Grêmio Libertador

Reforços e desfalques

Não é de hoje que a imprensa, que ama um boatinho, aparece muito antes do final do ano sugerindo que há buscas frenéticas para repor jogadores que nem saíram ou cravar que o destaque vai pra outro clube. Sim, o planejamento de qualquer clube decente já deve ter mapeado quem são as peças que interessam pro próximo ano, quem será (re) emprestado, dispensado e buscado lá fora. Também é a época em que empresários buscam a plantação de rumores para colherem melhores comissões com disputas de lances em jogadores lá em dezembro/janeiro.

“Pô, cara, tu ainda não me conhece?” Felipão desabafando pela lente do Lucas Uebel (Grêmio Oficial, via Flickr)cu

Mas, caras, faltam ainda cinco jogos para decidir tudo: desde o que vamos jogar, que tipo de time vai ser necessário pra isso, se algum jogador vai ser decisivo e agradar algum time do exterior a ponto de abrir a carteira, qual vai ser a premiação conseguida no campeonato… há um monte de coisas ainda para acontecer. As direções responsáveis já tem uma lista de possibilidades escrita, mesmo sem divulgar ou mesmo contactar jogador. Alguns até já podem ter sido contactados. Mas não há como sair por aí acreditando que jogador X está de saída, jogador Y  está chegando.

Porém, eles sempre conseguem criar celeumas entre torcedores (fico pensando no que criam no vestiário). As últimas envolvem Biteco, Pará, Anderson, Dudu e Alan Ruiz. Sobre os dois últimos já sabemos a opinião do Felipão: Dudu é titular e o treinador gostaria de contar com ele pra 2015. Vem se mostrando muito importante taticamente (recompõe e marca como nenhum atacante disponível no Brasil), vem fazendo assistências importantes (o Inter que o diga) mesmo seguindo sem marcar gols. Ruiz tem os gols, muita bola, mas não tem o perfil Felipão (é disperso, joga mais como quer do que como mandam, e outras coisas) a ponto do bigodudo já ter dito que ainda precisa provar que merece o investimento. Seja como for, estamos falando de quase 10 milhões de Euros.

No sistema de jogo de hoje, Anderson cairia como uma luva. Entraria no lugar do Fellipe Bastos, já que tem passe melhor e alguma noção de marcação. Digo no lugar dele porque o nosso 6 sabe antecipar e dar bote muito bem, mas parece não tirar espaços quando defendendo; dá muito mais vantagens ofensivas, se posicionando bem e participando muito do jogo. Anderson sabe fazer gol, passa bem e pode chegar surpreendendo dentro da área. Se mantido o esquema para 2015 poderíamos certamente jogar com Wallace, Giuliano e Anderson na linha de 3. Porém, especula-se um salário altíssimo.

Pará é ruim, mas não tem muito melhor disponível. Pra ter uma ideia, o Ceará, aquele outro estado que joga pela direita há uns 90 anos, é considerado um dos melhores pela Bola de Prata. Marcos Rocha, o melhor para os jornalistas (Bola de Prata e Armandão) não sai nem fodendo. O da Chapecoense está acertado para o Cruzeiro (ou Corinthians, nunca sei onde esses empresários deixam seus atletas). Sobra o Patrik (do Sport) que foi lançado pelo Felipão no Palmeiras (necessidade ou confiança? Só o tempo dirá). Biteco pode ser importante (ou não).  A dívida com o Flamengo, porém, deverá ser quitada um dia.

Então, caros, o lance é bem simples: o Grêmio vai montar o time que couber no bolso. Isso até pode ser motivo para nervosismo dentro do vestiário, no lance de ter certeza sobre o futuro (e nisso a posição do Dudu é ótima – quer ficar, mas sabe que não precisa se estressar com isso porque será empregado em qualquer time que tiver dinheiro pra bancar ele). Mas para nós, torcedores, é só um exercício de aposta em boteco valendo cerveja. Não é momento de defender ou atacar qualquer coisa diferente que o Criciúma. Lamentar/festejar saída de jogador, principalmente.

Deixa o pleno exercício da especulação (e revolta) para quando soubermos se vamos ou não jogar a Libertadores. Até lá, preocupemo-nos com o próximo adversário.

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