Grêmio Libertador

O resultado depende do Grêmio

Como eu já falei eu acho que esse time, nessa época da vida do gremismo, precisa decidir a maioria das vezes fora de casa. E, ainda bem, esse é o caso do jogo de Rosário. Porque se por um lado já acreditamos ser possível virar uma derrota de 3×0 pro Boca Juniors contando com Tuta, Patrício e Amoroso em casa, por outro a pressão em Porto Alegre é sempre muito grande. Não interessa qual seja o resultado a conseguir, jogar em casa é sentir o peso de 15 anos sem títulos “largamente aceitos como válidos” pela nossa torcida.

Preparação. Tivemos tempo. Foto do Lucas Uebel/Grêmio Oficial (via Flickr)

Dessa vez, dependemos apenas do Grêmio. E o Maicon, embora eu não goste muito dele, não é nem 1% comparável com Sandro Goiano. Fazer isso com um por um desse time de 2016 contra o de 2007 é garantia de boas risadas. Se um daqueles fardasse hoje no Grêmio (mesmo com o futebol da época) seria muito. A torcida, por outro lado, era muito mais feliz naquela época. Ela não dava bola para o quanto tinha sido a ida, quanto o jogador recebia, ela lotava o Olímpico (com 35 mil pessoas, né, que pareciam 50 mil) e pressionava o adversário o tempo todo. Não temos mais isso hoje. Então, decidir na Argentina é ótimo. Depender só da qualidade dos jogadores é ótimo.

“Ah, mas a nossa zaga é muito fraca, só tem o Geromel”. Nem precisamos dele na quinta. A zaga pode ser Werley e Bressan. Se tu não percebeu, não precisamos mais nos preocupar em levar gols. Só em fazer. Dois, de preferência. Porque, aí, nem pênaltis. Se a melhor parte do Grêmio de hoje é o ataque, ótimo, podemos atacar como se não houvesse amanhã (e não tem mesmo). Podemos levar 6 gols, precisamos fazer sempre um a mais. E a cada momento de empate precisamos SÓ de mais um. Não é igual ao jogo contra o Juventude. Entender isso é ser copero.

“Não sabemos segurar resultado”. Grande coisa. Precisamos construir resultado, não segurar. Se fazer um gol leva para os pênaltis, fazer dois elimina essa possibilidade. Só vamos precisar segurar se a gente abrir uns 3×0. Até lá não temos outra alternativa para passar de fase: é fazer gols, criar jogadas, abrir espaços e não desperdiçar oportunidades. Precisamos ser cirúrgicos. Pelo menos como eles foram, com dois chutes no gol e um gol marcado.

“Mas levamos um nó no jogo de ida”. Sim. Eu terminei o jogo sem saber o que fazer. Mas o Roger teve uma semana inteira para pensar, treinar e preparar o time para esta situação. Se antes ninguém esperava aquilo, agora não se tem mais o fator surpresa. E isso não significa que só o Roger precisou trabalhar. Se aquela era a maneira do Rosário jogar sempre (como disseram por aí) então o adversário terá que pensar em alternativas. E fica com a corda no pescoço: mudar o que deu certo ou deixar o adversário vir completamente preparado pro confronto? Eles também podem falhar. Nós temos toda a condição de surpreender.

“Só que perdemos o gauchão”. Em 1983 também perdemos. E ganhamos os de 2006 e 2010. Eu realmente não consigo entender qual é a relação que alguns fazem esportivamente entre RURALITO e Libertadores da América. Em comum só o fato de usarem a mesma regra e uma bola parecida. “Mas em 1977…” olha, nessa época tinha mais é que comemorar, mesmo. Estamos em 2016, entupiram o calendário de coisas e precisamos priorizar. Em 1995 fomos campeões com reservas, o que mostra, principalmente, que a sorte que faltou naquele gol do Roberson sobrou com o Carlos Miguel não terminando de ficar indisponível por participar do último jogo com a mão contundida.

“Mas até o Leicester foi…” Ah, mas vá tomar no meio do teu cu.

Então, pessoas, como eu falei no início: ainda bem que não jogaremos em casa. Se a nossa torcida anda tão murrinha que eu até tenho dúvidas se teríamos um ambiente de Libertadores, é certo que isso não acontecerá em Rosário. Os gremistas lá presentes farão a festa que os daqui não fariam (pelo menos não antes de um resultado confortável). Os torcedores deles não deixarão o nosso time esquecer que é Libertadores. E temos força para fazer uma partidaça lá. Como o Tito bem falou ontem: torce. Não precisa empurrar, não precisa brigar, não precisa de nada. O Grêmio precisa ser o velho Grêmio. E isso vai depender só dele.

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