Conheço o Tiago há uns 13 anos. Até 2011, meu contato com ele se resumia a encontros esporádicos nos também esporádicos eventos de propaganda. Sabia, obviamente, que ele era gremista. E dos chatos.
Até que em junho de 2011 o encontro foi inevitável: ele estava indo trabalhar na mesma empresa em que eu trabalhava. Na mesma área, no mesmo núcleo. De frente pra mim. Não tinha como evitar.
Fui preparado para o pior. Esperava encontrar um mala, com teses furadas sobre seu time e piadinhas trouxas sobre o meu.
Sabe no que deu todas estas minhas previsões? Elas estavam absolutamente certas.
Sim, estava diante de um cara com um grande e irremediável amor pelo seu time. Mas também com um grande caráter, um grande papo e uma baita parceria. Não precisei de mais de um dia pra ver isso e, mais uma vez, compreender que uma camisa diferente da minha não define caráter nem conduta de ninguém.
Confesso que já tentei por várias vezes ser amigo do Tiago no Facebook. Impossível. A minha paciência não dura por mais de dois posts. Decidi não ser amigo virtual pra continuar sendo o amigo real, que é o que importa.
Infelizmente, os ingressos pra torcida mista acabaram. Mas se eu levasse alguém para o Grenal, seria o Tiago.
Pra me arriar nele quando o D‘Alessandro fizesse o primeiro gol. Pra rir de novo quando o Réver fizesse o segundo. Pra rir ainda mais quando o Andershow fizesse o terceiro. Pra enxugar suas lágrimas e ser seu ombro amigo quando o Vitinho fechasse o caixão com o quarto gol. Pra vaiar junto com ele o Felipão quando o eterno mito da Alemanha resolvesse fugir para o vestiário aos 42 do segundo tempo.
Depois de tudo isso, a gente iria ao 14Bis. Pra comer um xis, tomar uma Coca bem gelada e seguir falando merda sobre futebol, trabalho, mulheres, etc.
O Grenal já teria acabado. A amizade seguiria firme. Exatamente como deve ser.
Bom Grenal, Tiago. E que vença o muito melhor.
Soletti – amigo incondicional do Tiago Russell e integrante do blog Alambrado Colorado
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