. Mas ele ficou. Será que ganhando Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro no mesmo ano ele consegue finalmente sair do Rio Grande do Sul para a CBF sem ter que “provar” no eixo?

2- O Renato resolveu o problema do time contra retrancas. O Grêmio já era em 2017 o único time no Brasil que jogava pra ganhar em casa e fora. Mesmo o campeão mostrou um futebol muito retrancado em diversos momentos, a ponto de não ser unanimidade nem para os analistas de São Paulo. E tanto nós quanto eles sofremos muito com esse “new football” brasileiro: 11 atrás da linha da bola, espremidos em 20 m de campo e contra-ataque correria. Perdemos partidas em que massacramos – como contra o Corinthians, o Avaí e a Chapecoense em casa, por exemplo. Em 2018 começamos a praticar o ESTILO GATO de ficar brincando com a sua presa (através da posse de bola) até ela cansar pra, daí sim, matar e comer. Vai fazer estrago contra os times que adotaram marcar intensamente e fazer gols se os deuses da bola permitirem. Já provam os últimos que usaram isso contra o Grêmio nos últimos jogos.

3- O Grêmio está com elenco fechado. E isso é fundamental para esse início de temporada. Creio que só o Palmeiras não está se mexendo atrás de reforços para o time titular nesse início de Campeonato Brasileiro. Sim, podemos ter mais um zagueiro e talvez até um lateral, mas nenhuma dessas contratações é importante para o time titular. Até a improvisação do Ramiro na lateral direita como arma ofensiva (que era pra ser papel do Madson) deixa essas necessidades menos urgentes. André nem estreou. Uma boa arrancada, com a liderança e/ou a maior quantidade de pontos possíveis até a parada da Copa, é fundamental para chegar em dezembro com chance de título. Depois da volta da copa tudo pode mudar – inclusive com novos nomes chegando sem pressa.

4- O Banguzinho é mais forte em 2018. É uma das principais razões que temos pra acreditar. O Grêmio tinha um time titular forte, com boas opções na reserva e trouxe oito reforços. Só um deles com pinta de titular, o André. Todos os outros jogadores foram notadamente contratados para que o aproveitamento do Banguzinho possa subir esse ano. Em 2017 utilizamos um time alternativo em 11 partidas no Brasileiro. Vencemos só duas (de um total de 18), uma contra o Atlético-GO e contra a Ponte Preta, ambos fora de casa por 1×0 e com alguns reforços do time titular. De resto foram 6 derrotas (de 12) e três empates (de 8), dando 9 pontos de 33 possíveis (ou seja, aproveitamento de 27%), com 12 gols marcados (de 55) e 17 sofridos (de 36). Pensando em jogos com o time sem reforço algum dá 3 pontos em 18 (pífios 16% de aproveitamento com 10 gols pró e 17 contra). Em comparação o desempenho do time titular foi de 65,4% de aproveitamento – mais que o campeão, que fez 63%. A direção contratou para onde tinha que contratar urgentemente – e ainda segue em busca no mercado pensando já em 2019.

2018 pode ser o melhor ano da história do Grêmio. Vamos entrar pra arrebentar. Dá pra buscar o hexa, o tetra e o tri.

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