A nossa estreia foi ótima. O 2×0 que o Grêmio fez no Ypiranga no meio da chuva que caiu em Porto Alegre foi muito sólido. O time que vem desde 2015 jogando junto soube dosar bem a posse de bola, a pressão e as soluções táticas para vencer a partida. Os gols foram do Contra e do Fernandinho, retornando para o Grêmio depois de um 2016 no Flamengo. Foi o terceiro gol do atacante em três anos de Grêmio.
O primeiro tempo demorou um pouco para engrenar. O adversário estava muito bem postado. Pudera, o Grêmio joga do mesmo jeito faz tempo. Assim veio num 4-4-2 defensivo com linhas bem coladas. O sistema que nos complica sempre. Mas o Grêmio é um time cancheiro. Ao invés de tentar entrar na defesa e perder a bola ficou com ela rodando, rodando, rodando… Claro, vez ou outra perdia uma bola, principalmente porque ainda falta ensaiar a saída de bola pós-Walace. O nosso antigo 5, quando sem opção, partia pra frente com a bola achando espaço. Jaílson e Maicon perderam muitas bolas tentando fazer.
Mas o gol veio justamente na manha que o elenco do Grêmio tem pela sua rodagem. Não dá pra chegar nos atacantes? Vamos chutar de fora. E foram quase dez escanteios no primeiro tempo. Com cabeçadas perigosas, como a do Geromel, em escanteio cobrado pelo Douglas. Os do lado esquerdo eram do Luan, e foi num deles que o zagueiro cortou pra dentro do gol e abriu o placar.
Aí o Ypiranga adiantou a marcação e chegou diversas vezes ao ataque. E, pela avenida Marcelo Oliveira (fuééén) veio um cruzamento que forçou o Marcelo Grohe a fazer uma grande defesa. O melhor jogador do primeiro tempo, no entanto, foi o goleiro do adversário.
No segundo tempo a toada parecia que seria a mesma. Com sérias dificuldades para criar jogadas e com uma posse de bola competente do adversário, o resultado corria riscos. Aí o Renato começou a mostrar que, sim, é um grande treinador. Primeiro abrindo para mais ofensividade: tirou o estreante Leonardo da lateral direita, passando o Ramiro pra trás e colocando o Fernandinho no ataque. Isso colocou o Grêmio em um 4-2-1-3, com Pedro Rocha flutuando com Luan para criar espaço. Essa posse de bola ofensiva voltou a trazer o jogo pro controle do Grêmio.
E foi logo depois da sua entrada que Fernandinho recebeu a bola na ponta direita, cortou dois marcadores e bateu rápido, seco, no canto do goleiro. Um golaço. Obviamente não podemos dizer por esse jogo que temos um Fernandinho melhor do que o que saiu – principalmente pelo fato dele ter desaparecido do jogo depois do gol. Mas foi, no geral, uma reestreia importante. O gol precisa dar confiança para ele fazer a contração de 2014 finalmente valer a pena.
OFENSIVO como é o Renato, as duas outras alterações foram a entrada do Miller no lugar do Douglas e do Everton no lugar do Pedro Rocha. O resultado foi um Grêmio atacando em 4-2-4, praticamente, o que neutralizou o adversário. Não fomos mais incomodados e, visivelmente diminuindo o ritmo, também pouco criamos. Estava resolvida a fatura.
O próximo jogo é fora de casa, no final de semana – provavelmente com reservas.
4 + comentários
Gostei do time… Fez um bom resultado sem forçar mto e mostra bom entrosamento mesmo sendo somente o primeiro jogo oficial e o terceiro se contarmos os jogos-treino… O guri Leonardo deixou boa impressão, ele tem chegada na frente e leva jeito pra cruzar… Concordo com teu comentário quanto ao Fernandinho, o gol foi importante pra sua afirmação no GREMIO. Me parece que o Renatão quer fazer dele uma especie de 12 jogador vamos ver como vai ser… E o teste foi importante pois o Ypiranga embora esteja longe de ser um timaço tb não é um dos times sem figuração em nenhuma das divisões do Brasileiro. A exceção da bola no travessão no primeiro tempo praticamente não fomos incomodados no jogo todo e até cabia pelo menos mais uns 2 gols mas valeu pela estréia em 2017. Domingo contra o Caxias e com reservas e acho que o Renatão faz bem pois me parece que ele quer jogar com o plantel todo não somente com 11 titulares. Como a temporada será longa demais é preciso que ele tenha pelo menos duas formações titulares disponiveis.
Sim, e nesse sentido, Ezio, o Fernandinho é mais parecido com o Pedro Rocha do que o Everton (marca mais – e perde tantos gols quanto, eu diria se eu fosse maldoso). O 11, surpreendentemente pra mim, foi bem mais efetivo na função do Luan. Não temos ainda 11 que possam render tanto quanto os titulares, mas acho que temos mais que o ano passado. Michel, Miller, Fernandinho, Léo Moura, Jael, há um plantel mais gordo que 2016. Meio que Grassi; Leonardo, Zagueiro, Bressan e Lateral Esquerdo; Léo Moura, Michel; Fernandinho, Maxi, Miller; Everton (o ataque é mais fácil de montar, dá pra por o Jael e passar o Everton pra ponta).
Saludos,
Fagner
Depois do jogo, o Renato já anunciou que vai jogar com o time titular contra o Caxias, a não ser que algum jogador esteja sem condições físicas, e com os reservas contra o Flamengo na quarta. Discordo dessa prioridade ao Gauchinho. O certo seria botar os reservas no domingo e os titulares contra o Flamengo. Seria um ótimo teste para o Tricolor.
Eu concordo integralmente. Fiz o post sem ouvir a fala dele, fiquei surpreso agora. Até porque jogaram quinta, jogar domingo já nesse início de temporada me parece forçar sem necessidade. Mas se ele diz, tá dito.
Saludos,
Fagner