ROMILDO REELEITO

Deus me livre mas quem me dera

Romildo Bolzan é o maior presidente da história do Grêmio. Tenho dito isso há algum tempo, o que já causa uma certa discussão. No entanto, sou contra sua reeleição.  

O torcedor costuma associar a qualidade (e consequentemente) a grandeza das direções clubísticas à quantidade de títulos conquistados durante aquela gestão. O grande presidente é aquele que trouxe os maiores títulos, as maiores glórias, ou um título após muito tempo de seca, enfim. Normal. Fazemos isso com a situação econômica momentânea e a presidência da república também.

Abaixo disso surgem, na escala da preferência da torcida, presidentes que obtiveram algum outro feito. Um estádio novo ou aumentado, uma grande contratação, saneamento de dívidas antigas, etc.

A gestão Romildo Bolzan conseguiu tudo isso. Pacote completo, com acesso VIP ao camarote e open bar. Com ele na direção tivemos um título nacional após década e meia. Não parando aí, tivemos uma sequência de títulos semelhante à de 1995. Tivemos investimentos nas categorias de base, rendendo uma série de bons jogadores que posteriormente foram ou podem ser negociados, trazendo ótimos dividendos ao clube. E, junto com isso, tivemos um trabalho de gestão responsável, extremamente competente, lucrativo, com planejamento à médio e longo prazo, que nos coloca em posição de disputa com clubes que têm orçamentos muito maiores.

Com, tudo isso, como pode este escriba ter alguma coisa contra a reeleição de Romildo Bolzan?

A reeleição, segunda do presidente, fato inédito no clube, com uma ajuste jurídico para não nos tirar o profut, me parece baseada na premissa de que só ele é capaz de fazer o que tem feito. Uma coisa meio pensamento mágico, meio messias.

Em se tratando de gestão, e eu falo como gestor de uma empresa, uma ação dentre as mais importantes é a formação do sucessor. A pessoa que vai receber o bastão, o legado deixado, e tocar adiante, com a inovação necessária mas mantendo o modus operandi anterior, a filosofia de trabalho.
O trabalho de Romildo como presidente é sem precedentes na história Gremista, a meu ver. O legado deixado será extremamente positivo e virtuoso, carecendo apenas de continuidade nos mesmos moldes. Um terceiro mandato será, sem dúvidas, tão grandioso quanto os anteriores. Preocupa-me apenas toda a movimentação que estamos fazendo para a continuidade da mesma pessoa. Parece-me que fazemos isso por não termos um sucessor imediato e preparado.