Refém de um esquema

2 Postado por - 18 de junho de 2014 - Artigos

A Copa do Mundo está confirmando uma nova tendência: o fim do camisa 10. Ou melhor, o seu reposicionamento. Aquele jogador que municia o ataque e cadencia o jogo já não tem tanto espaço entre as seleções que disputam o Mundial. Entretanto, jogadores com este perfil jogam um pouco mais atrás, dando melhor saída de bola e fazendo laterais e meio-campo jogarem.

No futebol brasileiro isso não é diferente. A maioria dos times joga no 4-2-3-1, esquema da moda e que privilegia meio-campistas de velocidade e boa chegada na frente. Giuliano, que tem essas características, vem para jogar neste modelo que Enderson Moreira utiliza no Grêmio.

Esquema este que parece ser o único trabalhado pelo nosso técnico. Não acho o 4-2-3-1 de todo o mal, mas Enderson precisa variar o posicionamento do time em determinados momentos dos jogos para atrapalhar o adversário, além de mudar a partida quando estivermos atrás do marcador. Pelo que tem feito recentemente, nosso treinador muda os nomes mas nunca o esquema, e isso é preocupante.

Precisamos de mais opções de esquemas (Foto: Lucas Uebel, Flickr oficial do Grêmio)

Precisamos de mais opções de esquemas (Foto: Lucas Uebel, Flickr oficial do Grêmio)

Cito duas medidas que acho um erro.

– Dudu preso na ponta esquerda. Por que não o fazer jogar mais perto de Barcos e se movimentando pelo dois lados no ataque?

– Alán Ruiz no lado direito do 4-2-3-1. Nitidamente o argentino procura o meio quando está com a bola, não era melhor colocá-lo ali? E outra, os jogadores que jogam na ponta dos três armadaores, precisam ser rápidos para chegar ao ataque a também marcarem, e Ruiz não é um jogador de velocidade.

São apenas dois exemplos, mas certamente Enderson pode fazer outras mexidas ao longo das partidas e testar diversos esquemas. Com a chegada de Matías Rodriguez, ele pode até escalar o time num 3-5-2 com Zé Roberto na ala esquerda, por exemplo.

Além do mais, durante os jogos, quando o adversário entende a maneira que o Grêmio joga, falta uma melhor leitura da partida. Falta repertório ao nosso técnico.

A saída de Kleber engessa ainda mais o time quando se refere as opções no ataque. Isso somado à chegada de Giuliano e pouca criatividade do nosso treinador, fará o Grêmio ficar cada vez mais refém do 4-2-3-1.

Temos peças para jogar de várias maneiras, basta treinamento. Que nessa pausa Enderson trabalhe outras alternativas de escalação e esquema, caso contrário seremos um time previsível.

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4 + comentários

  • Fagner 18 de junho de 2014 - 16:47 Responder

    Tem muito time jogando nas variações do 3-5-2 na copa. A Holanda matou a Espanha assim. Teve outro time, que não vou lembrar qual, que jogou num 5-2-3, sem volantes, com dois meias distribuindo. A Croácia também jogou sem volantes.

    É preciso, mesmo, criatividade. Tomara que o Enderson se emende.

    Saludos,
    Fagner

  • Felix Nuñez 18 de junho de 2014 - 19:07 Responder

    Sem falar na Alemanha que jogou sem laterais e com 4 zagueiros de origem, senão me falha a memória

  • Vini 18 de junho de 2014 - 19:14 Responder

    Tem muitas boas opções agora, antes até não digo, mas com as chegadas dos reforça, principalmente se vier Fernandinho, o Enderson terá novas peças em posições carentes.

    somente citarei algumas opções:

    4-4-2 = M. Rodrigues, Rhodolfo, Geromel, Pedroso; Edinho, Riveros, Giuliano e Luan; Fernandinho e Barcos.

    Pode fazer um 3-5-2 com Dudu na esquera, ou o Zé… Pode formar o ataque com Fernandinho e Luan, já que poucos sabem mas o Luan é centroavante de origem.

    Vai depender do treinamento e do rendimento do time, o que não dá é ficar nesse esquema que todo mundo já conhece.

    Tem que mexer no esquema nem que não seja própriamente por causa do esquema, mas pra dar uma sacudida moral.

  • roget 19 de junho de 2014 - 16:20 Responder

    Esse cara nao sabe treinar o time, esse dudu e uma naba que nao sabe chutar…

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